Levi Santiago
Última Flor
Última flor da estação
Resta de esperança infinda
Sendo tu, que és tão linda
Ficaste no coração
Última flor da primavera
Alegria porém tristeza
Diante de rara beleza
Dependes-tu desta terra
Ó flor, não vá. Que desatino!
...paras o tempo...(tempo inimigo)
Não me anule este prazer.
Sei, não se muda o destino
Triste estou, a ti me ligo
Triste sou... sem ter você...
Aos pensantes, que pensem.
Nem todos os olhos que leem
Nem todas as leituras
Nem todas as mãos que escrevem
Nem todos os escritos
Carregam consigo a sinceridade
Da vivência não teórica.
Nem todos os olhos que sofrem
Nem todo sofrimento
Nem todas as mãos de luta
Nem todo enfrentamento
Carregam consigo o sortilégio
Da teoria não vívida.
Aos pensantes, que pensem.
Mas não transformem esse pensamento em boçalidade culta oculta.
Simplicidade (Apologia)
Quando finalmente amanhecer
Antes que a noite se perpetue
A coragem aliara a loucura
E finalmente ei de soltar as rédeas
Para que as canções ensinem o caminho
O errante, claro e vívido caminho
Os motivos estarão tão claros
Que se tornarão invisíveis
A jovialidade permanecerá
A cada simples instante
E após tantos sorrisos
Chamarei isso de viver.
Tão saudoso, lagrimas cheias.
O espelho cegar-me-á
Meu passado correrá aos olhos
Um filme me acompanhará
Quando eu me assistir
Ei de estar a me calar
Na sépia do passado
Deste mundo a se entregar
Na sangria difusa das lembranças
Pulmões a não respirar
Desaparece a vitalidade
Eu poderia ter feito diferente?
Tributo Anormal
Ela era diferente, anormal.
Pensava estranho ao mundo
Na contramão da sociedade
Vivia um tempo só seu
Jogava com o destino
Sorria entre olhos obcecados
Chorava entre rostos alegres
Almejava um mundo paralelo
Repentina, voou sem ter asas.
Escondeu-se, sem rumo.
Cansou, fugiu de si mesma.
Ao longe, ecoava sua ausência.
Ela era diferente, anormal.
Ela era presença.
Ela era.
Não se sabe mais sobre ela, não sei.