Maísa Ludig Van
“E eu já decorei o teu cheiro. Por Deus! Que tipo de pessoa normal decora cheiros?
Já decorei o barulho do teu carro, o som dos teus passos. Sei como se sente quando me chama de sua “anja”. Sei como sorri quando recebe uma mensagem exagerada minha pela manhã tentando te acordar.
Estou adaptada aos teus abraços, por mais que tenha que levantar meus pesinhos pra tentar alcançá-lo ou subir em algum meio fio por própria exigência sua. Acostumei-me com as suas cortadas tão originais que nem parece que são tiradas dos shows de Rafinha Bastos. Acostumei-me com sua tosse, e vi que não é em todo abraço.
Já até decidir a não tentar ver como é que você consegue disfarças a sua observação tão minuciosa de detalhes meus. Adaptei-me aos teus bordões, tuas carinhas felizes e não felizes.
Amo as tuas impaciências, tuas revoltas, tuas teimosias. Amo as tuas birras. Amo teu sorriso, teu cheiro, tua mordida, teu abraço, teu cabelo, tua barba crescendo. Amo teus erros, do mesmo jeito que amo teus acertos... Porque na verdade, eu amo você.
E parabéns pelo dom de me fazer me sentir tão feliz, com as coisas mais simples que possam existir. Por me fazer feliz com uma mensagem, com um sorriso, um abraço curto, e o repentino pra provar que eu não sou quarenta e quatro. Parabéns por me fazer feliz por brigar comigo. Parabéns por me fazer feliz quando me cobra me questiona e quando desarma todas as minhas munições e pára uma discussão com um “quero você”.
No fundo no fundo, eu sei que eu não sou e passo longe de ser a melhor pessoa do mundo pra alguém... No fundo, bem lá no fundo eu sei que eu não sou aquele tipo de pessoa ideal pra fazer alguém feliz. Mas, ainda é incrível, porque mesmo sabendo que não sou, é assim que eu me sinto quando estou perto de você. E quer saber da verdade? Em meio a tanto cansaço, isso é o que mais me faz feliz[...]”