Luciano Laurence
O menino fantasiado de realidade vende balinha no farol, a ALEGORIA passa, mas não dá a mínima para o garoto que canta o ENREDO da miséria.
A COMISSÃO DE FRENTE, formada pelos irmãos mais velhos, entoa o SAMBA da sobrevivência.
A batucada no vidro dos carros incomoda os fantasiados de arrogância.
A HARMONIA é quebrada com a chegada da polícia, que ganha DESTAQUE no quesito pancadaria, bate tanto no pequerrucho franzino que a camisa branca fica vermelha, brilhando luzes de sangue, um prato cheio para agradar os espectadores do carnaval do horror.
O CONJUNTO se parte, e o pequeno esquecido continua tirando zero na EVOLUÇÃO educacional e social, enquanto, aguarda o fim do carnaval, para ser mais bem visto pelos integrantes da ESCOLA DE SAMBA do Partido Eleitoral.
Estou aqui ilhado nesse espaço sem cor ou contrastes. Lugar que não se agrada, que não se transforma, que só isola. Preciso ver gente, sentir afago, carinhos, sorrisos. Viajar, nem que seja por alguns segundos na liberdade de viver.
Mais um ano-novo que se inicia, o ano propício para COMPARTILHAR mais alegria e CURTIR menos tristeza. Que na LINHA DO TEMPO da vida não nos faltem os melhores momentos com as pessoas que amamos. CUTUQUE os seus sonhos mais difíceis para não deixá-los morrer no esquecimento das MENSAGENS PERDIDAS. ADICIONE aos ÁLBUNS muita saúde, paz, felicidades e vitórias conquistadas. Tenha discernimento para EXCLUIR tudo aquilo que não te faz bem e BLOQUEAR quem não te convém. LOGUE com amor, mas jamais dê LOGOUT com raiva de alguém. PARTIU! SEGUIR a felicidade é o que nos resta! Feliz Ano-Novo para todos nós!
O silêncio nos remete ao barulho das sinfonias do inconsciente. O silêncio é música para quem sabe ouvir; é dor para quem perdeu um amor. Pode ser o final de tudo para quem engasgou palavras pronunciadas por lágrimas. Se não houvesse barulho no silêncio, eis que não haveria aprendizado no sofrimento. Um minuto de silêncio e ouvimos os lamentos em cada passo rumo ao incerto. Grite! O silêncio da tua voz me incomoda.
Pela dignidade, às ruas são tomadas. Pela paz, a guerra é declarada. Pedimos mais respeito ao povo, “saúde salarial” nas escolas públicas e “educação” nos hospitais. Queremos mais atitude nas promessas e menos eloquência nos diálogos. Exigimos o direito de termos direitos. Solicitamos aos nobres deputados a instauração de um processo contra si mesmo, avaliando a competência dada pelo povo, mas que é exercida de forma incompetente. Enquanto o ator principal ganha destaque com acusações, o coadjuvante aponta o dedo e finge que é santo na multidão dos hipócritas. Que desta vez, a moralização do Planalto não venha com status de celebridade, morô!?
Marcos saiu do coma induzido após sofrer um ataque de arrogância intelectual. Foi direto para rua furtar conhecimento, em troca levou socos de poesia. Apertou o gatilho e foi alvejado por frases cortantes de Machado. Acabou rendido pelo consumo de literatura e teve uma overdose de sabedoria. Voltou para favela com a arma letrada, agora, só faz assalto de cara limpa. Trocou o sequestro pelo cárcere das rimas. Trafica pensamentos e troca tiros de letras perdidas. Após ser atingido na cabeça por verdades escritas, foi novamente parar na UTI, agora, acometido pela doença bibliofilia.
Muitas vezes, as fofocas começam com interpretações erradas do outro. Não tenho medo do seu julgamento. Só tenho medo dessa sua ignorância ser contagiosa.