Lou Cano
Resolvi... Quando a vida me fizer em pedaços, me inspirarei em Gaudí e farei obras de arte com os cacos e restos. Afinal, quem foi que disse que não dá pra criar beleza utilizando material que ninguém soube ou quis aproveitar?
Chega... quero beleza, quero cores, quero maravilhas...
Quero casas Batlló, casas Milá, quero catedrais, quero jardins, prédios, quero tudo... Quero em pedaços, quero colorido, quero de qualquer jeito!
Como falar de solidão se ela é a falta de outra pessoa?
Porque pode-se estar sozinho em meio a uma multidão...
Solidão é quando a gente precisa DAQUELA pessoa
e ela não está por perto ou disponível para nós.
É quando a nossa alma grita por companhia de outra alma,
mas ninguém escuta ou atende o chamado...
Solidão é viver consigo mesmo e nunca encontrar-se.
É perder-se de si mesmo.
É como precisar de uma bússola que ficou em outro lugar.
Solidão é quando andamos dentro da parede de nossa pele
e não encontramos ninguém que nos pareça amigável.
Solidão é não ter quem te faça companhia!
Por enquanto reviro os cantos e recantos procurando as migalhas e lembranças que restaram de ti...
Às vezes pareço vislumbrar uma sombra de sorriso aqui e ali...
Mas, ao fixar o olhar vejo apenas o vazio que restou de tudo que não foi...
Ontem senti que me olhavas... Virei-me depressa, na pressa de te encontrar e tudo que encontrei foi o silêncio que ficou de ti...
Pelos cantos e recantos... Busco um restinho de ti que seja...
Às vezes o vento de mim se compadece e me traz o teu perfume... ou a tua risada... ou o som da tua voz...
Assim vou te inventando pro meu coração e faço de tua ausência uma presença...
Por enquanto...
Enquanto não voltas...
Enquanto não chegas...
Vou inventando a tua presença...
Supondo que esta fosse a última vez que te vejo, gostaria de dizer-te, sinceramente: EU TE AMO!!!
Sem pensar que não é necessário dizê-lo apenas porque penso que você já o sabe...
E ainda aproveitando a ocasião, eu te amo não tanto por quem você é, e sim, por quem eu sou quando estou contigo!
Amo pela simples certeza de tua existência...
Amo pelo teu olhar amoroso e zeloso...
Amo pelo teu sorriso que me enche de luz...
Te amo porque existes, porque estás em algum lugar deste imenso mundo...
E te amo principalmente porque sei que onde estiveres,
a distância e o tempo não importarão e o teu coração ainda será meu, assim como o meu coração aprendeu a ser teu.
Te amo, I love you, Ich liebe dich, io te amo, je t’aime, t’estimo.
É o amor que nos rejuvenesce, que nos renova as forças.
E não é somente o amor romântico, o amor do pai, da mãe,
dos irmãos, dos amigos... Enfim...
Um EU TE AMO sincero tem sobre a alma um efeito rejuvenescedor, é como dar-lhe de beber da “fonte da juventude”... Não envelhecemos... Deixamos de amar...
E ao deixar de amar, esquecemos como é estar vivo, perdemos a chave que abre o portão do caminho que leva à fonte da juventude.
Eu sou tantas pessoas ao mesmo tempo e não sou nenhuma completamente. Sou viúva sem ter casado... Sou mãe sem ter engravidado... Sou filha, sou irmã, sou tia, sou madrinha, sou amiga... Sou nora, sou namorada, sou futura madrasta, sou cunhada... Sou estudante, sou profissional... E em algum lugar e tempo, sou apenas EU (o que quer que isso signifique).
Infelizmente terei que ser contra a afirmação de Saint-Exupéry de que o amor nunca se desgasta... Que é linda, por sinal.... Mas, é utópica...
O amor se desgasta, sim.... Se enfraquece, sim.... E quanto mais se dá e não se recebe nada de volta, vai se alimentando de si mesmo até que nada reste.
É preciso cuidar do amor, como se ele fosse um bebê ou uma planta rara: com atenção, com carinho, com conversas longas e perseverança. Não dá pra acreditar que o amor se bastará!
É preciso cuidado.... É preciso atenção... É preciso carinho...
Não acredito em finais felizes, acredito em inícios embaraçados, em metades harmônicas e finais possíveis!
Porque o amor é feito das pequenas coisas que preenchem o dia e não de situações grandiosas que raramente acontecem. É no dia a dia que o amor se constrói... Nas conversas amenas, nas discussões respeitosas, nos olhares que dizem mais que palavras, nas palavras que confirmam os olhares e nas ações que ratificam as palavras.
O amor deve ser alimentado para que não morra de fome... para que não tenha de se alimentar de si mesmo.
O amor que se alimenta de si acaba por desaparecer em si mesmo!
É preciso cuidar do amor para que ele se fortaleça... Não esquecer nunca que o EU TE AMO sincero restaura a alma de quem ouve e de quem diz.
É preciso cuidar do amor SEMPRE!
Rubem Alves disse, um dia, que as cartas são escritas para que as mãos dos apaixonados se toquem na distância...
A internet facilitou nossas vidas de muitas formas, mas também nos tirou pequenos prazeres como a carta...
Hoje nossas cartas de amor seguem via e-mail, via wallpost ou via SMS... Mas, as mãos não se tocam mais por meio do papel... Que geralmente era acrescido de desenhos, desejos e perfume...
A gente recebia a carta e apertava contra o rosto, para resgatar o cheiro do outro... para receber o beijo que foi mandado, para sentir a presença de quem estava ausente...
Não é que a funcionalidade não tenha suas conveniências... Mas, a gente sempre sente saudades do que se perdeu... Ainda mais do que se perdeu sem querer...
As palavras de uma carta são borboletas em crisálidas... Estão prontas para maravilhar o mundo, mesmo que seja o mundo de uma só pessoa, colorir e encantar a vida.
Só sei que meu coração dispara ao ouvir tua voz...
Só sei que minhas mãos suam, minhas pernas tremem só de te imaginar...
Só sei que a boca seca e o ar me escapa...
Assim como meus pensamentos racionais...
E já não sei mais quem sou,
e é por isso que defendo meus pontos de vista com ênfase...
É por isso que discuto e argumento...
Para não perder a mim dentro de você...
É surpreendente verificar que as pessoas ainda não perceberam que para AMAR o outro é preciso AMAR-SE antes... Que não é possível dar aquilo que não se possui... Oferecer o que não se tem...
Não é difícil compreender a razão dos nossos fracassos sentimentais, visto que recebemos AMOR em títulos precatórios... Ou em instrumentos da bolsa de valores: papéis que têm determinado valor impresso, porém sem valor ou validade até que alguém realmente INVISTA neles... Assim, recebemos amor que ainda não existe... Um baú do tesouro que aguarda as jóias que deveria conter....
Como diz uma música antiga do Christian e Ralph, eu descobri que gosto TANTO de você QUANTO eu gosto de mim... Quantas pessoas podem cantar isso de forma verdadeira???
Se eu não me amo, como posso amar o outro? Como posso pretender dar amor se não o tenho?
Um dia teremos todas as palavras que precisamos dizer. Nesse dia, poderemos definir um ao outro por meio de definições: loucos, apaixonantes, inteligentes, brilhantes, idiotas... E aí, será o suficiente...
Em algum tempo, nosso amor será tão grande a ponto de preencher todos os nossos espaços vazios... Nesse dia, seremos conscientes de quanta sorte temos por conhecer um amor amigo, e isso será o suficiente...
Será que algum dia, a saudade será tudo que nos restará? Existirá uma saudade que seja suficiente para nos trazer de volta? Nesse dia, reconheceremos que somos estúpidos por passarmos tanto tempo afastados, independentemente das nossas motivações anteriores.
Em algum ponto no futuro, talvez nos perguntaremos se tivemos tempo suficiente para viver este amor da forma correta. Nesse dia teremos dúvidas e seremos fracos, talvez até não reconheceremos a imensidão desse amor construído sobre amizade, cumplicidade e troca.
Há tantos sentimentos entre nós: amizade, carinho, cumplicidade, amor... Mas, será que tudo isso será em quantidade suficiente para nos manter juntos daqui a 10, 20 anos? Poderemos então, reconstruir tudo novamente? Inventaremos novamente o nosso amor?
Espero que possamos ter momentos suficientes para nos fortalecer e preencher nossas dúvidas e conflitos. Mesmo que pareça loucura hoje, que possamos ter muitos momentos para construir o alicerce do nosso relacionamento, e que ele seja bastante profundo para enfrentar terremotos e tsunamis emocionais que um dia chegarão.
Que a vida nos conceda dias suficientes para vivermos tudo que planejamos e tudo que nos é destinado. Que sejamos rebeldes e fortes para reescrever nossas vidas com sorrisos e abraços, sempre.
Que tenhamos noites suficientes para nos lembrarmos de todas as nossas loucuras e que a lembrança de tudo que vivemos possa nos acalentar, quando o frio da rotina nos ameaçar. Que sejamos insanos e perseverantes pelo outro, quando lhe faltar coragem e paciência.
Espero que hajam sorrisos suficientes para nos lembrar de quão afortunados somos por termos um ao outro, independentemente do tempo que passou...
Por influência de minha mãe, sou apaixonada por orquídeas...
Olho para as rosas e são lindas... Mas, ao mesmo tempo, sua beleza não me cativa. Não fico olhando para rosas, cobiçando-as... Me é indiferente recebê-las...
Porém... Ao olhar uma orquídea o meu desejo imediato é levá-la comigo.
Sua beleza é subjetiva, não se mostra ao primeiro olhar,
a menos que a ames. A beleza da orquídea tem um quê de misterioso, é preciso apreciá-la para achá-la bela.
Orquídeas são exóticas, selvagens e independentes. Elas crescem agarradas a outras plantas sem prejudicá-las...
Dão flores apenas se o local e o ambiente forem de seu agrado.
São voluntariosas e cheias de caprichos. Estão constantemente a nos dizer: faço as coisas do meu jeito.
SAUDADE EM OUTROS IDIOMAS
Sempre ouvi dizer que "saudade" é uma palavra que só existe na língua portuguesa. Desculpem... Mas, preciso discordar.
Segundo o Wikipédia: "Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. 'Saudade', só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor.
Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil Colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim "solitáte", solidão.
Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutriria nostalgia. A gênese do vocábulo está diretamente ligada à tradição marítima lusitana".
Aqui faço meu adendo e peço desculpas antecipadas. Sou muito zelosa com a língua pátria dos meus antecedentes, e preciso "provar" que há fundamentos que justificam a minha alegação de que, infelizmente, a informação passada é incorreta.
Abaixo o substantivo e a definição, em espanhol:
añoranza
* f. Nostalgia o sentimiento de pena que produce la ausencia, privación o pérdida de una persona o cosa muy querida:
* se siente añoranza de/por
* 'añoranza' también aparece en estas entradas saudade
E o que é pior, em espanhol tem até o verbo SAUDADAR...
añorar
* verbo transitivo e intransitivo. Recordar con pena la ausencia, privación o pérdida de una persona o cosa muy querida.
Portanto, o espanhol é muito mais completo, pois além de ter o substantivo añoranza (saudade) ainda tem o verbo correspondente añorar. Ou seja, o espanhol sente e conjuga o sentimento.
Quanto ao idioma inglês, realmente eles utilizam um verbo (to miss = perder, faltar, deixar escapar, etc.) para expressar o sentimento de falta, mas não existe uma palavra que traduza ou explique por si só o sentimento.