Lilian Vereza
Ah meu bem, me desculpe a franqueza. Te disse adeus não foi por fraqueza. Não. Fique feliz em saber que, até minha despedida tem a delicadeza de forma discreta, de ser poeticamente correta.
(Vai-se o dilema e fica o poema).
Já temos abraço que acalma, temos olhos que conversam e sorrisos nos olhares.
Temos insônia nos nossos beijos, temos abrigo no nosso silêncio, temos vulcão no nosso encontro e paz que descreve nosso hoje com inspiração. Temos gargalhadas de crianças guardadas no bolso e aventura agarrada na pele. Temos cheiro de tempestade, damos toques de generosidade na alegria. Temos tanta fotografia juntos, mas quando o tema é nós, fugimos do assunto. Já temos magia no nosso encontro e um conto já muito do bem contado, um suspiro açucarado e mania de estar colado.
Já temos tudo isso, menos compromisso.
E foi ali, onde aparentemente não se tinha nada e tudo,
que seu sorriso extenso mordeu as horas e resgatou minha existência de querer ser, sendo
E o que é a vida senão uma alternância de miragens e milagres, que acordam todos os dias juntos com as manhãs, doando a nós a imensa oportunidade de renovação do nosso ser?
Confesso-te uma coisa agora:
Se prometes demorar em mim, te juro infinito que de ti não vou mais embora.
(entre)laços
E ainda que a manhã levante tons de cinza desarrumados no meu bom dia, é hora de acordar as cores de dentro para tornar o incerto uma possibilidade, ter consciência que, o que tenho de mais concreto é a minha maior verdade e criar atalhos para chegar nas pequenas alegrias do hoje, até que o tempo se abra novamente e possamos também abrir aquele sorriso largo maior que a boca. E que se espalhe através do vento, todas e tantas gargalhadas, contagiando todos que ainda não alcançaram o movimento desse dia desbotado.
Bota a alma pra passear e vãobora tomar um sol por dentro!
Faz parte o nosso não entendimento quando dentro de alguma situação. Emergimos então, numa confusão de idéias embaraçadas que turvam nosso norte. E é ai, que entre uma respiração e outra, o tempo, vagarosamente brinca de sorte e devolve o fôlego de qualquer direção adormecida.
(Agradecida ao bom momento que brinda meu presente de agora)
O que a gente tem, meu bem, não precisa de títulos nem nome, simplesmente é.
O que a gente tem é uma baita fome do agora, que esta sem pressa de ir embora, que transcorre entre o tempo e simplesmente está.
O que a gente tem, meu bem, se alimenta de sorriso, abre as janelas dos olhos e deixa o sol bater. Por isso, o que eu mais preciso é simplesmente deixar correr. Ser abraço apertado e abrigo infinito, beijo que demora no meu sonho mais bonito, ser simplesmente tudo o que eu queria ser.
Bom mesmo é deixar-se ser rio.Correr de forma transparente nossas crenças, abençoando a cada dia amanhecido nossa sorte. agradecendo a fluidez da vida, mergulhando nossas atitudes com cuidado, no raso, na margem e depois disso jogar-se em águas profundas sem temer o curso da historia. Não afunda quem aponta pra fé e rema. Virar oceano é o primeiro passo para o rio que beija o mar.
Mas essa moça gente, que é quase um verbo, mudou de conjugação.
É tanto amor que a ocupa e tanta paz, que o resto moço, tanto faz.
inspirar AÇAO.
Sou grata a toda dor que me dói por inteiro. É através dessa dor que expulso o resquicio de sentimentos minúsculos e inúteis a minha essencia e dou espaço a uma renovação que transborda paz.
As vezes criamos raízes tão profundas nos nossos sonhos que parece que todo o resto se apaga. Mas sonhos menina, tem que ser fluido, ser vento, ter asa!
Sou grata também a essa escuridão, pois nela pude valorizar a luz e resgatar todo sentido que habita silenciosamente nas oposições.
Como a frieza me sorri grande e mostra um de repente que brinca com a gente! E um amor tão encaixado se converte em um oi de inverno, assim meio constrangido e sem assunto. Que triste, que tristeza!
Amor itinerante que não cria raiz nem asas, se vai de mãos dadas com a ilusão de um dia, se tornar um agradecimento.
Sou grata ainda por sentir tão largo, respirar alegria para que eu possa sempre ser uma doação continua de encantamento.
(...)Um coração que vive na quietude do amanhecer, esta vivendo em tempo de plantio. E é preciso silencio, calor e luz para que a imensidão de todo e qualquer bonito sentimento floresça.
QUE O VENTO LEVE, QUE A CHUVA LAVE, QUE A ALMA SEJA SEMPRE LIVRE.
Li diz pra sempre: e o que seria de você sem nós?
Sempre diz: sem nós? eu desembaraço as idéias, me junto a você e dou um laço.
Li diz: laço que nem esses de presente bem bonito?
Sempre diz: laço de futuro bem amarrado
Bem me quer, mal me quer,
Dizia antes de ir embora
Ficou cheiro de flor quando ri
ou cheiro de flor quando chora?
Ela andava por ai bateando suas asas de borboLETRA
Até que ele chegou, enroscou seu abraço disfarçado de um (en)canto de paz sobre a sombra dos sonhos dela.
Fez a borboLETRA ter vontade de (re)pousar nos (in)versos seus.
É generoso doar palavras. É um ato tão nobre quanto dar alimento a quem tem fome.
E eu ando com urgência de me (des)escrever vorazmente. Ando faminta de porquês.