Luccas Gonçalves
Não importava se folhas não havia
Também as estações eu não temia
Se a árvore quando verde se dispia,
porque eu de amor não viveria (ou morreria).
Bonito é não esconder a idade e nem as marcas do tempo! Deixar resplandecer as fases da vida e a experiência adquirida com ela.
Hoje parecia não ter cor
Não havia paleta, tintas, nem pincel.
Havia apenas a paisagem com verde, árvores e um tanto de céu.
Logo vinha ideias, amores e uma tela rabiscada em papel.
Pela manhã era o cheiro do café.
Ao meio dia a trilha que embalava o cafuné, logo a tarde a saudade do carinho entre pés, já a noite um encontro de almas e palavras de fé.
De domingo a domingocarinhos e passeios a pé.
A vida vai passando e a gente nem percebe
Subimos, decemos e ela não impede
Os sonhos nascem, realizam e as vezes nem crescem
Mas comigo ela foi linda e me deu bons momentos como essa prece.
Com um, eu fiz o plano da casa no campo
Com outro a casa estava lá...
Mas o tempo passou e hoje sozinho me encontro a trilhar
Uma vez pensei em dançar na beira do mar
Eu rodeava, rodeava, rodeava e não saia do lugar
No outro momento eu sonhava em ver a lua de mãos dadas
Mas acabava a me encontrar
Era difícil entender que não bastava imaginar
Eu sempre tive que arriscar
Meus sonhos eram grandes e a minha vida estava a girar
Eu rodeava, rodeava, rodeava e não saia do lugar
Enquanto desejavam sem planejar
Meu sonho estava em alcançar
Alcançar as nuvens, as montanhas e ter o ar para respirar
Eu cuidava de todos ao meu lado e esquecia de me olhar
A vida era inédita e estava a pulsar,
onde eu era o protagonista e nela eu estava a girar
rodeava, rodeava, rodeava até que um dia começou a brilhar...
Minha mente era estranha e fazia meu sorriso iluminar
Passei a sonhar e realizar
Deixei de lado a tristeza, os medos, amores e a vida passou a girar,
Girava tão lentamente e eu comecei a enxergar.
Rodeava, rodeava, rodeava e passei a me encontrar
Caminho certeiro
No longo caminho da estrada
conto estrelas no céu.
Absorvo a luz, como a tinta no papel.
Noite escura, fria e só a lua ao léo
é inverno rigoroso e o caminho longo, mas prazeroso.
Sinto gosto, sinto cheiro, sinto a vida sem anseio
e foi na chegada do destino, que descobre porque veio.
É o mar, a companhia, o vinho e o palheiro. São vagas as palavras, mas o destino foi certeiro.