Lili Peron
Quando estou feliz meu coração explode feito fogos de artifício e saem pelos olhos; é tanto que não consigo esconder. Porém quando triste, meu coração dói e chora e reclama e corre em minha face feito rio de água e sal.
Só sei que da vida levo telas
Telas da minha infância
Telas de minha juventude
E de minha maturidade
E que insistem em povoar a minha mente
Acompanhadas de intensa dor
Ou de imenso amor.
Ah, eu sei!
Roda, roda, roda e senta.
Observa tudo ao seu redor e pensa.
Será que sabe o que sei? Sabe, ah sabe!
Ou então não teria tanto receio de me espiar olhos adentro...
Me calo em tamanha inocência.
As palavras, estas vem truncadas e trocadas.
Não saberiam dizer o que eu vejo e o que eu sinto.
Penso que é assim, assim como vejo.
Então calo minha vontade.
Os olhos se viram para outro ponto e ponto!
Não vai atrair a atenção, então rodo, rodo, rodo e me sento.
Mas alguém me olha sempre atento porque sabe que eu sei.
Vazio...
Enquanto os carros transitam por entre sinais vermelhos
O homem corre, ameaça, morre. Sorry!
A alegria em baixa, melancolia a parte
No arranha-céu de fios entrelaçados
Como somos engraçados!
Sobe, desce!
A alegria em baixa, decepção com a arte.
Os signos se confundem e se fundem
Em ideias abstratas
Eis aqui a nata!
Que cheira a perfume francês
Mas fede como vocês
Que dança na fantasia
Mas grita cadê você alegria?
Suor que desce, arrepio que sobe
Sufoco grudado na garganta
Me traga uma fanta!
Um dia ainda vou entrar no meu mais profundo EU
Para uma prosa de amigos
Para entender as luzes, as cores...
Saber da leveza em mim quando comigo estou
O que verte desse meu íntimo ser
Que ama, apesar dos dissabores.
Chega o dia que você entende porque Deus tira os filhos de dentro de nossas casas; é para enchê-la de netos!
Bordo minha vida com fios de seda
O amarelo, lembranças que ficaram para trás
Verde, para o que ainda espero ser e viver
O vermelho, das minhas paixões estonteantes
Azul, a busca incessante e o branco,
a Paz que eu não consigo ter
no emaranhado de meus pensamentos.
Lamento.
Tenho desejos que brotam dentro de mim
Projetar o que meu olhar captura
Da humanidade a morte e a cura
Suas performances
Formas, vícios e nuances.
O feio que é belo
O belo que se faz feio
Direito
Esquerdo
E o meio inteiro!
A luz guarda o meu coração
Minha pele é onde habito
Voos intermináveis
Levam meus pensamentos
A dor fica latente
Quando tudo está ausente
A minha alma?
Ah esta reza e clama
por seu fim num sonho.
Que a paz seja presente
A amizade uma semente
Emoções que se sente
Lembranças na mente
Esperança crente
Amigos autênticos
Sorrisos contentes
Amizade somente
Com amigos, parentes
E a fé ardente!
O fios emaranhados
O pulso e o impulso...
A certeza da dúvida
Ao buscar pelas setas
Mais, muito mais!
Desarrumar o certo
Feito margarida mal-me-quer
Desatando todos “nós”
Pra certeza do que se vê.
"Cada um está onde deveria estar com o que merece ser e ter. Somos o resultado de nossas escolhas... ou não. Quando você outorga a outrem suas decisões, já fez sua escolha."
Cantei e calei, sorri e chorei, pedi e dei socorro, quis salvar o mundo, mas percebi que este processo só acontece a partir de cada um.
Mulheres gritam dentro de mim. Sim, porque aqui dentro moram muitas mulheres. A que sorri, a que chora, a que morre de saudade e a que não quer ver ninguém! Tem também a louca, esta é ótima, mas a racional a controla.
Tem a tranquila e tem a ansiosa, porém esta, rsrs, esta ninguém segura! Tem aquela que adora natureza, mas tem também uma mulher urbana que está sempre falando mais alto, a mulher amorosa e a mulher de amor ausente. Uma que adora vestidos esvoaçantes que vive brigando com a que adora uma calça jeans e camiseta. A que se perfuma e a que nem os cremes quer ver.
Tenho uma mulher incógnita que vive espiando na janela dos meus olhos, tentando achar a saída, mas as outras a controlam, abafam e matam!
Negro gato
Um negro gato se estica e se atira num pulo veloz
Em seu telhado de vidro; se esqueceu que lá é quente
Porque ser assim tão envolvente felino mortal?
Quem te pertence nesse azul anil que vês?
Ah! Sua gata mostra as patas, as unhas, os dentes.
Impaciente, sobe e desce o negro gato...
Em seu telhado de vidro; se esqueceu que lá é quente?
Ao bater à porta ouviste, tem gente!
Gato negro impaciente ouriçou os pelos
E voltou ao seu lugar.
Carta ao meu Pai...
Neste Natal, pai, tu és aquela estrela que fica lá no alto, no topo da árvore! Amo você como te amei todos os dias da sua vida.
Podes ficar tranquilo que eu estarei aprontando como sempre, fazendo as pessoas rirem ao meu redor, pois isto era uma das coisas que você mais gostava em mim, dizendo sempre: Quando ela vai chegar Zica? Gosto dela porque ela é pândega (alegre, brincalhona), mas isso tudo eu herdei de você como muitas coisas que eu faço no dia a dia e vejo um espelho seu em cada atitude, no trato com as pessoas, a arte, a cantoria, a cultura brasileira enfim...
Não se preocupes com presentes neste Natal rsrsrsrs, pois este, você já me deu em vida e quando permitiu que eu o acolhesse em meus braços para estar contigo até onde pudéssemos ir, durante os seus últimos suspiros aqui nesta dimensão.
Não se preocupes com a mamãe também, viu? Dentro da realidade que ela vive ela está muito bem, apesar da sua partida, com dificuldades por causa da idade, mas isso é um processo natural em todos os seres vivos.
Não tenho dúvidas de que, quando elevo meus pensamentos para ti, estás ao meu lado.
Se puderes, olhe por nós aqui na Terra.
Meu coração é teu eternamente!