Luíse Matheus
Às vezes tinha raiva dele, pelo simples fato de existir e me consumir por completa, mas em outros momentos, eu amava sentir isso, mas independente de gostar ou não desse sentimento, eu o tratará como uma jóia rara, uma relíquia, algo que não havia outro no mundo, como um objeto único.
Naquele sentimento havia algo a mais, algo que eu não sabia o que era, que não podia controlar, algo inexplicável.
O amor que eu sentia por ele era independente, não precisava ser recíproco para continuar a crescer e uma briga não era o suficiente para destruir.
Durante o tempo que passei longe dele, tentei viver normalmente, como se nada tivesse acontecido. Por fora eu era uma pessoa normal, inteira, saudável e em poucos momentos, alegre, porém por dentro era como se eu não existisse.
Não fazia muita lógica continuar vivendo, mas eu não podia perdê-lo assim de vez, não conscientemente.
Eu estava permanentemente proibida para lembrar. Estava em uma situação chave, tinha duas opções: ou lembrava e sofria ou esquecia e vivia. Optei pela primeira, pois sem ele eu não podia viver.
Agora, ele passara a ser a minha fonte de vida; não ele, o garoto dos olhos de esmeralda, mas ele, o sentimento.
Decidi que iria esquecer. Esquecer o menino dos olhos de esmeralda, não aquele sentimento, pois ele pertencia a mim e a mais ninguém.
E assim como não teve lógica quando começou, sei que não houve nexo quando terminou, se é que realmente houve um fim.
Eu vivera entre o torpor e a utopia de tal maneira que, eu não conseguia mais distinguir o que era real do que era fictício.
Ele me mostrara um mundo ao qual eu nunca tinha visto, ou não lembrava que existia, devido ao torpor ao qual vivera por muito tempo. Era o mundo da reciprocidade, do bem querer.
Eu havia entregue o meu coração à ele, a fim de que, pudesse me fazer esquecer o relacionamento utópico do passado.
Eu sei que não o amava tanto quanto passava, mas amava-o quanto podia, o quanto era permitido, além do que o meu torpor me permitia.
"Achar que uma pessoa deve te amar, só pelo fato de você amá-la, é negar-se, negar os reais sentimentos; porque os verdadeiros sentimentos não precisam ser recíprocos, podem ser utópicos, platônicos, não importa, o que realmente significa é o sentido para quem o sente. Muitas vezes o receptor nem ao menos consegue entender o porque de tanto amor. Mas, tolo aquele que tenta entender os sentimentos, esses não são para ser entendidos, porém vividos e da melhor maneira possível. Amar não significar compreender, significa viver."
Dói quando chega certo dia do mês, e penso que seria mais um com você e vejo que é mais um sem te ter.
"Não quero esquecê-lo, sei que preciso, necessito esquecê-lo para viver, mas sei também que, não conseguiria respirar se esse sentimento acabasse."
"Devido ao fato de eu não conseguir controlar aquele sentimento que me consumira e me tomara todo o coração, sem nenhuma reciprocidade, eu resolvi esquecê-lo."