Luma Ynnaê
E a vida escorre sem pressa, bate com sua onda de encontro ao meu ser. Arranca meu melhor esforço, arranca sempre o melhor de mim. E me deixa aqui, sem absolutamente nada... Tendo que me contentar apenas em, lentamente, aprender a ser feliz vendo o sorriso alheio.
O que nos falta é mais sensibilidade. Sentir um pouco a necessidade do outro em nossa própria pele, como se o sangue do próximo corresse forte em nossas veias.
Que saibamos carregar cada fardo pesado como se fosse leve, que as nossas lágrimas reguem não só os olhos, mas toda a alma, que exercitemos a fé constantemente, e que agradeçamos a Deus por cada instante.
Quero ficar aqui, quietinha em silêncio. Não me faça forçar palavras, o duelo hoje acontece aqui dentro, eu contra mim mesma.
E no meio do nada eu tive apenas uma saída: aprender a ser otimista. Algo que nunca aprendi enquanto tinha tudo.
Não questione a Deus por Ele ter te dado a presença física de um amor e depois ter te tirado essa presença, agradeça o privilégio de sentir o amor, pois este é o único sentimento que independente de ausência, permanece firme.
E amar é isso. É auxiliar o outro a saltar um obstáculo, mesmo quando suas próprias forças estão extintas. Acredito que o amor anda junto à fé, pois ele vê no impossível, o possível acontecer.
E quando escrevo, sinto-me como um ator de teatro que se identifica com o papel. Veste todo um figurino, arruma o cabelo, ou desarruma, e interpreta pro público nada mais do que ele já é.
Tudo que permanece na lembrança não tem fim. Nós apenas encerramos um ciclo, foi bom pra mim, foi bom pra você, e trouxe várias e várias experiências. Não vamos gastar tempo nos maltratando e pensando no que poderia ter sido, porque o que tinha que ser, já foi. Entra no barco comigo, não precisa está tão perto assim, eu prometo ficar quietinha, deixando você apreciar a paisagem linda que é a vida enquanto ela vai nos guiando... até as pedras se encontram, por que nós não? Um dia, em meio ao meu desespero escutei isso de você: - calma, tudo tem seu tempo!