Como um prisioneiro a lua me espia pelas grades do banheiro
O besouro rola na bola de esterco o tempo futuro.
O brilho do salto do peixe na cascata, lâmina de prata.
Na laranja e na couve picada - as cores brasileiras da feijoada.
O lírio levanta no meio da noite seu copo de leite.
Tarde de sol, o armador da rede range devagar.
A nuvem oferta delgada talhada de melão: a lua.
Ás da aviação o valente bem-te-vi ataca o gavião.
Da flor o orvalho nas pétalas: tua face depois que choraste.
Se mira na poça de lama do pátio a lua vaidosa
Formigas na porta carregam o corpo da cigarra morta.
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.