Lito Garcia
Esse é o lado bom da dor, uma hora ou outra ela é mascarada pelos outros fatores da vida, ela não desaparece, mas fica ali, como uma praga num jardim mal cuidado, até chegar o momento de consumir tudo. A dor se faz mais suportável por vir em parcelas.
Fico me questionando quanta injustiça consigo aceitar calado, até quando vou abaixar a cabeça quando ouvir uma voz mais imponente que a minha? Até quando deixarei que me coloquem vendas e mordaças? Eu me pergunto, todo os dias, se posso fazer a diferença. Eu posso?
Parece que o famoso escritor do livro da vida cansou. Talvez ele, ou ela, esteja vivendo num eterno bloqueio criativo.
Inteligente, como a mãe, descobriu bem cedo que um povo com diversão é um povo que esquece os reais problemas da vida.
Antes de morrer, minha mãe me disse que os amores são como gravatas, eles vêm de diversas maneiras, das mais variadas formas, cores, tamanhos, simplicidades e complexidades. Em algumas vezes, te torna mais bonito, em outras machuca. Na maioria das vezes, você precisa de ajuda, de alguém ali ao seu lado, mas também não há problema nenhum em saber amarrar e desamarrar os nós da vida sozinho. Aprendi com ela que, assim como uma gravata, o amor é acessório. Não é o traje completo. Nunca será.