Manu Miranda
Essência
Vire mais um copo,
Se deixe extravasar.
A vida é muito curta pra chorar,
Levante essa cabeça, E vamos lá.
Talvez nós pudéssemos conversar.
Se é um amigo que deseja
Eu estou aqui,
Se é um ombro que precisa
O meu vai servir.
Me diga o que te aflige,
Conte-me o que inflige
A tua vontade de sorrir,
E isso nós podemos auferir.
Talvez eu não seja
O melhor orador,
Mas talvez eu entenda
O motivo da tua dor.
Aproveite a vida.
Ela é muito curta para ser rompida,
Use teu amor
Para escudo da dor.
Quando você se foi eu nem ao menos chorei. Quando você se foi eu me limitei a respirar fundo e aceitar. Não é como se não te amasse naquela época... eu te amava sim, e por isso mesmo tive que deixá-la ir, por isso mesmo tive que ser corajosa e te mandar embora, mesmo sabendo que você queria ir há muito tempo. A verdade é que você jamais me amou com metade da intensidade que eu te amava. Você me amava quando decidia assim, me amava para me fazer sua e ser minha, mas não me amava o suficiente para ter coragem, não me amava o suficiente para assumir a si mesma que era à mim que queria todos os dias.... Você me amava porque eu sempre seria sua segunda opção. Você nunca abandonaria sua vida arrumada e perfeita por mim... eu não à culpo, não sinto mágoa ou qualquer outro sentimento que te vincule de modo ruim à mim. Mas também não sinto nada além de gratidão por tudo que aprendi contigo.
Eu te amei? Sem dúvidas! Eu te amei com tudo que podia, com tudo que conseguia, mas não tudo o que eu tinha... e foi melhor assim. O amor que eu dediquei à você foi verdadeiro, mas teu amor nunca foi correto, era errado manter um sentimento em faísca, sem nunca deixá-lo queimar. Não quero nada de ti, acredite... Você é uma pessoa maravilhosa, mas não a pessoa para mim, e você sempre soube disso...o trato silencioso sempre foi o de não se apegar, mas você fez isso primeiro que eu, mas eu nunca fui forte para lutar contra o amor, e assim como você, eu apeguei-me. Mesmo temendo, eu já te amava, e você me fazia acreditar que eu era amada, talvez fosse, mas não na mesma escala. Mas aquele amor nunca havia sido feito para durar. Eu desejei sua felicidade e deixei ir aquele sentimento, com sorte ele se dissipou na mesma velocidade da qual aparecera.
Talvez nunca tenha sido amor para você, mas para mim era, um amor que eu não matei, mas do qual fiz pior... deixei ir, abri as portas do coração e mandei voar aquilo que nunca foi meu. Teu amor não me pertencia, talvez por isso tenha sido tão simples te esquecer.... Você nem mesmo era parte de mim. Espero que esteja bem onde e com quem estiver... Por favor não me procure, hoje em dia eu já achei o amor que me pertence e do qual eu pertenço. Só precisava dizer algumas coisas para ti, talvez porque hoje mais cedo sei que apertou o resquício de mágoa que deixei partir enquanto escrevia essas palavras... Fique bem, teu amor nunca foi meu, e meu amor nunca foi teu.
Eu mergulhei tão fundo nas minhas mágoas que me afoguei.
Deixei acumular as dores que me afligem, deixei juntar cada mágoa que já estava quase inexistente ali... eu me deixei morrer.
Eu me deixo morrer cada dia um pouco mais para que você possa viver em mim. Eu me coloco em segundo lugar para que você ocupe o primeiro. Eu me deixei ir para que você pudesse ficar...
A gente se mata um pouquinho a cada dia...
A gente se mata um pouquinho quando diz "tudo bem" quando não está tudo bem, quando está tudo péssimo e a vontade de gritar se enrola na garganta de tanta angústia.
A gente se mata um pouquinho quando pede desculpas mesmo sabendo que não estava errado, e mesmo sabendo que não se deve pedir desculpas estando certo... mas a gente pede pra ver tudo "parecer" bem... e se mata um pouquinho.
A gente se mata um pouquinho quando se põe em segundo lugar, quando se deixa sofrer pra ver a felicidade no outro. A gente se mata um pouquinho quando se deixa de lado para por o outro no centro...
E de pouquinho em pouquinho... a gente se mata por dentro.