Lucia Helena Galvão Maya

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Humildade

Preciso aprender a ser mais humilde.
Dar a minha humilde contribuição.
Carregar o humilde grão que florescerá, um dia, na colheita grandiosa.
Colheita que trará à luz a grandeza oculta na humildade.
Pois dele nasce tudo o que, um dia, germinará,
mostrando-se à Terra como nobre e valoroso.
Se não porto o grão que me cabe,
caindo na inércia, em meu delírio de vaidade,
quem transportará o grão ?
Quem fecundará o ventre da Terra, para que a colheita surja, radiante ?
Haverá, por acaso, maior grandeza no fruto do que na semente ?
A Lei Universal da Necessidade, que os irmana, dirá que não.
Apenas os separa uma ilusão, nossa enganosa ilusão do tempo.
Que mérito haverá, se cabe a mim o grão,
querer que outros vejam em mim o fruto que não tenho,
pois o tempo de frutificar não é o meu tempo,
nem é minha a doçura e a plenitude realizada do fruto,
mas apenas a simplicidade e a promessa do grão ?
A grandeza do grão é a que me cabe.
A potência discreta e calada, insuspeitada até, de uma colheita generosa.
A paciência e a resistência à adversidade, guardando o segredo e a magia da vida.
Aos Deuses e aos Mestres, peço que semeiem
nessa terra fértil, que é meu coração,
o poder da humildade, que constitui, precisamente,
a grandeza do grão.

Inserida por luciahga