Lise Oliveira
Magia de outrora, no agora.
Almas que se perderam nas eras de outrora, se reencontram como mágica, na era de agora.
Irmãs de um tempo, que se perderam ao vento, na tempestade que enfrentaram. Suas ervas e poções da cura, pelo chão foram espalhadas. As poesias despedaçadas, os pergaminhos e as escritoras, queimadas.
De outras vidas, te reconheço!
Inteligente, serena e bela!
Eras naquele século a curandeira, que em seus braços trazia macela.
Descoberta
Perdi as contas de quantas vezes roubaram o azul do meu céu, e as cores do meu arco-íris.
Aprendi a amar o cinza que restou e, me apaixonei pela chuva, pelos raios e trovões. Por fim, descobri que sou também tempestade noturna, nas terras remotas do meu coração.
Escritora da janela
Da minha janela,
o que eu vejo?
Outras janelas ...
Poemas, ruas e vilarejos.
Viajo a olhar na direção das colinas.
Enxergo trens, flores, cores e ruínas.
Pássaros voando em bando e,
no céu a beleza da lua.
Vejo crianças cantando,
numa ciranda no meio da rua.
O tempo que passa, apressado,
no tic tac das horas,
um verso no papel, rabiscado.
O que vês,
escritora da janela?
Indaga-se, Francine, curiosa.
Vejo o que ninguém vê ...
Subjetivamente, misteriosa.
Lise Oliveira