Lívia Cout
Murrei a parede repetidas vezes
Com o máximo de raiva e força que consegui
Até meus dedos sangrarem
Até meus ossos quebrarem
Até eu sentir alguma coisa
Fazia tempo que eu não sentia nada
Fazia tempo que eu estava cheia de um completo vazio
E eu precisava sentir algo...
Mesmo que esse algo fosse dor.
Às vezes me pergunto se somos as mesmas pessoas todos os dias
Ontem mesmo escrevi algo, mas quando li hoje pela manhã, já não fez mais sentido.
Será que as pessoas mudam com o tempo?
Ou será que é o tempo que muda as pessoas?
Entre risadas e sorrisos
Copo cheio e o coração vazio
No bar procuro abrigo
A dor é sempre um desafio.
Garçom, mais uma, por favor
Que hoje eu quero esquecer
Não tenho um grande amor
Para amenizar o meu sofrer.
Todos ao redor começam a me olhar
O que faz uma moça nesse bar?
A resposta, meus amigos, é angustiante
Sou nova mas minhas dores são de gente grande.