Luiz Fernando Pereira
MEDOS DO MUNDO
Não tenha medo de dizer, olá,
Não tenha medo de conhecer, falar, entender, explicar,
Não tenha medo de perder, ganhar, dividir, multiplicar,
Não tenha medo deste sentimento futuro, pois,
Só ele nos permite a ter-lo,
Porém, Não tenha medo de perdê-lo...
Assim como a vida,
Porem deve-se temê-la antes do tempo certo,
Alias, inexistem as meras verdades...
São apenas novidades, veleidades, aparências, ou mesmo confidencias,
Este último cumpre o próprio destino de permanecer seus dogmas,
Seu clímax, como uma história, começo, meio e fim,
Alias medo de uma palavra tão pequena,
Apenas três letras,
Por que uma já fugiu...
Sintomas da verdade desmedida
O que adianta falar o que quero sem ninguem me ouve,
O que adianta ouvir se não posso me expressar como quero,
O que adianta ver se nem menos posso tocar,
E se deixassem tocar no que quero
Se ninguem ao menos me ouve,
Muito menos fala o que quero
De uma coisa sei,
Somente eu mesmo quero aquilo em que posso
Alcançar, tocar, falar e sentir.
Mas se for tão realista
Tornaria-me a ser um ilusionista
Pois tudo que é real
É uma mera ilusão!
Nada por acaso
Ver o vasto rio do silêncio,
Ler os céus com os cílios,
Ouvir os passos dos ventos,
Falar sem menos labiar,
Muitos menos assoviar,
Nem mesmo gesticular,
Apenas num dia citar,
Noutro nem se quer lembrar...
Ouvir os tintos sonhos que a pele possa querer sentir,
Falar o que apenas o que tem, para mais querer,
O que vou querer deixo a voz do coração dizer,
O que dizer!
É apenas o querer,
Se tudo quero
Para que temer,
Se tudo temo,
Deixo logo a porta bater,
Mesmo estando trancada...
Nada por acaso,
Se ouço descaso,
canso, danço, fico manso,
Sem pensar,
Apenas me movo, me mexo, balanço...
Que tanto tentei
Quisera eu ter um sonho
Tornou-se objetivo, obcessão
Quisera eu ter antes visto a realidade
Tornou-se impossivel
Quisera eu ter já visto a realidade
Torna-se ainda sim meu sonho um dia
Quisera eu ter fé
Torna-se ela a esperança e a força da busca de meus ideias.
Se ainda não consegui,
Sei que a fé e a esperança não vou olvidar
Se tentei com ganas
Mas ganas posso alçancar
Ainda olhei no quarto escuro meu sonho que já havia se apagado,
Mas quando abri meus olhos, vi um novo horizonte,
Mesmo sem colinas,
Pois é apenas uma estrutura que ainda vou construir
Me perdi num só sonho,
Talvez tivesse uma bussola,
Que nada!
Perco de novo até objetivar,
Mesmo sem saber qual a rota
Que esta vou encontrar...
Manifeste-se!
Não seja omisso passar por aqui e nada de criticar, polemizar, estabanar, modernizar,
Alias, sei quando passou por aqui, sei a hora , o dia e o momento exato, só não sei quem tú és,
Não sei até quanto seu anonimato,
Não seja um rato ao se esconder, manifeste-se,
Não fique com seus pensamentos estocados, isso é doença!, Freud explica,
Adquira força para lutar, pense no bem , seja positivista,
Mas tenha cabeça no lugar, veja as possibilidades, veja tudo ao seu redor, pare o tempo...
Leia, escreva, critique, manifeste, assim como fez Platão, Aristóteles, Cícero, Maquiavel, Santo Agostinho, Willian Shakespeare, Von Lhering, Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Lock, Hobbles, Nietzche, Kant, Kelsen, Descartes, Sartre,Foucault Seneca, Sun tzu,Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Machado de Asis, Jorge Amado, Drummond de Andrade, Verrisimo, Raquel de Queiroz, Cecilia Meireles, Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues, Mario de Andrade, Monteiro Lobato, Ariano Suassuna, Manuel Bandeira, Mario Quintana, Ferreira Gular, Gabriel Garcia Marques...
Ufa!!
Todos estes nomes, fizeram parte de nossa cultura humana , assim como nossa contemporaneidade devemo-nos fazer também, fazer parte dela , mesmo aqueles que tem o dom ou não, alias, é um caso particular, é algo puro ingenuo, mas que deverá ser libertado , não no momento certo, mas sim, no momento , em que deve-se libertar a mente para novos aprendizados, para um novo estilo de vida, "dê valor ao seu tempo, valorize o dia...", como disse Sêneca em Aprendendo a viver, mas pense, não lei somente livros, pense, tenha intervalos, como nos ensina Artur Schopenhauer, "pense por si mesmo".
A VIDA, A ÁGUA E O VINHO
A vida é a correnteza, nos leva;
A água e o vinho, também
O primeiro é essencial,
O segundo nos traz a essência,
Portanto, um somos nós
O outro, o que queremos ser
São todos efeitos da vida.
A água é como se fosse nós quando nascemos,
Simples, puro, modesto, sem gosto, natural;
O vinho é como se fosse, ou será, robusto, ousado, complexo, perito, artificial
Mas são fases naturais, num mundo artificial, estético
Se comparar um e outro, vemos em sua essência, a água acima do vinho, hierarquicamente,
Porém, nada compara a vida em sua essência,
Seja esteticamente;
Seja intelectualmente;
Pois, ela se abstrata, desenvolve e perece
É abstrata porque nada é igual , seja a forma ou objeto
Se desenvolve porque segue sua evolutividade dinâmica
Por fim, se perece por que, assim como uma história, tudo e todos têm seu fim,
E quem escreve é o destino, seja feliz ou triste.
A água é vida ,
Vinho é água,
E a vida é o destino que nos cerca.