Lourram Sardinha
Cheiro da Canela
Cheiro de canela
Como é belo o nosso lar
Cheiro de canela
Vem na cama nos acordar.
Cheiro de canela
Para o meu aconchego
Cheiro de canela
Vou ao seu lado me aninhar.
Cheiro de canela
Só eu a conheço
Cheiro de canela
Andressa minha Bela.
Outrora denominado cálice dos tolos, Hoje transborda aquilo que desperta desejo no mais humilde dos homens. Outrora Cálice dos tolos, hoje, seu coração!
Em um jardim de sombras, meu coração se perde,
Semear amarguras, lágrimas que ardem na sede.
Um homem sem firmeza, em solo instável a vagar,
Navegando oceanos de incertezas, sem porto a ancorar.
Nas pegadas do passado, uma trilha sem rumo,
O eco das escolhas não feitas, um eterno luto.
Palavras não ditas, pesam como pedras no peito,
O silêncio, testemunha da solidão, meu leito.
O templo que é meu corpo, negligenciado e esquecido,
Um ritual próprio, ausente, perdido.
Na busca por ser frio, o calor se desfaz,
Emaranhado nas teias da fragilidade que jaz.
Oh, filho que nunca veio, um vazio profundo,
Ninguém ao meu lado, em cada segundo.
Calar diante das necessidades alheias, uma dor muda,
Enquanto a esperança desaparece como espuma.
Mas, oh, coração amargurado, eis a jornada,
Onde cada falha é uma estrada pavimentada.
No abraço das próprias limitações, a força emerge,
Caminhando em direção ao sol que o horizonte urge.
Hoje, despertei sob o sol sorridente,
Sem a sirene do despertador persistente.
Percebi, a razão desse despertar sereno,
É a ânsia do calor teu, um desejo pleno.
Teu olhar, um espelho da pura beleza,
Meu coração, em sintonia, uma certeza.
No calabouço das emoções, Lourram chamado,
Minha alma, incansável, desperta, ao teu lado.
Em sessenta segundos, um eterno abraço,
Num tempo vasto, onde o amor se embaraça.
Infinito lastro, uma dança de corações,
Batem juntos, nas batidas, emoções.