Lorena Queiróz
Sempre que vou me consultar com um médico, faço uma lista pra não esquecer dos meus problemas. Chega ser engraçado, mas quando vejo o médico, esqueço de tudo. Não é nada de paixão, é o déficit de atenção mesmo.
"É dádiva saber viver junto, mas não é bom desaprender a viver só. Pois as pessoas se vão, não digo isso em vão, elas realmente se vão, amigo."
"Cores belas e intercaladas. As cores não se calam, falam no silêncio e vibratório, cores vibrantes deixam a vida mais bela, sem elas seríamos apenas uma tela que ninguém quis pintar."
"A estrada começa quando a gente caminha, e o caminho se faz por nossos passos, que sejam passos leves, que sejam livres de todo mal."
"O meu prazer é contemplar a natureza, conversar com ela, somos filhas mesmo Pai, somos irmãs de sociedades diferentes, linguagens diferentes, mas somos vida, e não se pode desprezar a vida, não existe vida superior ou inferior, existe vida diferente, e existe a dádiva de saber viver... Aproveite a sombra da árvore, mas não esqueça de agradecer!"
Quero voltar pra casa, eu não varro a minha casa, lá eu piso na areia e não me incomodo.
Sobre a praia.
Assim que se aprende a manha da vida: é apanhando que se aprende a bater, ou pelo menos, a sentir menos dor.
"Traída pelas minhas memórias, o que existiu em mim, não existiu num todo, e o que foi real num todo, eu nem reparei."
Jesus Cristo é como um homem que se apaixona por uma mulher que se prostituiu. Ele a perdoa, e não lembra do passado dela. Não faz questão de jogar isso na cara dela, mas antes, a ama com um amor incondicional e a trata como uma noiva, luta por ela, morre por ela, a ama de verdade. Ele a deu um nome, a deu uma vida digna. Ele deu tudo de si... Mas, essa mulher, às vezes se lembra do passado, e pratica os mesmos erros, como um cão que retorna ao seu vômito...
Mas... ainda assim, Jesus Cristo renova as esperanças dessa mulher. E se ela estiver disposta a ser limpa outra vez, ela será, pois o sangue que foi derramado por ela é um sangue com eterno poder. O sangue do amor perfeito.
Por conhecer superficialmente o noivo dela, ela tenta o comprar com coisas. Faz várias coisas para Ele quando está "na presença" dEle. Um agrado aqui, um bolinho ali, uma canção, uma oferta (sem sacrifício) . Mas o coração dela não está naquilo. E quando ela não está mais "na presença" dEle, ou Ele se retira, quando passa aquele momento, ela volta a repetir os mesmos erros, com o pensamento de que Ele a ama, então vai perdoar. Entretanto... Ela não conhece de verdade esse amor, pois quem conhece de fato esse amor, não se contenta em viver um relacionamento de conveniência, não se contenta em conhecer pela metade seu noivo. Ela quer mais, ela quer casar!
Nosso noivo quer reatar o relacionamento que se rompeu. Ele quer definitivamente voltar a relacionar-se profundamente e diariamente com a igreja (a noiva).
Mas, assim como todo relacionamento, se a gente permanecer em contato com os relacionamentos passados, nada fluirá bem. Eu não aceitaria que meu namorado continuasse "ficando" e mantendo um relacionamento escondido com meninas que já passaram na vida dEle. E eu acredito, que nosso Noivo com certeza não deseja casar-se com uma noiva que não é totalmente dEle.
Ele tem ciúme de nós!
Bem, eu pensei bem... E vejo que realmente não era pra ser daquele jeito que pensei que seria. Fiquei um bom tempo tentando encaixar as memórias de forma que fizesse sentido e que eu pudesse ter a mente livre, eu sei que não consegui completamente, mas, agora entendo um pouco do que antes estava obscuro pra mim. O amor não necessariamente será recíproco na mesma intensidade, e se for, os gestos e demonstrações certamente não serão. Cada ser carrega em si medos absurdos, e até mesmo o medo de amar. Pode parecer hipocrisia dizer isso, mas, não é. Quem diz que ama perfeitamente sem medo algum que me perdoe, mas, antes de amar eu senti medo. Porque com o amor muita dor vem junto, o amor sofre. E se a pessoa pra qual direcionamos o amor não entende nosso sofrimento, passa a ser confuso, e confusões causam mais sofrimento. Ou seja, o sofrimento é o momento mais recíproco do amor. Quando eu sofro, e minhas atitudes em decorrência disso fazem o outro sofrer. Nós sofremos juntos, não pela mesma razão talvez, mas sofremos.
Montando esse quebra cabeça de memórias eu pude ver que durante muito tempo eu era toda amor, e cobrava a reciprocidade disso, achava que havia algo completamente errado comigo. Achava que eu amava demais. E sim, eu amava demais. Era tanto que sofria de verdade quando pensava na possibilidade de não ser amada da mesma maneira. E tudo o que eu pedia aos céus era: um amor que me ame como eu amo.
A vida e o tempo foram passando, e eu pude ver que não dá! Não há possibilidade do amor ser da mesma forma, em intensidade, expressão, etc. Até porque me vi do outro lado da moeda, e hoje eu que amava demais (não que não ame), sinto como se meu amor ainda fosse pouco perto do que recebo, e entendo a maior injustiça já cometida por mim: querer que alguém ame igual. Pois se hoje penso que não consigo retribuir tanto amor, sei (com certeza) que ontem eu já causei em um alguém esse mesmo pensamento.
Em suma, o amor nos faz mais justos, e hoje peço perdão aos céus por querer colocar amor nas pessoas goelas à baixo. Não é assim que se faz. Antes, que eu tenha mais amor, e que livremente possa oferecer. Pois é mais leve o fardo daqueles que amam demais, doloroso de fato é olhar pra si e ver que o amor que tens é ainda tão pequeno e frágil, e que recebe mais do que dá.
Vai amor aí?
Me deu saudade de você, saudade dá o que a ausência tira, então assim te sinto perto. Até de longe o teu abraço me aperta, sua voz eu escuto o tempo todo, suas mãos entrelaçadas nas minhas são a melhor combinação na vida. Tua mordida não é proibida, mas traz conhecimento do que é bom, a paz e a luz que teus olhos trazem, já dizia Djavan: "É irremediável neon".
"Talvez eu não tenha me recuperado cem por cento, talvez ainda exista em mim um pouco da insegurança que te motivou a tomar certas decisões. Eu nunca disse que era completamente bem resolvida e certa das minhas ideias e planos, eu sempre disse e provei o contrário. A cada instante um medo e uma coragem nova nascem dentro de mim, e eu não posso obrigar ninguém a aceitar isso e conviver com isso. Tanto é que no dia em que você não aguentou mais, eu não insisti, te deixei ir livre e sem culpa. Até porque fiz valer aquilo que havia dito no início de nós: "Se um dia você concluir que não dá, por favor não me empurre com a barriga, seja sincero e diga-me o seu adeus, eu vou entender, não precisa se preocupar se isso me deixar triste. O que eu não quero é ver seu sorriso sendo forçado para gerar o meu, quero ver você feliz sempre, ainda que não ao meu lado, porque eu te amo demais." E bem... foi isso que houve, eu não te causava mais o mesmo bem, a mesma sensação gostosa de me acompanhar na vida. Hoje, em outro quadro, tenho a mesma ideia: liberdade pra ficar, e ousadia pra ir embora. Só que, acrescida de algo que aprendi: Ousadia mesmo é querer ficar, mesmo sabendo que um dia o coração que ofereceu abrigo, pode te deixar na chuva."
"Houve um dia em que me senti como uma semente que escondeu do bico do passarinho, você entende? Quando eu digo que poderia estar mais longe agora e florescendo mais, acredito que poderia mesmo. Mas, fui caos. E por consciência responsável não quis contaminar outros solos com meu florescer caótico. Até que você surgiu, e com essa mania estranha de cultivar jardins improváveis, assim fez comigo. Era uma semente fugitiva, e você me encontrou. Morri. Você me fez morrer (Não leia num tom agressivo). Foi a morte mais bela da história, pois dela eu renasci. E uma flor caótica brotou na beira do cais. Embora parecesse bela, abrigava muitos espinhos, causava dor. Mas era a melhor companhia para quem se achava sozinho..."
"Hoje me vejo na vida como alguém que chegou em um patamar muito distante do inicial. E já alerto que isto não é necessariamente bom. Percebo que minha calma hoje é curta, e eu não sinto mais a paciência pulsar, é como se uma parte de mim tivesse morrido, ou pelo menos estivesse cansada e dormiu. Eu tenho me esforçado para retornar ao rumo que me trazia paz, e tenho lutado ao mesmo tempo, são muitas flechas e pedras, e meu castelo está cercado, eu posso me calar e respirar fundo mais uma vez, assim como posso devolvê-los suas munições. Talvez tenha chegado a hora de ser alvejada, talvez seja o tempo de alvejar. Apenas suplico que não seja condenada, pois para todas as coisas há tempo, e este deve ser o meu tempo de não aguentar.
Há coisas que me alimentam como combustível, e há outras que me intoxicam como um veneno poderoso. Ultimamente os dois têm tido sabores semelhantes, ou o meu paladar não sabe de mais nada também, assim como eu. A questão é que o mesmo combustível que alimenta, provoca combustão, assim como remediar-se em excesso mata, o próprio veneno às vezes nos é antídoto. Com isso aprendi sobre dosagem. Por muito tempo fui brisa calma, maré tranquila, e isso já era demais, brisas muito calmas nos deixam preguiçosos, e maré tranquila demais não nos faz bons navegantes, mas, apenas navegantes tranquilos e despreparados para quando a maré subir e o mar agitar. Dosagem. Esta palavra tem ecoado em minha mente, e eu que sempre ignorei os meus ecos, vi o tempo de os considerar."
"Talvez alguns sentimentos mal resolvidos, alguns laços mal arrebentados, talvez algumas preces tardiamente atendidas, talvez no tempo certo, talvez algumas dúvidas, talvez eu não tenha culpa, talvez tenha, e eu não possa saber. Talvez algumas lágrimas, talvez algumas dores, talvez algumas mágoas, talvez não tantas flores. É a dor que afoga o peito e beira à ironia, quem diria, eu aqui no seu lugar. Teria que tomar decisões duras, teria que ouvir duras palavras, teria que crescer... Talvez as nossas mãos já não se prendam tão firmes assim, talvez a gente não saiba bem no que se apoiar, talvez estejamos perto do início, talvez seja o início do próximo fim..."
"Todo idealismo, toda padronização, tudo que me prende, eu fujo.
Eu jamais serei aquela pessoa bem acertada aos olhos alheios, aquela mais 'bem resolvida', aquela que teve tudo programadinho, e fez. Sempre fui a pessoa dos sentimentos desajustados, das decisões tomadas em momentos de uma intensa e louca coragem. Não que eu não trace metas, é que a minha meta sempre foi não ser presa a isso, ao fato de ceder às pressões de coisas que eu talvez não deva viver.As vidas não são iguais. É comum um pai ou uma mãe querer nos transmitir a herança de padrões, mas, o que eu seria se dissesse que não tenho certeza se quero? A verdade é, ninguém é muito certo de tudo (ou de quase tudo). Muitas decisões mascaradas de certeza foram tomadas com dúvidas presas na garganta.
E eu não irei julgar, porque talvez o momento da maior insanidade pode te impulsionar à melhor decisão da sua vida, aquela que você mais tinha dúvida se tomaria, e como tomaria. E naquele segundo de coragem insana você diz: SIM ou NÃO, pra algo que vai mexer com a sua vida toda dali pra frente. A questão é, eu também não tenho tanta certeza assim, mas, o melhor começo que tenho pra mim mesma é assumir e aceitar: EU NÃO PRECISO TER CERTEZA DE TUDO. E o melhor bem que faço ao mundo é declarar: EU NÃO TENHO CERTEZA DE TUDO! E sem dúvida, os pesos das pressões que as pessoas (aparentemente tão certas, mas apenas receosas de admitirem que não são) colocaram sobre meus ombros desaparecerão, ficarão mais leves, ou... Meus ombros mais fortes. Talvez... Não tenho certeza disso também."
"You only live once".
Em um dia, um grande amigo e amor me fez lembrar disso. Eu estava afogada nas maiores dúvidas naquele dia, e já havia decidido que deixaria tudo bagunçado mesmo, sentada na esperança de um dia encontrar certeza. Hoje, não muito melhor resolvida, mas, apenas consciente de uma coisa: eu só vivo uma vez, e vou fazer isso valer a pena pra história, não que eu pretenda ser um marco na história nacional, mas ao menos na história de alguém eu preciso valer a pena, mas pra fazer a minha existência valer a pena, eu preciso estar satisfeita comigo mesma, preciso viver da melhor forma na minha própria companhia, pra que assim eu flua e seja boa companhia pra alguém... Eu só vivo uma vez, e isso tem que ser bom. Eu só vivo uma vez... Você só vive uma vez, aproveite e viva o que tem tido pra viver agora, se não acha bom o agora, suporte-o e mova-se pra se encontrar em um tempo melhor. Faça seu tempo ser melhor. Como diz um ditado: "Se você não está satisfeito onde está, mova-se, você não é uma árvore.
"Você só vive uma vez", isso não sai da minha cabeça...
Você só vive uma vez, cuide de quem vive com você agora. Você só vive uma vez, se dedique ao que você tem agora. Você só vive uma vez, não desperdice oportunidades. Você só vive uma vez, ame. Você só vive uma vez, então viva! Não exista apenas.... Você só vive uma vez...
"O meu foco estará em aproveitar e valorizar o que tenho e quem tenho, ao invés de lamentar-me pelo que ainda não tenho, ou por quem não tenho mais."