Lorenzo Alves
Às vezes, me sinto exausto, como uma vela queimada ao fim de seu pavio, mas poucos conseguem compreender o peso dessa fadiga. Como Khalil Gibran, encontro-me perdido em meio a uma multidão que desconhece o turbilhão silencioso que habita minha alma. O cansaço que carrego não é meramente físico, é uma exaustão que transcende as fronteiras do corpo e permeia todos os cantos do meu ser. É uma carga invisível, uma batalha interna que escapa aos olhos distraídos dos que me cercam. É uma tristeza que me abraça sutilmente, envolvendo-me em seus braços melancólicos. Aqueles que caminham ao meu lado veem apenas a máscara que uso, a superfície que tento manter intacta, sem compreender a verdadeira extensão da minha exaustão. Como as palavras de Gibran, sou um enigma envolto em enigmas, e meu cansaço profundo é um capítulo oculto que só poucos ousam explorar. Apenas quando nos aprofundamos além das aparências, além das palavras superficiais, é que somos capazes de vislumbrar a vastidão do meu cansaço e estender uma mão compassiva. A compreensão não vem fácil para aqueles que se detêm apenas à superfície da vida, mas para aqueles dispostos a mergulhar nas profundezas da existência humana, eles encontrarão o abraço acolhedor da empatia, prontos para compartilhar a carga do cansaço que carrego.