Mano Melo
POEMA DE NATAL
Que este natal
Seja um nascimento
Cimento e cal
Para o concreto
De seus projetos
Seja a semente
Daquele passo adiante
Que você sempre quis
Saúde Felicidade
Trabalho Prosperidade
Para você sua família
Seu povo sua cidade
Seu país
Que você realize
Todos os sonhos do coração
Seu jardim floresça
Seus filhos cresçam
Que tudo de bom lhe aconteça
A você e aos que você ama
Que seus negócios se multipliquem por mil
E tudo que está bom
Seja melhor ainda
Que a dor e a tristeza
Não tenham lugar à sua mesa
Tudo do bom e do melhor
Para você e os seus
Com as graças de Deus
Feliz daquele que ama
e faz do amor um antídoto
contra a acre mediocridade
da sociedade humana.
Se o amor é magia, quem ama é um mago.
Mago é aquele que quer ir ao âmago
extrair o sumo,
digerir o universo dentro do estômago.
Tenho medo da morte
que habita em seu quarto de hóspedes,
sentada numa cadeira de balanço,
de cachecol, fumando cachimbo.
Tenho medo de ser devorado em seus delírios, e, com suas poderosas mandíbulas,
ela me faça em pedaços
e engula.
Incurável e sem remédio
grafiteiro dos impossíveis,
em tintas invisíveis
escrevi no asfalto,
bem defronte ao seu prédio,
que você é meu amor.
Vale o escrito...
Quem quiser que decifre os pirilampeios
pela escuridão.
Eu me guio pelos sinais dos faróis
das ilhas perto do cais.
E nem me lembro mais
das borboletas pescadas nos anzóis.
Lembro-me só dos arrebóis,
dos arrepios,
dos bicos de seios
em que, pela primeira vez, me vi ante os mistérios
da mulher.
Um rio me invade
o status quo tidiano.
A vida vibra em ondas como um aeroplano.
O Tempo é um rinoceronte
que range e ruge de longe.
O Tempo é um elefante,
um elevador,
um alto falante
perto e distante.
O tempo é um diamante,
um trilho, uma trilha,
macho e fêmea,
filho e filha.
Poema: O Tempo
Livro: Poemas do Amor Eterno
Um espírito que vagava na imensidão do nada
encontrou sua porta de entrada
num ventre de mulher
cálido e suave.
Sua nave,
até o dia de nascer.
Nave-mãe
que sente cólicas, enjoa, perde peso, chora à toa,
sente desejos incontroláveis de comer.
Ela é abrigo, guarida.
Toda mulher grávida é um hino à vida.
No ventre da mãe,
encarnou divina graça,
entrou e saiu por ela
como o sol pela vidraça.
E vem a fase de amamentação.
Nenê quer mamar: Buááááá!
Nenê acordou:- lá vem chororô!
Molhou a fralda: mais berreiro.
Fez cocô - Êta nenê cagão,
tem que trocar o cueiro.
Vida de mãe não conhece tédios, colo de mãe é o mais santo dos remédios.
....
Fragmentos do poema... Coitado do bicho caicãe
que nunca teve mãe
Livro - Poemas do Amor Eterno
"...Viveu de forma longeva e intensa
com simplicidade e sapiência.
E assim o tempo foi passando
e a família crescendo.
Filhos, netos, bisnetos,
continuidade de sua existência,
os muitos ramos de sua Árvore da Vida.
Quando chegou o momento de partir,
Ele disse assim:
- Missão cumprida.
E atravessou sorrindo as portas de saída.
...Por vezes, cômica,
por vezes, dramática,
por vezes, satírica.
Real e onírica.
em sandálias carmim,
baila dentro de mim,
com leveza,
emoldurada de estrelas dálias,
nos céus de minhas memórias.
Ela dança metáforas alucinógenas.
Faz do amor uma palavra
Proparoxítona