Luciano Marcílio

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⁠O tempo

Quanto tempo se passou, desde que os olhos abri. Foram muitos choros, sorrisos e alegrias que vivi.

Passaram -se sóis, chuvas, noites e arrepios. No início, que passado sem noção, houve fome, em pouco teve fartura, sobrou indignação. Ah, o tempo. Tempo que vivi ou que sobrevivi. Sei que por este tempo, resisti!

Durante o tempo, faltaram falas e argumentos ou sobraram discursos eloquentes, que restaram emonumentos.

Ao tempo, passou-se então revoadas, cardumes e manadas. A multidão parou, gritou ou se levantou, dependeu do tempo.

Ah, quanto tempo, não se percebe e zap, se findou. Muitos assim se foram, pois pra estes, a história acabou.

Amores duraram cada qual o seu tempo, outros nunca ele matou. Seja pelo peito cheio de sentimentos ou pela lembrança de quem Deus nos levou.

No decorrer deste tempo, a mente turbuleceu, se alcamou e enlouqueceu, mas se manteve firme, na sublime como se fosse o apogeu.

Meu tempo enquanto passa, vivencia outros iniciar, foram as maiores alegrias, deste homem sem duvidar.

Ó tempo, como voa. Uns dizem que apenas anda, mas a certeza não se tem, isso pois o que importa, é quando a viagem, seja de barco, de avião ou de trem, aporta, na graça de meu pai, Deus do bem, pois por todo esse tempo, apenas direi: Amém!

Agradeça como eu, o tempo que já passou, aguardando o que ainda virá, sem medo de tropeçar. Seja por campos ou por tormentas, por estradas calmas ou por vias sangrentas, muito tempo mais, ei de passar.