Lucas Benett
Ao olharmos a Cruz de Cristo, lembremo-nos de quem somos e de quem Ele é! Julgamos e condenamos um inocente, que foi levado como uma ovelha muda ao matadouro. O sacrificamos em nome das crenças equivocadas que erguemos acerca dEle mesmo. Com exceção de alguns, se quer fomos capazes de identificar sua presença, tamanho era o muro criado por nossa maldade, religiosidade, por nossos muitos pecados velados...
Mas ainda assim Ele levou sobre si as nossas dores; Carregou o peso da maldade do mundo em seus ombros, nos redimiu, nos perdoou, nos deu vida!
Nós continuamos erguendo nossos muros de maldades incalculáveis, continuamos firmados em muitas crenças equivocadas, mas a Cruz de Cristo permanece apontando o caminho e nos lembrando que a Graça e o Amor de Deus nos cercam por todos os lados. Em sua morte e ressurreição fomos salvos, refeitos, redefinidos.
Ele continua sendo quem sempre foi, o Amor!
E nós, mesmo imperfeitos somos alvos desse Amor!
Cada vez que alguém a quem amamos se vai, uma parte de nós vai junto, mas a parte que fica, fica para lembrar que a saudade não é maior que o amor. Nada é maior que o Amor!
Enquanto isso esperamos o reencontro, em uma grande festa, onde celebraremos a vida e o amor.
A Igreja não é um prédio ou um encontro social, não deveria ser mesquinha, segregacionista, preconceituosa; não deveria condenar as pessoas, impor religião, ser dona da razão.
Igreja é um lugar impossível de ir, pois é algo possível apenas de ser!
A igreja somos nós!
Igreja é a comunidade de toda gente, onde o amor é a regra de fé e prática, onde Jesus é tudo em todos!
Nos prostremos diante da Verdade, daquilo que nos molda, o que nos identifica em meio a multidão; O quem somos, o porque do nosso existir. Que seja nossa vida, verdade partilhada!
A cruz de Cristo revela o quão pobre somos, e o quão bondoso Ele é. Sua graça nos cerca por todos os lados. O Amor nos persegue incansavelmente, apenas para dar-nos um abraço, dizer que Ele venceu, e que tudo ficará bem.
Sobre Jejum: Abster-se da prática do mal, inundar-se e transbordar em bem, justiça, misericórdia e generosidade. Estender a mão ao necessitado. Alimentar-se espiritualmente do amor desmedido e imensurável, ligar-se ao Eterno de forma simples, sem distrações externas, sem ruídos, sem pedidos, sem moeda de troca, barganhas ou dietas sacrificiais. Apenas olhar para Ele, a fim de sejamos nós sua imagem em tempos de crise.
A “maleficação” de Deus, nada mais é que uma mera projeção de nossa maldade no Divino, numa tentativa ignorante de torna-lo nossa imagem. Face a indisposição de tentarmos ser semelhantes a Ele.
O escândalo da graça de Deus:
Na sexta-feira, o Deus que se fez homem, morto por causa dos nossos pecados; no sábado, luto, incertezas e silêncio no coração daqueles que o seguiam; no domingo, a morte prostrada diante do Leão que ruge. E agora, a vida ecoando por toda a parte na Terra.
O Amor não faz força, Ele é a força que nos faz. E a possibilidade de sermos moldados à sua imagem, é uma oportunidade que não deveríamos desperdiçar.
Família está em nossa alma guardada no esconderijo mais sagrado, qualquer palavra que a tente definir, tende a apequenar sua beleza.
Afinal...Igreja é um lugar onde vamos, ou é o lugar que somos?
Será que Jesus seria a favor da preservação dos templos constituídos por Ele, (vidas humanas), ou dos templos construídos por nós?
Onde prestamos culto? O que é culto? De que modo nossa fé rompe a subjetividade e se torna prática? Como esse amor se manifesta? Apenas indo ao templo?
Em um aparente conflito de direitos fundamentais, qual outro se sobrepõe à vida e à saúde?
São perguntas que me interpelam por aqui...
Derramamos lágrimas pelo caminho à medida que seguimos. Elas são o desnudar da nossa alma, a expressão mais singela da nossa frágil e potente humanidade. São sagradas, serão recompensadas e as vezes, encontram em si a própria recompensa.
Há de fazer ser leve, pés descalços, alma de criança que corre na rua, coração sem medo de errar, só coragem de viver, ser do bem, fazer o bem, sentir-se bem. Conexão com a vida, com a terra, com o chão. As vezes voamos alto, ainda que com os pés descalços.
Vista-se pra mais um dia!
De gentileza,de esperança,
de confiança,de generosidade.
De tudo o que for preciso, pra alma ficar bonita.
Em tempos áridos, a única semente que germina é a do amor. Seus frutos são incontáveis e duradouros.