Luzia Pinheiro da Silva
O amor não anda sozinho, ele precisa do complemento que lhe faça companhia!
É simples: Eu amo você e Você me ama, e dessa forma vamos nos completando.
Amando, transformamos Períodos Simples e agradáveis em Períodos Compostos pelo prazer,
Coordenados pelos nossos planos e Subordinados à vontade testemunhada pelos anjos.
Só quem sabe amar é capaz de reconhecer os Termos Essenciais da nossa Oração que vão muito além do Sujeito eu e você.
Diante da complexidae desse sentimento nós somos no máximo sujeitos pacientes que sofrem a ação por amar excessivamente.
O amor pode ser sutil: começa agindo em pequenas doses, mas quando chega a ser apadrinhado pelos advérbios MUITO, LOUCAMENTE, PERDIDAMENTE, e outros, nenhum objeto é capaz de resistí-lo, e as sutilezas são dispensadas.
Falando do objeto, peço licença aos cultos para dizer que o padrão do amor verdadeiro é específico: precisa "do" complemento, e não "de um" complemento, pois ele não se relaciona de forma indefinida.
Por outro lado, ele não cansa de tentar mudar essa formato, antes vai lapidando minuciosamente suas bases e vai se esquadrinhando nos versos, nos contatos, nas risadas, no ombro, na música, nas lembranças,na confiança...na esperança.
Minha Língua Portuguesa
Se eu não te amasse tanto, eu deixaria de ser sua escrava. Quando me seduzes a abrir a boca , por muitas vezes me deixas em uma enrascada, pois não és isolada, e precisa sempre estar contextualizada, e o nossos contextos parecem se perder no hipertexto.
Compartilho contigo semânticas que pra mim fazem todo sentido, mas naturalmente te escapoles por entre os meus dedos e levas contigo as ideias que outrora me fizestes acreditar que eram minhas, e sai reproduzindo outros sentidos gerando grandes equívocos.
Quando me enganas dessa forma, o que parecia ser próprio à nossa intimidade, passa a ser do outro também, e o outro trata nosso relacionamento com outros pressupostos, e tu te permites.
Oh minha Língua Portuguesa! Se eu não te admirasse, correria para aquilo que é exato, mas sem você não saberia calcular aquilo que é (ou parece ser) certo.Fazes de mim o que queres: usa-me, abusa-me, acusa-me, julga-me, observa-me, absorve-me,condena-me...Depois te vendes e negocias novas interpretações.