Maike Cabral
O homem moderno não deseja descer aos infernos, tampouco subir ao paraíso. Prefere repousar na terra que o come e regurgita.
A verdadeira escravidão é aquela que, proporcionando a ilusão da liberdade, impõe a realidade da servidão.
Quando lhe disserem “as máscaras cairão”, lembre-se: em nosso tempo reverso caem os dedos, ficam-se os anéis.
Existe uma certa pujança nos homens que adquirem uma certa eloquência, tanto quanto existe uma certa eloquência na pujança que adquire certos homens.
O mal do católico não é a rigidez de seus costumes, mas o costume de não ser rígido com os demônios à sua volta.
Muitas vezes desanimamos ao acreditar que rezamos pouco ou mal e que nossos lábios não expressam bem o que Deus merece. Mas, sinceramente... temos de rezar com os olhos!
O medo da morte é a mais pura invenção do mal; o prazer pela vida, a mais genuína ilusão do bem; a solução destes problemas é simples: morrer para esta vida.
Todo homem honesto deve aceitar o fato de que a honestidade, sem uma insígnia pública que a sustenha, é um sinal de enorme alicantina.
A rebeldia se volta contra os esplendores do céu quando deveria se voltar contra os limites da terra.
A música clássica, ao contrário do que acusam seus surdos detratores, não é elitista no sentido social, mas sim, no sentido da alma, pois quem a ouve pode sobrepor-se ao ouvido que escuta. Isto nada depende da classe social, tão somente, da classe da alma.
A melhor morte é aquela em que Deus nos vê desprovidos das indumentárias ilusórias utilizadas ao longo desta vida.