Luiz Fernando Alves (Ziron)

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Transbordando-me em sol

O sol da manhã dilacera meu espírito
Me questiono recebendo a luz do dia
Se eu devo achar isso bonito
ou se devo derreter em poesia

Opito pela segunda opção
E aqui estou
Sou um poeta em evolução
Mentira, não sei o que sou

Nem poeta mais eu consigo ser
Vomito qualquer coisa em um papel
E mexendo nesse vomito pude ver
Se abrirem as portas do céu

Agora sou o cúmulo do absurdo
Um incêndio debaixo d'água
Uma orquestra para surdos
Uma paixão sem mágoa

Parque aquático no deserto
Algo desconhecido por mente sã
Navegando nos mares do incerto
Me achei, como estrela da manhã

E o ambiente se mantém iluminado
Mesmo após eu fechar a cortina
Posso deixar assim afirmado
Que sou o sol que me ilumina

Convite para Solidão

Mais uma noite e eu me vou.
Me deito numa cama sendo eu, demasiadamente eu.
Indiscritivelmente eu. Mas o que sou?
Andarilho contemplativo, que se sente unico em vão.
Só me entrego verdadeiramente em tua companhia, solidão.

Despedaça-me e mostre-me a mim mesmo
Para que assim eu possa ver além do que quero que vejam em mim
Abre-me e busca nessa alma cansada a esperança de não ser mais um.
Faz de meu corpo uma sala de estar, e seja bem vinda. Solidão.

Quero ser só, só teu anfitrião.
Me esprema e guarde de mim toda a essência.
Jantaremos essa noite meus sentimentos, e nos embriagaremos com minha existência.
Cada dia mais me canso da sociedade.
Vivo hoje apenas para não morrer de saudade.
Saudadade de ti. Solidão.

Dança comigo eterna donzela
Cheia de melancolia e ainda tão bela
Ouve comigo essa orquestra de minhas confusões
Que toca o mais belo de todos os sons:
O som vazio da solidão.

Por último, deite comigo
E seja minha
Só minha
Sozinha
Solidão.

Permutação de Opostos
(O matemático e a artista)

Ele era um matemático reconhecido
Difícil achar um livro que não tenha lido
Ela pintava quadros no fundo do quintal
Sua música ambiente era o canto de um pardal

Ele tinha medo de ser amado
achava que tudo deveria ser calculado
Ela tinha medo de não amar
Ou que amasse e não conseguisse expressar

O evento mais magnífico para ela era o brilho da aurora
Já para ele eram teorias esboçadas outrora
Quando ele a olhava, ela sentia todas as cores sumindo
E quando ela o olhava, ele sentia a lógica o traindo

Era um mar de oposições, e aquele casal estava submerso
Aconteceu algo que ecoou em todo o resto do universo
Todos aqueles números encontraram todas aquelas formas
a artista estava cega e o matemático não seguia mais normas

Como uma paródia escrita pelo mais louco comediante
os lábios tocaram, seus corpos soltaram um pulso flamejante
a troca de elementos simétricos criou a perfeição
E todos pensaram: Os opostos não se encontram em vão

Senhorita sem rosto

Quem é você que me procura?
Será você a minha verdadeira cura
Ou uma imensidão de sonhos irreais
que causam a ausência de minha paz?

Por que me busca tanto?
Sempre comigo, em qualquer canto.
Os passos que dou são a sua estrada
e tudo que sei sobre ti é nada

O mais estranho é não te conhecer,
Diga-me: Quem é você?
Não sei como se chama e desconheço sua aparência
Mas sei que deveríamos nos ver com certa frequência

Surge uma gota cada vez que sinto sua falta,
Sinto o mar de minhas incertezas em maré alta.
Se a senhorita sem rosto não vier, eu me afogo.
Por favor, me encontre logo...

Testando a realidade ( por favor, não cometa a irreverência de ler isso sóbrio)

Certifique-se de deixar sua sanidade aqui. Estava escrito na porta da sala.

Em seguida, nos fizeram ouvir essa playlist de 3 músicas [[https://www.youtube.com/playlist?list=PLmkksqL1dHsDEP5glX9b4ZVcs1C2rdjmk <-- ouça também leitor, aumente essa experiência ]] enquanto nos encarávamos, esperando alguém iniciar um diálogo.
A dúvida naquela sala estava clara: O quanto é possível desdobrar a insanidade?
Donald levantou e disse:
_Senhores, depende muito do quão irreal conseguimos ir. Descobrindo isso, multiplicamos por 773, o que dá um número alto, certamente.
_Do que o senhor está falando? - Disse Clark
A pergunta agora era: Quem é Clark?
Clark começou a contar sua história:
_Sou filho de uma senhora insanidade casada com uma pêra.
_Protesto meritíssimo! Como poderia algo como a insanidade ter um caso com uma pêra?
_Concedido. Por favor, refaça seu discurso Clark.
Clark estava agora comendo omeletes no topo de uma montanha.
_Porra, como eu vim parar aqui?
Após dizer isso, um urso matou clark.
Voltemos a sala, dessa vez sem o clark.
Não conseguimos descobrir quem era clark, ao invés disso fomos presenteados com aleatoriedades.
_Deixe me entender, o narrador usou a primeira pessoa do plural, isso quer dizer que ele está presente na sala também?
Exatamente. Apenas não gosto de usar travessão.
_Essa história está demasiadamente confusa. - Donald disse preocupado - Vamos tomar cuidado para não nos perdermos em psicodelia. Ontem mesmo um tio meu se afogou em pink floyd e morreu.
Donald, aquela era sua torradeira, e não o seu tio.
_Você liga muito para estética narrador. Me dirá agora que não ama seus eletrodomésticos.
O que? Eu percebo o que você está fazendo Donald, você está embaralhando minha mente, tentando jogar meu jogo contra mim. Você nunca estará livre, Donald, nunca!

Foi então que o cérebro de Donald virou um baralho de cartas.
Estávamos agora jogando poker com o cérebro de Donald, sentado nas nuvens.
Para jogar poker é preciso saber blefar. Ter uma certa habilidade com a blablação. Ter a confiança do adversário, conhecê-lo bem e acabar com a fome da África distribuindo bacons. Imagina com o cénario que temos em fast food, se cada pessoa doasse 1 bacon para um cara que recolhesse bacon, isso provavelmente não traria grandes impactos. Mas seria engraçado, não acha?
Todos riram. Muito. 5 estão gravemente feridos na UTI, cancer risonho. Pronto. Morreram. 2 vezes.
Michele, demostrando confusão em sua face começou a falar enquanto eu distribuía as cartas:
_Olha, eu não sei se estou entendendo bem o que é isso aqui. Os parágrafos são confusos, não existe um assunto central. Um dos personagens não usa travessão, e o mesmo narra a história, acho que precisamos de explicações aqui. Estamos jogando poker com o cérebro de nosso amigo e tem uma torradeira sentada na cadeira! Por que estamos nesse lugar? Como mudamos de cenário tão rápido?
Estamos desdobrando o irreal, quebrando alguns padrões. Criando uma história não interessante, com um não nexo e por último, mas não menos importante, uma torradeira.
_É o meu tio! - disse Donald
_Nossa, o Donald está vivo, mesmo sem cérebro! - Michele está exageradamente desmaiada.

Novo título: O retorno de Donald.
_Que porra é essa, um novo título? - donald se senta na cadeira e continua seu discurso chato e irrelevante para mim. Estamos agora em Tókio - Irrelevante? Do que você está falando, para de nos mudar de lugar assim. Por que tu tá escrevendo isso cara? Vai entregar a algum psicólogo pedindo ajuda?
Esqueci o que ia dizer.
_Nem sabe narrar, está conversando com um personagem. Você assassinou um personagem que nem sequer conhecia. Não sabe narrar, desista.
Percebo o que está te incomodando, está sentido saudades dos seus primos, coesão e coerência. Não percamos mais o foco, e vamos voltar ao tópico principal.

[[ Charging psychedelic interestellar cannon | 79% ready ]]

_O que é isso que você está fazendo? - disse alguém, cansei de criar personagens.

[[ Charging psychedelic interestellar cannon | 94% ready ]]

Eu estava distraindo vocês, com pãezinhos, enquanto preparava vosso prato principal.

[[ Charging psychedelic interestellar (your mind is fucked, I swear) cannon | 100% ready ]]
Todos os personagens criados até aqui morreram.

Novo título, sem personagens que questionam o narrador:

Envangelho

Livro 1 - Gênesis:
Estava lutando contra 342314 amazonas com metralhadoras que atiravam crocodilos.
Crocodilos assassinos raivosos.
crocodilos assassinos raivosos que tinham uma metralhadora na cabeça.
Essa metralhadora atirava metralhadoras. E essas outras metralhadoras atiravam crocodilos iguais ao da penúltima frase.
Isso não era nenhum problema para meu dinossauro wheyproteix turbo 32.1 beta (trial version).
Era um dinossauro que atirava laser interruptor de ciclos infinitos, a arma perfeita para combater as amazonas naquela situação.
Mas as amazonas eram astutas, inteligentes, feministas e produtoras de dubstep.

Eu não esperava um dubstep tão brutal, os meus pêlos estavam arrepiados, e cantavam o hino nacional. Eu não estava mais sentindo o meu corpo. Era isso, eu havia morrido.



Livro 2 e último: Apocalipse - After death

É assim que é a morte? Parece que estou afundado em um mar de sorvete sem sabor (vulgo gelo). A psicodelia não acaba nem aqui.
tenho que dorm[[error: unexpected end.]] ((o que tá havendo?))

_Não sei, parece que deu algum erro no cérebro dele.
_Será que ele ainda estava acompanhando a história?
_Não sei, mas achei meio ousado, diziam nos corredores que essa história o lia, ao invés do contrário.
_Impossível, eu não quero mais pensar nisso. Nunca mais participo de algo assim. Isso é no mínimo a polpa extraída da mente de 100 loucos.
_Não quero mais saber disso, vamos apague as luzes, vamos embora.
_Ok, você dirige, isso me deixou um pouco abalado. Você viu aqueles títulos surgindo no [[vozes saindo em fadeout]]meio do nada[[all mute, welcome to the void]]?