Luiz Roberto Bodstein

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Ainda que discordando da tese, mostro-me mais inclinado a nutrir respeito maior por quem concluiu, por sua própria lógica, que Deus não existe do que por quem o declara existente simplesmente por ter deixado que a crença se instalasse por influência de alguém, sem antes buscá-la em si mesmo.

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Recuso-me a acatar um “ismo” que me cristalize dentro de ideologias imutáveis. Antes preservar minha capacidade de repensar minhas posições para mudá-las sempre que se fizer necessário, de modo a fugir do tendencialismo e me aproximar da realidade vigente.

Quando muito jovem e impetuoso na ânsia de “levantar bandeiras” que deixassem clara a minha posição em relação a um tema, não poucas vezes me percebi atropelado pelos partidários da idéia, que se apropriavam dela como os seus legítimos defensores e pretensos “seguidores”. Não foram poucas as ocasiões em que percebi que o rumo que deram àquilo que eu concebera se colocava cada vez mais distante do que eu buscara ao lhe dar origem, mas que agora muitos se julgavam “donos” da minha verdade, e se assenhoravam da sua condução, já totalmente distorcida em relação à proposta original. Em vez de seu criador, eu agora me percebia tutelado pelos meus próprios liderados.

Foi assim que entendi uma história que ouvira contar sobre Carl Max que, ao perceber no que os pretensos “marxistas” da época – teoricamente seus “seguidores” – haviam transformado a sua ideologia, criada com o objetivo de buscar uma forma mais justa de condução dos povos, já no leito de morte teria declarado: “Tudo que sei é que não sou marxista!”. Verdadeira ou não essa versão, ela se mostra, no mínimo, como uma lição que nos previne contra rumos que nos escapam ao controle. Daí porque desisti em definitivo de levantar bandeiras como ideologia definitiva. Escolhi preservar minha capacidade de analisar todos os lados e mudar de opinião quantas vezes se fizer necessário para me aproximar da realidade, e não da versão dada a ela pelo lado que a tomou como sua.

Ninguém está imune a derrotas. Mas só os fracos sucumbem.

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Se você se acostumou a deixar as rédeas de sua vida na mão de outras pessoas, possivelmente só as terá de volta quando quem as tiver não puder mais fazer nada por você, e aí já poderá ser tarde para que possa reaprender a conduzir-se por si mesmo!

Os meios utilizados para conseguir o que quer e a forma como as ações são conduzidas até o objetivo é que diferenciam o calhorda de quem cometeu um erro de percurso.

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Quanto mais consciente me faço, mais o mundo em que eu gostaria de viver se distancia de mim.

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Ser portadora de desequilíbrio grave é um direito de qualquer pessoa humana, mas fazer uso do desequilíbrio para cometer calúnia e difamação - além de agredir de forma ignóbil a moral de todas as pessoas em torno por despeito e mágoa pela felicidade de outrem - extrapola qualquer direito e esbarra na constatação pura e simples da falta de caráter.

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Dou meu crédito e profundo respeito a pessoas de convicções fortes como resultado de um longo processo de análise das antíteses filtradas por sua inteligência, que as conduz invariavelmente a um equilíbrio responsável em suas conclusões e empresta consistência e confiabilidade às idéias que defendem. Quanto menos doutrinárias ou dogmáticas forem, mais isentas e confiáveis se farão suas análises, pois que não estarão sujeitas aos moldes de suas próprias crenças. A maturidade me encontrou como um livro aberto desejoso de se manter fora das tribos e longe das mentes fracas que se deixam convencer sem refletir por si mesmas, das que constroem “verdades” sobre idéias de outrem que vão incorporando à sua lista de bandeiras sem nunca terem-nas submetido a nenhum tipo de filtro. São movidas pelo mero prazer de repassar “filosofia de papagaio”, em que não há critério nem responsabilidade para com os efeitos que produzem. Teses conscientes não dependem de bandeiras ou correntes para se disseminarem: elas se impõem por si mesmas, mas entre as pessoas que farão a diferença.

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O grande problema deste país não é a proporção maior de pessoas de baixo poder aquisitivo, mas as de baixo poder de raciocínio. Interessa, contudo, ao poder – posto que se apresentam como maioria – que uma coisa esteja associada à outra.

Precisamos olhar a vida como se fôssemos feitos de algodão, mas vivê-la como se o fôramos de aço.

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Não existe um poeta são: não é poeta, se sempre vence a razão!

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Nestes tempos de emoções instantâneas mantidas artificialmente por tantas tecnologias – feitas para transformar nossos momentos em mero passatempo desprovido de significado – esse caráter efêmero e descartável de tudo faz com que nos distanciemos de nossas essências, do todo sistêmico que integramos. Tornamo-nos, assim, meros fragmentos de um agora casual, sem passado e sem futuro. É, pois, a visão sistêmica da trajetória percorrida que efetivamente nos integra a tudo o que veio antes e continuará depois de nós, de forma a que entendamos o real sentido de nossa passagem pelo planeta e da diferença que fizemos na sua construção. Contribuir com nosso legado para os que nos sucederem assume caráter de dever para os que estão aqui hoje, e de direito não sonegado aos que virão depois de nós. Há que se preservar a visão do todo para entender o nosso papel de agentes neste agora.

A moldura imperfeita não se revela um obstáculo para que a sensibilidade do apaixonado pela arte identifique a obra prima trazida a destaque por suas dimensões físicas. Assim, o corpo atrelado à alma que descobrimos amar pode realçar-lhe a beleza, mas é a magia do artista colocada na tela a essência que irá atrair, como um ímã, os olhos de Eros. E então, em dado momento, a atenção antes voltada unicamente para a obra descobre a harmonia da moldura à sua volta – até desprezada a princípio – e desperta para o conjunto absolutamente perfeito que forma com a arte pela qual nos apaixonamos. É quando descobrimos que ela se mistura às cores da tela e lhe dá a ênfase que faltava para que pudéssemos absorver – sem limites – a plenitude da obra.

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Tudo na vida se resume a escolhas e suas compatibilidades. Cada qual escolhe o que quer para si e aos demais só resta aceitar ou não a escolha, o que se traduz por harmonização ou conflito. O dia em que restringirmos nossa intolerância apenas ao que afeta a alguém que não o próprio detentor da escolha já teremos dado um passo decisivo para reduzir drasticamente os conflitos do planeta.

Quantas vezes se sofre não porque nos acontece algo, mas justamente porque não acontece nada!

Ainda que efêmeros, os amores proibidos compensam o tempo curto com intensidade.

Sempre que ficar em dúvida sobre o que vai dizer, deixe que o coração se posicione na frente para falar por você. O coração não ouve a voz do ego. Ele só reconhece a voz da alma. Então tudo o que ele colocará em sua boca refletirá exatamente o que você sente.

Diante do intenso sofrimento proporcionado pelo primeiro contato com a ingratidão descobri como estou distante daquele ser melhor que pensava ter-me tornado. Se houvesse atingido tal estágio não sofreria por não obter o retorno esperado como provedor do bem levado a outrem, pois que tal sentimento vem revestido de vaidade - alimento do ego - e estaria feliz, independente do reconhecimento do beneficiado. Saber-se escada para que alguém suba deve ser, por si só, o maior dos retornos para nossos feitos.

Pelo texto do convite também se pode avaliar
se vale o trabalho de deslocar-se para ir à festa.

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Você não é admirado somente pelas idéias que brotam de sua inspiração,
mas também pelas pessoas que o inspiram dentre aquelas que admira.

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Com a sexta década começando a me pesar nas costas,
o slogan que elegi para mim nos últimos anos é o seguinte:

"Acredite em quem está sempre buscando a verdade; duvide de quem a encontre!".

Mais do que ficar triste por não acreditares num deus, entristece-me é ter que admitir a idéia de que ninguém te trouxe para a minha vida por algum mérito meu, ou para que eu pudesse aprender a ser melhor a partir de ti...
E pela primeira vez não quero concordar contigo, pois que ficarei muito mais infeliz se começar a acreditar que não poderei continuar a ter teu amor ou, antes, poder te dar o outro tanto que te dedico em todas as nossas próximas vidas.

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Ainda que sua evolução cósmica aconteça involuntária e inevitavelmente, a sua próxima reencarnação não retém as memórias dos benefícios e momentos felizes vividos neste seu agora. Assim, por que deixar para descobrir isso quando não sobrar mais tempo para desfrutá-los?

Inserida por bodstein

Sou aquela pessoa que acredita até prova em contrário e que jamais faz jogo sujo nem mesmo pra se defender. Mas quem achar que isso me torna uma ótima vítima de ocasião pode descobrir que, mesmo sem violar princípios éticos ou legais, sei usar minha inteligência para tornar a tarefa bem mais árdua do que possa imaginar. No mínimo a pessoa vai encontrar problemas que não precisaria ter se me deixasse no meu canto.