Luiz De Oliveira
Sem Graça
Sinto o cheiro de hipocrisia
Vejo uma fumaça
Ouço risadas constantes
Outro pseudo fumante
Sem graça...
Fé Em Si
Não importa o tempo que se passe
Anos, décadas, séculos...
Perca tudo o que tens
Ruins ou bens
Só não perca a fé ém si
Continue caminhando
No fim há de sorrir
Os dias passam devagar
Não chego em nenhum lugar
Nessa vida entediante
Vivo tentando me encontrar...
Desperto contra meu próprio olhar
Entre as brasas frias de um sonho
Queimando no céu com ínfimo pesar
Fugindo de um semblante tristonho
Em situações de conforto traiçoeiro
Meu cérebro encontra suas ruínas
Entre as gélidas garras do nevoeiro
E na distância de uma voz trêmula
Meio ou totalmente ofuscada
Tento me erguer perante à flâmula
Envolto em sua bruma dourada
Em pisos de vidro num jogo mental
Cegado por seu olhar sorrateiro
Me encontro em um desejo carnal
Entre eu, eu mesmo e o nevoeiro
Agora sou um corpo que navega
Em um riacho vivo em tormenta
Dedilhada em uma onda incerta
Confundido em cinza e magenta
Navegando por sóis em inércia
Ordenado por lascívia e desejo
Despejado em escárnio e covardia
Me encontro no calor de um beijo
Abaixo de uma lua outrora fria
Flutuando no tártaro do nevoeiro