lidio
LOUCURA DE UMA MÃE AO PERDER SEU FILHINHO
Minha querida mãe, um dia me contou;
Já eu rapazinho e com todo temor;
Atento ouvi, uma história medonha;
De fundo macabro, mas cheio de amor...
Conheci uma jovem, - disse mamãe,
Que no auge de sua dor, perdera o lindo bebê
O primeiro, o infante; sucumbindo em loucuras;
Deixando exposta, a grandeza de seu amor!
Diante da perda, a dor, dor terrível;
Dor dilacerante! Meu Deus! Meu filho único!
-Meu filhinho querido! Acorda filhinho!
Respira, volta, chora pelo menos um pouquinho...
Loucura terrível, raiva, ódio da morte!
Morte maldita, - Não te aceito, te rejeito!
Angústia de mãe, dor de mãe, ardendo n’alma
Agitando o infante ao seu corpo, que terrível...
Todos lamentavam; ela não aceitou;
Consolos inúteis, vãs palavras,
Quiseram a ela impor, porém a jovem
Não se prostrou! Não se prostrou!
Hoje, dizia ela, desafiarei a senhora morte!
E naquela noite; contrariando o padre,
Os parentes, os amigos, os avós, o doutor,
A mãezinha em sã loucura; toma o cadáver frio do infante;
Agasalha-o em seus braços; com lenços finos e brancos;
Embala o pequeno ente; e no leito de sua cama,
A mãe dorme tranquilamente o sono final
Dormindo em paz com seu filho, o sono dos inocentes...
Antigamente meu sonho era não tem sentimentos, ou ser totalmente imune à sentimentos ruins. Hoje eu amo ter sentimentos, inclusive os ruins: o que eu sonho é com a sublimação perfeita.
No meu caso, encontrei a arte.