Levi Rodrigues
Enquanto o medo e a fraqueza forem propulsores de suas ações, o caos será o reflexo de seus pensamentos.
Pela fome e toda a opressão sofrida na infância, por banalizar a maldade através de arrependimentos verdadeiros da adolescência, pela filosofia, ciências e todo o conhecimento que sei do universo, eu, Levi, renego a Deus ou qualquer outra divindade. Desse dia em diante, caminharei sozinho na Terra.
Desafiei o mundo e suas crenças mentirosas, e, todos os dias que acordo, sonho em fazer o mesmo com a morte.
Nas maiores dificuldades da minha vida, uma em especial, a inclusão no sistema penitenciário, onde a solidão tem nome, o que me dava luz na escuridão era saber que minha luta era contra a fome, a miséria e a opressão.
É muito breve, mas talvez seja minha maior vulnerabilidade: um curto momento entre sanidade e pensamentos fora do meu controle, onde meus monstros ganham vida e forças.
Se você sabe que Deus não existe, só tem dois caminhos: o dos falsos defensores da liberdade, a suposta democracia; ou o caminho onde você se vê como Deus, colocando sua vida acima de qualquer outra, mesmo que, para isso, injustiça seja feita. Quem souber, responde. Eu, porém, sou um Deus benevolente. Todo ser humano nasce igual, dotado pelo criador de certos direitos inalienáveis, e entre eles está a vida, a liberdade e a busca pela felicidade.
Saímos da África em busca da água, encontramos o rio Nilo. Os sumérios foram a primeira civilização a deixar relatos escritos. Na Mesopotâmia, houve o dilúvio; no Egito, no povo inca e em todos os povos que têm relatos escritos. Cadê a lógica em acreditar na enchente do catolicismo?
Não acreditar em Deus e dar valor a cada milésimo de segundo como se fosse o último, mas sabendo que uma boa morte, em si, já é uma vitória.
O único mal de toda a população são os governos mal administrados e as religiões que limitam o pensamento humano. Minha missão é desmistificar esses sistemas.
Em todos esses anos que estive neste planeta, vivi cinco quase mortes que me lembro. Parece que o controle da morte tem sido a sensação mais prazerosa que já testemunhei.
O que me destaca é que cada momento, para mim, é único. Sei exatamente o que meu corpo pode e não pode fazer na conquista do objetivo. A morte é a certeza de que dúvidas ou um planejamento malfeito não serão aceitos.
Com toda a miséria do estado, através de uma sociedade capitalista, é necessário um ser superior no equilíbrio da balança.
Eram minhas brincadeiras de criança favoritas, que se tornaram necessidade, mas agora, erros custam vidas.
Morrer na ignorância, vivendo em um purgatório, sem a oportunidade de brincar de Deus; eu prefiro a morte.
Se tudo foi dividido, por que seria diferente na computação? De um lado, o Windows, com suas restrições, assim como a religião; do outro, liberdade e progresso. Vida longa ao Linux!
Será que essa mentalidade, de que criança só aprende apanhando,ou até mesmo os animais, ou a falta de paciência dos tutores em uma resposta rápida do aprendizado, vem da Igreja Católica?