MARCELO FERNANDES FIGUEIRA
TER OU SER?
"O ter superou o ser,
Basta ter em sentido material, Então você tem sucesso
O ser (honesto, leal, fiel) ficou para trás, se você não tem é um fracassado,
Triste, mas sem hipocrisia é a mais pura verdade."
"Às vezes a felicidade está do outro lado,
Do outro lado do muro do medo,
medo que nos priva do amor verdadeiro".
Para onde o cachorro vai ele leva as pulgas,
A tristeza não está ligada a onde moramos,
Pode mudar mais você levará suas rugas,
A mudança é interna, aí isso independe de ruas.
OURO PRATA
"Eu não tenho ouro, tão pouco prata,
Sou um poeta de poucas, mas lindas palavras,
Se queres amor te darei, vida rara,
Utopias, devaneios, repletos de quimeras.
Esse tosco sábio sou eu,
Quero ser somente o teu,
Amor sincero, primeiro"
SER ALGUÉM
"O que é ser alguém para você?
Ter dinheiro, carreira, estudo?
Usar o conhecimento para absurdos?
Usar seu ouro, para humilhar "tolos"?
Usar a carreira para não ter tempo para os filhos?
Desculpe, mas ser alguém é simples trocadilho,
Dar amor, ter tempo para o mais importante,
Sempre, não só um instante.
Não ter pouco, mas muito também não,
Carreira, não pode ser correria,
Filhos precisam de tempo do seu coração.
Se alguém na vida é ser feliz,
Para sempre, não só por um triz."
O VERBO "TEMER"
"Temo o verbo temer, ele é gravado,
Mas nega sua pronúncia e renúncia,
O verbo temer ameaça, rechaça,
O verbo temer é pior que gangrena,
Não sai do corpo, nos envenena,
O verbo temer supõe contra Janot,
Não tem pena da nossa dor,
Parece que o verbo temer é um ditador.
Não se trata de coxinhas versus mortadelas,
Se trata de Brasil e suas mazelas,
Ainda bem que o tempo é uma cura,
E ficaremos um dia curados do verbo temer,
Vamos avantes, somos mais fortes, ele vai ver"
O tempo passou, e vejo meu rosto,
Cada ruga de um sorriso bem dado com gosto,
Cada fio de minhas cãs, remetem as lembranças,
Muitas quando ainda estava na minha infância,
Quem nunca se arrependeu, não pode dizer que viveu,
Arrependimentos nos tornam mais sábios,
Aprendemos a usar de forma a errar menos com os lábios,
Juventude, um dia, um verão, uma quimera,
Utopia de um poeta, com vinho e já era.
Quando conheci me apaixonei por tua beleza externa,
Quando contigo casei, conheci tua beleza interna,
Belezas equivalentes, como uma utópica poesia,
Dos poetas Vini e Tom, dois da boemia,
Felicidade tem nome: Izabel Cristina,
Não se vá, não me abandone, minha menina.
Hoje o sol brilhou mais intensamente, pela fresta da janela
Hoje acordei tentando superar a ausência dela,
Já se passaram quinze dias, ela voltou da daquela região bucólica,
Deixou finalmente minha vida de ser melancólica,
Totalmente exagerado pareço ser, mas não,
É tudo proporcional ao amor, ao que essa mulher merece,
Sem ela tudo esmorece,
Pareço um peixinho em em um aquário,
Que sofre por ter saído do oceano, que raios!
Ela voltou, o peixinho se libertou e vida,
Sim vida, minha vida, voltou a mais linda.