Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1886. Iniciou seus estudos na cidade natal, e formou-se em Humanidades no Colégio Pedro II no Rio de Janeiro. Em 1903 ingressou no curso de Arquitetura da Escola Politécnica de São Paulo, mas teve que interromper os estudos para tratar de uma tuberculose.
Em 1913, Manuel Bandeira partiu para a Suíça em busca da cura, onde permaneceu durante um ano. Nesse período, conviveu com o poeta francês, internado na mesma clínica, Paul Eluard, sem a menor esperança de sobreviver, conforme confessou posteriormente no poema Pneumotórax, do livro "Libertinagem".
Em 1917, Manuel Bandeira publicou seu primeiro livro de versos "A Cinza das Horas", onde os poemas são contaminados pela melancolia e pelo sofrimento, como no poema “Desencanto”. Dois anos depois, publicou “Carnaval” (1919), cujos poemas prenunciavam os valores de uma nova tendência estética.
Em 1922, ano da Semana de Arte Moderna, Bandeira preferiu não participar do evento que foi um marco do movimento Modernista no Brasil, mas seu poema “Os Sapos” foi lido por Ronald de Carvalho, em meio a grande vaia. O poema satiriza os princípios do Parnasianismo, com um deboche agressivo dirigido à métrica e à rima desses poemas.
Com a publicação de "O Ritmo Dissoluto" (1924) e "Libertinagem" (1930), Manuel Bandeira mergulhou de vez no ideário modernista, onde aparecem os poemas: “O Cacto”, “Pneumotórax”, “Evocação ao Recife”, “Vou-me Embora pra Pasárgada”, uma espécie de outobiografia lírica, entre outros. Em toda sua obra modernista a palavra-chave é liberdade, seja de conteúdo, seja de forma. Seus escritos abordam temas recorrentes como família, morte e sua infância no Recife.
Manuel Bandeira foi também, cronista, prosador, crítico de arte, tradutor e professor. Em 1940, foi eleito para a cadeira nº. 40 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968.
Entre suas obras poéticas destacam-se:
- A Cinza das Horas (1917)
- Carnaval (1919)
- Libertinagem (1930)
- Estrela da Manhã (1936)
- Lira dos Cinquent' Anos (1940)
- Mafuá do Malungo (1948)
- Opus 10 (1952)
- Intinerário de Pasárgada (1957)
- Poesia e Prosa Completa (1958)
- Estrela da Tarde (1963)