Luciano Ribeiro Pereira

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Poesia Sem Cor
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Porém minha tinta é Preta
Meu papel é Branco
E as linhas Azuis
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Mas minha retina é colorida
Minhas roupas desbotadas
Meu mundo é em cores
Gostaria de um país sem cores
Mas a história foi escrita
Com o sangue vermelho
do negro escorrendo pelas chibatas
Com o cinza dos navios a vapor
com italianos e japoneses quase sempre amarelos
Com o verde das matas derrubadas
para trilhar um caminho nem sempre azul
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Mas os míopes de coração
Apagaram as luzes da lamparina e se esqueceram
Que para se ver ao longe é preciso de LUZ.

Noites de Mentiras
Sabia olhar ao redor
Hoje apena olho para baixo
Sabia cantar a musica completa
Hoje mal consigo o refrão
Será que foi a noite que fingiu ser minha,
Mas foram apenas fragmentos,
Ou será que menti pra mim mesmo?
Meus cigarros queimaram mais que neurônios
Queimaram meu coração por dentro
Mas nas cinzas não encontrei você
Ou se quer consegui sentir
Seu perfume de jasmim
Sabia olhar ao redor
Hoje nem enxergar consigo
Corria dias e noites em volta de mim mesmo
Agora mal ando atrás do meu rabo
É foram apenas fragmentos
Que sobraram de uma noite de amor
Onde o poço do meu ego
Engoliu-me pra depois cuspir
Eu já sabia que essa noite seria de mentira
Sabia olhar ao redor
Hoje mal consigo fixar meu olhar no horizonte
Pois por mais imortal que eu seja
Os mortais acabaram com meu sonho
Tinha que ser mais do mesmo
E preferi ser mais de mim mesmo
Onde pensava que acabaria em um paraíso
Porém os fragmentos se desfizeram comigo
E junto com a noite perdida
Perdi minha identidade
E vivi
Apenas mais essa noite vazia

08/03/2016