Manzas
Toma… dou-te a minha mão,
dá-me a tua também
para te poder levantar do chão,
basta me estenderes a mão…
Não… não precisas de o pedir
á muito que te estou a ouvir.
Isso! Levanta-te, apoia-te em mim,
deixa estar…
eu te carrego em meu colo…
Certo que farias o mesmo por mim.
Gostava de ser poeta…Ah! Como eu gostava…
O remoinho das locuções
Saltando em minha mente
Transparecendo na água corrente
A compreensão de um ser.
Visões ter, de trovador sem meta…
Ah! Como eu gostava de ser poeta.
Deslumbrar misteriosas visões
Em confusos turbilhões,
Sentir o jogo das palavras
E com elas brincar
Retratadas num jogo que gostava de jogar.
Pensamentos transportados,
O estrondear de emoções
Expostos em textos codificados
Tentando agradar corações.
Ah! Como eu gostava de ser poeta.
O tempo…
Oh tempo!
Que passas por ti mesmo
sem teres noção de onde moras,
contemplas os que por ti passam
o mesmo tempo que de ti choras.
Tu… Tempo!
Que fazes apagar da memória
tristezas e angústias de outrora,
e em vagas de recordações…
Alegrias de espantosos momentos
que por ti voaram sem demora,
marcando nossos corações.
És tu tempo!
Que acabas com os anos,
que acabas com vidas e segues em frente
na ignorância do problema…
Mas não podes acabar
com esta minha alegria
de te escrever este poema.