Luciana Eleoterio
Por um cálice do seu vinho vagabundo
Te dou entrada no meu intrigante mundo
Mantenha-se sóbrio, pois o que sobra de tudo isso
E a visão conturbada do meu paraíso.
Não faço questão de riqueza e poder.
Só preciso do amor pra me guiar.
Onde reina o egoísmo a certeza é a dor.
Mas o amor tem o poder de libertar.
Um homem grande sonha em conquistar o mundo para si.
Um grande homem sonha transformá-lo num lugar melhor para todos.
Desde que te encontrei nunca mais fui solidão. Deixei de ser ego pra ser elo, parte da mesma alma, pulsar do mesmo coração.
Peguei problema rimei com poema
Pena que a vida não é uma questão de rima!
Eu até queria que fosse para que eu pudesse rimar
Minha saudade com vontade de amar.
Seu corpo ereto faz sombra sobre o meu
Sinto todas as partes ficarem rígidas
Só os quadris ficam soltos numa dança ensaiada ente a língua e o beijo
Esqueço boa parte do mundo
Faço-me deusa, rubra face e boca
Meus poros transbordam milhares de gotas quentes
Vindas incessavelmente das nascentes do desejo.
Faca/poesia
A faca me corta o dedo
A poesia todas as partes
A faca eu manuseio
A poesia me move inteiro
Da faca perdi o medo
Da poesia, o pudor
Parei de falar de perdas
Cansei de falar de dor
Da faca arrumei o fio
Da poesia desfiz a razão
De tudo que resta em mim
Sou sangue, carne e pulsação.
O sábio na sua humildade nunca se importa quando é considerado bobo.
O tolo na sua petulância vive se esforçando tentando provar que é sábio.
Gosto quando você sussurra
palavras bobas entre outras coisas
e juras de bem-me-quer
A noite vai se apagando
desejos se consumando
Em corpos que amam sem pressa
O sol vem anunciando o dia
A luz denunciando a alegria
dos olhos que brilham em festa
Alguém que entenda meu coração de poeta?
Que chora tantas dores, vive tantos amores e na solidão, as vezes faz festa
Que sofre calado
Bate alarmado
Transbordando esperança
Quando nada mais resta.
Sempre tento mudar o que não dá. As vezes, deixo pra depois o que é preciso
Eu sempre choro quando a vida me diz não
As vezes deixo de ser grata ao que consigo
Eu sempre corro para não me atrasar
As vezes paro e deixo a vida passar
Eu sempre deixo palavras soltas no ar
E as vezes calo no momento de falar
Eu sempre amo quem não sabe me amar
As vezes amo e nem sempre sou amado
Sempre pareço indecisa ou inconstante
Mas sou apenas ser humano complicado.
Me deixa ser a imperfeição
da sua clareza
A confusão da sua certeza
me esconder nas suas roupas
me camuflar na sua pele
Me deixa ser o seu sol,
O desejo que te deixa em chamas
A loucura que te deixa sem calma
Me beija, me faça perder o pudor
E me dá mais um pouco do amor, que me juras, sem a intenção de cumprir
Me deixa ficar, me estender além da madrugada
Não me satisfaz ser metade e não me farta ser excessos
Me provoque calor, mantenha meu fogo aceso
Mas quando meu amor for um peso, espero que me sejas sincero
Porque bem sei eu, que nem mesmo o viver com todo o seu enredo e enfado, de fato é eterno
Sutil como um chute no estômago
Vem o amor arranhar minhas entranhas
Eu, criatura largada de sentimentos
Me pego a querer que o mundo seja paz Pra que eu morra só de sangrar de amor
Vem ele a mudar o rumo, contornar os ventos
me embalar em noites sem sono,
A juntar ao pé da cama versos amassados,
Que não foram capazes de explicar o furacão que meu peito se tornou
E tornou-se tornado a devastar-me
A ajuntar-me nessa confusão
E tornou- se a frase mais repetida,
E tornou- se razão e tornou-se comida
Pois no meu corpo já não cabe nada além que amor.