MAJELA COLARES
Em verdade vos digo: a real beleza humana é a beleza da essência dos sentimentos, dos atos, dos gestos. A beleza do corpo, a estética, é fundamental, no entanto, está à anos luz da beleza que de fato faz do homem imagem e semelhança de Deus.
Estou na beira do abismo com o pecado na boca... mas a poesia que me ronda sublima esse instante divino.
A única certeza que tenho na vida é a morte; fora isso, suponho que o amor, a humildade e a arte proporcionem uma condição na qual a essência divina manifesta-se na vida com serenidade e beleza bem mais intensas.
Alguêm já afirmou que o mais eficiente marketing é o boca a boca. Cheguei à conclusão de que o mais eficiente boca a boca é o Facebook.
Atualmente o mundo muito se assemelha a um avestruz gerado em um ovo de galinha, e a Humanidade atônita, na esperança de que nasça um beija-flor azul...
O homem é do tamanho do sonho que busca, somado ao tamanho do sonho de quem ama... Eis o verdadeiro tamanho de um homem.
Quando não se tem nenhum motivo para acreditar e, no entanto, motivo algum existe para não deixar de acreditar... Eis aí quando se faz necessário ser sábio, o mínimo possível.
O ser humano já se encontra totalmente autogrampeado; mas a verdadeira intenção de alguns mais estúpidos é alcançar o ponto de grampear 'secreamente' a nossa suprema luz, Deus.
O mundo - nos dias que correm - só não superou ainda, em grampos, as cercas das fazendas do Coronel João Matoso do Baixio Verde, cujo excesso de segurança servia para proteger seus rebanhos das suçuaranas e vadios ladrões de bodes que habitavam as vizinhanças do Baixio...
Realidade quase perversa: às vezes o ser humano tem de se passar por inocente, ingênuo e, mais cruelmente, por tolo, para chegar, o mais rápido possível, à disfarçada verdade que ilude, fere e magoa e, burramente, pensa ser inatingível.
Dizem que no Brasil tudo termina em pizza. Mostremos que mudou... façamos com que de agora em diante tudo termine em poesia.
Se a extensão do seu sonho é sem limites, infindos também serão os limites da probabilidade de galgar a felicidade, sempre.
Existe um mundo em que devemos sempre acreditar, cultivá-lo, vivê-lo intensamente e sempre nos preocuparmos em fazê-lo a cada momento melhor para o nosso bem e para o bem da humanidade. É o mundo que está em cada um de nós, o verdadeiro mundo, o mundo das nossas ideias e sonhos.
E quando chegar a hora inexata do tempo a questionar meus instantes? Com fineza direi: oh, iniludível figura, seja justa... pensei e contemplei a vida com todo o amor que de mim fora possível e mais ainda...
A discreta sutileza de um gesto ferino pode machucar tanto quanto ou até mais que a ferina estupidez de esganar.
Felicidade não é um momento azul de euforia no qual nos sentimos plenamente nas nuvens, mas sim uma permanente nuvem azul que - quer faça sol ou caia chuva - mantém uma aura constantemente azul, azul em torno de nossos sentidos.
Graças ao amor e às paixões - em especial à beleza feminina - o homem saiu das cavernas, conquistou os mares, o espaço e está hoje a desvendar o Universo.
“Não existe um procedimento padrão. O poema emerge espontaneamente. Não escrevo poemas quando me encontro em estado emotivo, quer proveniente de uma situação agradável ou desagradável, (estado de inspiração), nem tão pouco em momentos puramente racionais (estado cerebral). O poema dá sinais... pisca o olho... sorri... no mais das vezes, de início, apenas capto a idéia. O momento de elaboração de um poema, em mim, acontece quando me aproximo o máximo dele, é uma sensação muito boa. É um estado que vai além da razão e da emoção, um estado que não sei definir... apenas percebo quando atinjo. Aí o poema começa a ganhar forma. Somente o que escrevo nesse estado que a mente alcança, para mim indefinido e imprescindível, é que considero poesia.” - MAJELA COLARES, em entrevista...
A felicidade é parceira dos mistérios que habitam as terras férteis dos neurônios mais sensíveis que, vez por outra, enviam missivas de rara beleza ao coração.
DESEJO & CHOCOLATE
um arco–íris surgiu entre dois lábios
no azul do mar, no céu, no azul azul
tinha a cor dos teus olhos – entre nuvens
com sabor de alga, amido e chocolate
um arco-íris no mar riscou tua boca
entre ondas, lampejantes, mil desejos
exalados na brisa, aceso olfato
doce aroma de amor e de segredos
entre gotas de chuva e leves toques
foi-se a tarde ancorando no teu rosto
sob o rastro de um sol quase poente
em meus braços restou a tua imagem:
um arco-íris risonho e transcendente
em teus lábios: desejo & chocolate
Tudo tão falível, tão precário, tão ínfimo, diante de tantas incertezas e a grande maioria ainda relega o amor à planos inferiores. Quanto estranha, oh, humanidade!