Luan Emilio Faustino
Primeiros Passos
Não cabe a mim dizer: esta é a forma certa ou aquela é a forma errada de amar. Errado mesmo é não amar por medo de amar errado. A gente tenta acertar, tenta diminuir as chances de erros, tenta se preservar e acabamos errando por pensar demais no que na verdade deveria ser simplesmente sentido. E sabe qual é a pior parte disso tudo? É que a gente acredita que tem algum tipo de controle sobre o amor, mera ilusão... A gente tenta, tenta, tenta, tenta racionalizar o amor, mas ele sempre encontra uma forma de burlar as nossas armaduras e contrariar a lógica dos que um dia prometeram nunca mais amar. O amor, às vezes, parece aquelas crianças sapecas que a gente repreende após uma dessas molecagens achando que elas entenderam a lição, mas que cinco minutos depois já estão fazendo as mesmíssimas coisas. Só que o tempo do amor é diferente, até porque o amor não tem nenhum tipo de comprometimento com o tempo, ele transita entre o passado, presente e futuro de forma magistral, fazendo por vezes o passado ser presente nos corações daqueles que aprenderam a amar sozinho.
Talvez o amor seja como uma criança mesmo: ingênuo, sincero, teimoso e desastrado. É isso mesmo! D-E-S-A-S-T-R-A-D-O, igual àquelas crianças que aprenderam a andar há pouco tempo e vivem quebrando as coisas e se quebrando também. É que elas precisam de apoio e nem sempre escolhem o apoio certo. Sabe como é, né? Elas não fazem isso por mal, elas estão apenas aprendendo. E talvez o amor seja isso mesmo: um eterno aprendiz. A gente acha que já fez uma longa caminhada, quando na verdade estamos dando os nossos primeiros passos. Porque cada experiência é única e assim deve ser vivida. O amor é esta criança fantasiada de sentimento que mesmo sem ter a menor noção de certo ou errado vai crescendo dentro da gente sem que a gente possa o conter.
"O que difere o amor das crianças, é que nós podemos educar as crianças. O amor é indomável".
"Engraçado como essas coisas que não fazem sentido conseguem ser as mesmas que acabam dando o sentido de nossas vidas."
Vazios
Basicamente é o que acontece, as pessoas acabam não escrevendo para expressarem uma ideia ou sentimento, a maioria escreve apenas para completarem a linha. Existem tantas pessoas que falam, e tão poucas que têm o que dizer... Estamos tão acostumados a sentir algo, que quando não sentimos mais nada por ninguém, tentamos desesperadamente preencher o vazio com qualquer outra coisa. Tem gente até que prefere sentir dor, do que não sentir nada. O medo do vazio é tão grande que força as pessoas a se preencherem de coisas que elas não querem ou precisam. E assim, elas ficam cheias, cheias de roupas novas, cheias de indagações, cheias de si mesmas. Elas seguem, todas cheias de distrações que elas mesmas criaram para evitar ouvir o eco de seus pensamentos. Sentindo por vezes pena de si mesmas e esperando que os outros sintam o mesmo por elas, mas eles não sentem, pois eles estão ocupados demais se distraindo de seus próprios vazios.
Esconde-Esconde
Ai me perguntaram: Você acredita no Amor? No que eu respondi: Acredito nele e ele em mim, mas vivemos em um eterno esconde-esconde, pois toda vez que o procuro, eu me perco um pouco e toda vez que ele me encontra eu me acho ainda que momentaneamente. E foi observando a lógica dessa brincadeira que eu parei de procurá-lo, não quero mais me perder, eu sei que se eu não dificultar as coisas, se eu não inventar de me esconder nos lugares mais difíceis, ele irá me encontrar, tão desprevenido quanto da primeira vez.
"Meu coração é uma porta giratória que vez ou outra trava me deixando preso, eu fico ali, tentando me livrar dos sentimentos que me impedem de seguir em frente.”
Não, eu não sou o que deveria ser
Sou apenas o que o sobrou de um sonho
Desses que você nunca ousaria sonhar...
[..]Vago por dias e noites como um verdadeiro romântico sem causa, existem muitos sentimentos e nenhum destinatário definido. Há tanta coisa a ser compartilhada que chega a ser pesado o fardo de carregar tudo isso sozinho. Ainda sim, continuo a sonhar e carrego comigo os meus sonhos e estes por sua vez me carregam aliviando um pouco o peso dessa tal realidade. [...]
A nós seres humanos coube a dificil missão de não complicar o que é simples e de não preencher com lacunas o que ja esta vazio. As pessoas se esquecem que vazios somados resultam em abismo, e sem perceber elas se perdem uma nas outras, em uma busca desesperada por sentimento, quando na verdade elas deveriam se encontrar.
E por favor, corta essa de: "você não sabe amar". Não se aprende a amar, da mesma forma que se aprende a contar quantas laranjas João terá se perder 4 de suas 5 laranjas. O amor se manifesta ou não, simples assim. A forma como iremos lidar com ele pode variar, mas o momento em que ele irá surgir será sempre uma incógnita. O fato dele surgir em uma das partes, não implica que a outra tenha que necessáriamente desenvolver o mesmo sentimento. Até porque, o amor não se pega por osmose, ele não se clona e tampouco se cria em laboratório. Ele pode até ser multiplicado, dividido, alterado, mas isso ocorre de forma natural e o instrumento de mudança é o tempo.
A despeito da infelicidade de alguns, a minha vida segue. Adoraria parar e me compadecer da tristeza alheia, mas tenho um compromisso marcado com a felicidade. Compromisso este, que você entre outras coisas só adiou. Por favor, não me odeie por tentar ser feliz, não se culpe por não ser o motivo da minha felicidade. Eu, tanto quanto você quis acreditar em um nós que já não existe. Em um nós que na verdade nunca existiu. Fui ser feliz, não me espere, não tenho hora pra voltar!
Não faço mais planos,apenas transito entre os extremos do sonho e da realidade. E luto todos os dias para fazer com que ambos se tornem o mais próximo possível.
E mais uma vez eu vou dormir com a vontade de fazer alguém feliz, e quando eu falo alguém, eu quero dizer que não existe pessoa certa, nome cativo ou lugar reservado. Eu posto frases de amor, eu pareço constantemente apaixonado, mas toda vez que chego em um ponto final e releio minhas palavras não consigo reconhecer nelas qualquer semelhança com a realidade que me encontro. Ás vezes me sinto uma fraude, mas quase sempre me enxergo como um sonhador, desses que inspiram filmes, suspiros e seriam capazes de morrer por um grande amor.
TALVEZ EU NÃO SEJA DO TIPO NAMORÁVEL
Cansei de jogar a culpa nos outros, a verdade é que eu não sou uma pessoa fácil. Demoro para ser cativado, tenho dificuldades para perdoar mentiras e minha sinceridade quase sempre afasta as pessoas de mim. Quando as pessoas falam “eu te amo” na primeira semana eu fico com o pé atrás pensando: “de duas uma, ou ta falando isso só para ver se eu vou dizer se também amo, ou de fato não deve dar o mesmo valor que dou para um eu te amo”, enfim... Ando meio cético no terreno dos sentimentos e tenho desenvolvido o péssimo hábito defensivo de querer descobrir primeiro o defeito das pessoas, na tentativa frustrada de depois não ser surpreendido. E sabe o que eu descobri com tudo isso? O óbvio: que ninguém é perfeito, que todo mundo tem defeitos e que se procurarmos motivos para não ficar com alguém, sempre vamos encontrar vários. E em meio a qualidades e defeitos de pessoas que eu mal conheço, eu me pergunto: “Será que eu conseguiria conviver com isso a longo prazo?”, “Será que com o tempo essa pessoa vai continuar a sorrir quando eu contar as minhas piadas sem graça?” “Será que se eu não ligar, ela vai me ligar?”, “E se eu ligar? Como eu vou saber se ela teria me ligado?”,”Como poderei saber se sou ou não indiferente pra ela?”. No fundo, eu sei que todo esse questionário se resume a uma palavra: medo. É o velho medo de sofrer... Existe uma frase do Paulo Coelho (eu nunca pensei que um dia fosse citar Paulo Coelho, mas esta frase é realmente muito sábia), que diz: “O medo de sofrer é pior que o próprio sofrimento”. E mesmo sabendo disso, a gente continua a temer. Afinal, é natural ter medo de andar em labirintos, depois que se descobre que existem armadilhas nele. Antes disso a gente anda no labirinto e mesmo não sabendo para onde estamos indo, não nos sentimos perdidos. Engraçado essas coisa, né?! E levando em consideração as minhas feridas abertas, meu traumas, medos e fantasmas eu cheguei a conclusão que talvez eu não seja do tipo namorável, mesmo que uma outra parte de mim discorde, a parte racional é a quem escreve agora. E eu queria poder dar voz a minha outra parte, aquela que só quer um pretexto para por meu lado romântico em prática, mas isso me torna tão vulnerável... Sabe, a gente se abre, a gente acredita, a gente sonha e depois quando as coisas não dão certo, damos um jeito de nos culpar por isso. Mas é besteira esse lance de se culpar por acreditar, porque agora vejo que bem pior do que se culpar por ter acreditado em algo que não deu certo é não conseguir acreditar mais em nada. É... Talvez eu não seja do tipo namorável, talvez eu deva dar um tempo das pessoas, ou admitir que eu sou um solteiro convicto. Mas a verdade é que eu não sou, e por mais que eu queira convencer meu lado racional disso eu não consigo. Porque quando meu Eu racional diz “talvez eu não seja do tipo namorável” o meu Eu emocional responde em um lonnnnnnnnngo e pesado silêncio, e mesmo sem proferir uma única palavra, neste silêncio impossível de ignorar, é como se ele dissesse: “hey, eu ainda estou aqui viu?!”. Talvez eu não seja do tipo namorável, mas talvez eu seja mais do que aquilo que o meu racional diz. Talvez eu seja até um sonhador, um bipolar, um lunático, um romântico, talvez eu seja a minha ultima esperança.
Faço das minhas palavras as suas, mas não faço do teu silêncio o meu. Porque as palavras quando bem colocadas não deixam dúvidas. Já o silêncio diz tanto, mas tanto, mas tannnnto e de tantas formas, que chega ser impossível se concluir algo. Dizem que quem cala consente mas quantas vezes por orgulho você já se calou frente a um silêncio ainda maior, mesmo sem concordar ou compreende-lo? O silêncio é a forma mais fácil de se perder aquilo que nunca se teve
"Eu tenho uma teoria: os opostos se atraem mas não se completam. Todo esse lance de gostos, visão de mundo, valores e sonhos pesam no fim das contas. É preciso que haja algo que a gente se identifique e também algo que a gente sente falta, é preciso de tanta coisa para que as coisas possam dar certo. E ás vezes parece que não é preciso nada, apenas o sentimento. Vai entender..."
A distância entre as palavras e as atitudes é tão grande que dá pra ir até a hipocrisia, passar pelo falso moralismo e chegar a lugar nenhum. E não importa se as pessoas estão querendo enganar os outros ou se estão enganando a si mesmas, o fato é que a distância está cada dia maior e pouco tem sido feito para diminuí-la.