Luckas Roodz
As pessoas não mudam só camufla o ódio e escolhem novos alvos, inventam novas verdades para estar em harmonia com os velhos atos primitivos e covardes que tanto criticam e que tanto se orgulham!
Entre eu o tudo e o nada
Andando sem destino pelos caminhos tortos da minha mente, tentando achar algo que eu tinha perdido mas nem sabia o que era.
olhando para o céu limpo e azul de um sol claro sem nuvens com a certeza de que não teria nada de místico ou especial lá em cima.Era apenas mais um dia normal que iria terminar sem fazer nenhum sentido, como todos os meus dias. Mas não foi um dia normal!
Um pensamento perdido veio á tona, há inexistência de algo que um dia eu achei que era existente.
Esse pensamento começou a tomar conta de mim, quando percebi que não era apenas um pensamento e sim uma lembrança esquecida,
que acabava de ressucitar do cemitério dos sonhos perdidos! Lembrança de um tempo que tinha morrido dentro de um outro eu.
Um tempo que eu tinha alcançado o céu com os meus sonhos, que se perderam antes de chegarem no solo, e nesse meio tempo aconteceu o que mudaria a minha vida para sempre.
Dá alegria de descobrir uma nova forma de ver o mundo, outra realidade mais otimista, uma utopia real, ao qual só os escolhidos entrariam.Ao ódio da distopia, descobrir que as pessoas nunca mudariam, aquilo nunca foi real e nunca seria.
Apenas mas um clichê da felicidade que te ilude com a promessa de nunca ir embora.
O inexistente que tinha virado existente voltaria a inexistência, mas "eu" não voltaria a ser o mesmu.Não nunca mais! O meu "eu" tinha morrido e agora, eu iria construir um novo "eu" inabalável, forte como nunca, com a mente blindada pra qualquer tipo de sentimento, pois não sabia distinguir qual sentimento era realmente bom ou ruim pra mim.
Estava disposto a destruir tudo que tinha sobrado, queria que tudo virasse pó e o que eu reconstruise seria firme,forte e duro como uma rocha.
Lá estava eu denovo inventando verdades, vomitando esperanças falsas das quais nunca acreditei, mas assim eu continuei caminhando em um caminho sem saída,que eu mesmu inventei para me distrair, para não ficar parado, para simplismente caminhar.Quanto mais tempo se passava mais minhas expectativas abaixavam,e menos vontade de caminhar pro nada eu tinha, fugi tanto dos meus sonhos que eles acabaram se perdendo como o meu ãnimo e minhas motivações... Minha alma desmoronava dentro de mim, já não conseguia criar minhas ilusões, minhas verdades inventadas, meus mundos paralelos, minhas esperanças morriam sufocadas dentro de mim.Até que o nada ganhou outro sentido, agora não era apenas uma palavra que dava sentido para o que eu tanto desprezava, e sim o que estava ao meu redor.
Sem perceber já está em outro mundo que foi se tornando minha realidade, meu esconderijo, nada e ninguém poderia me alcançar, mas chegou ao ponto que nem eu conseguia alcançar a mim.
Desacreditei tanto de tudo e de todos que eu não acreditava mas nem em mim, já não existia absolutamente nada para acreditar, nada para ódiar, ninguém a confiar,não sentia mais dor, só existia o vazio...
- O vazio foi a derradeira verdade que eu tanto procurei, que infelizmente eu achei, me auto-destruir procurando o que eu nunca quis achar.Me perdi entre os meus paradoxos ... O nada é o inexistente, eu cheguei no nada querendo fugir do inexistente e acabei ficando vazio em meio ao mar de lembraças esquecidas, que sempre voltam pra me mostrar que em meio ao tudo eu me tornei o nada!
Entre esse turbilhão de lembranças e frases nunca ditas olhei novamente para o céu que já estava opaco sem lua sem estrelas, apenas escuridão.Como se eu tivessi olhando para um enorme espelho que refletia o que eu era por dentro que me encarava, mostrava meu futuro e meu passado que era tão mórbido tão previsível tão igual ao dia de ontem e vazio como o de amanhã.
Mas algo estava diferente em mim eu não conseguia mais aguentar a angústia que tanto já estava acustumado tava insuportavél ver eu por dentro,e meu corpo começou a tremer comecei a sentir meu sangue correndo pelas veias trazendo calor e força, meus pulmões se encheram de ar, meu coração bombeava como se fosse uma maquina nova, meus orgãos vitais clamavam por vida e um grito abafado tomava conta da minha garganta. já não conseguia mais segurar então olhei para cima olhei pra dentro de mim e gritei : Eu tinha tudo e consegui transformar em nada se eu fiz isso sozinho também posso fazer o contrário só depende de mim e de mais ninguém...!
Olha eu denovo aqui queimando minha mente no fogo do passado, procurando palavras em meio ao frio da noite com o pulmão mucho,dedos moles e olhos que vagam no meio do nada... Não tenho mais o que dizer do vazio,agonia,sofrimento.Não tenho mas o que falar sobre a vida.O fim está proximo e o meu silêncio e minha ultima obra prima !
A única certeza que tenho hoje é a incerteza do amanhã e quando eu penso no futuro otimista eu sonho com o passado que voltará e se tornará eterno... Mas nas incertezas achei algo pra acreditar, nas incertezas eu achei o agora.
O inevitável simplismente aconteceu, não vou lamentar por um fim pelo contrário vou agradecer por ter tido um começo.
Quando mais jovem, no auge do meu ateísmo, um dia me questionei: Qual a diferença de "esperar" e "esperar em Deus."
Sempre achei isso uma grande bobagem, na minha mente o "esperar em Deus" era só seguir calado e obediente, aguentando as pancadas da vida, até um dia as preces serem finalmente ouvidas pelo universo, que retribuía com qualquer coisa, e quem esperava aceitava, com a desculpa de ter sido o melhor pra si.
Hoje mais velho e com espiritualidade, creio que agora sei a diferença.
A espera na espiritualidade não se resume a um teste de resistência, obediência, coragem e fé pra se conseguir o que foi prometido.
Além disso, tem; "Quem você se tornou enquanto estava esperando em Deus.