Manuel Lopes
Amor…sentimento que me levas à mais profunda das loucuras. Onde andas tu? Procuro por ti desesperadamente, como se só em ti pudesse encontrar refúgio e segurança. Anseio por teu colo, teu carinho. Nos teus mimos encontrarei, certamente, porto seguro, onde todos os males deste mundo não me alcancem nem perturbem. Poço de esquecimento de angústias e melancolias, teu rosto permanece ainda encoberto por densos nevoeiros. Se alguma vez alcançar a felicidade, decerto será embebido pela tua existência. Até lá, continuo vagueando por caminhos incertos e dúbios, buscando nas incertezas e armadilhas da vida sinais ténues da tua existência. Não encontrei, porém, nada ou ninguém que me pudesse indicar a tua morada ou poiso. Tal não me espanta. Como nómada que és, certamente vagueias de coração em coração, ora destroçando, ora enchendo de calor e curando velhas feridas. Companheiro da Paixão e da Angústia, do Consolo e da Desilusão, teus caminhos são incertos. Espero um dia que o meu caminho se cruze com o teu, algures numa encruzilhada do viver. Até lá…espero.