Leudo Duran
Poema cansado
Noite em claro
No interior do quarto.
Palavras mau ditas
Algumas piores escritas.
Desabafo de amor
Convertido em dor.
Pranto calado
Chão enxugado.
Dia no escuro
Pensando no absurdo
Pra tirar meu cansaço
Apenas teu abraço.
Pra me tirar do tédio
Você é o remédio
Só quero minha cama
E ouvir você dizer que me ama.
(12.07.2014)
Carcaça
Sou filho deste solo
Sou parte desse chão
Sou o ar que flui entre a natureza
Sou o fogo da Paixão
Mesmo que a rachadura seja cenário natural
Aqui a beleza existe e falta d'água não quer dizer desapego
O sol que clareia e queima ardentemente É o mesmo que enxuga minhas lágrimas
O vento que passa silencioso por aqui desvenda uma brisa fascinante
Posso até ser um andarilho solitário por esse mundo
Mas consigo ver o preto no branco
A dor na vitória
O choro na alegria
E que apesar dessa disritmia o meu coração bate assim como todos 84 tempos por minuto de pura ARTE.
Viva a Arte Atuar.
(11.11.2013)
Olhar ao mar
Mar fundo
Água profunda
Corpo que inunda
Afunda minhas lágrimas
Leva minha tristeza
Deixa minha pureza
Mistura de elementos
Mescla de sentimentos
Dores e não lamentos
Mar que acalma
Acolhe a alma
Mar que deságua
Que vai e vem
Sempre com águas diferentes
Que fascina a sua enchente
Mar de promessas
Chave mestra
Som de orquestra
Mar que borbulha
Pedra na agulha
Vida que perdura
Mar que sonha
Sonho que mara
Mar quimera
Mar de estações
Mar de previsões
Infinitas sensações
Mar misterioso
Seio apanhador
Colo mimoso
Mar que começa
Mar que não termina
Mar sem sina
Mar de oceano
Mar de litoral
Mar de oriental
Mar lindo mar
Azul, verde, transparente
Me ensinou a ser gente
Antes mesmo de aqui chegar
(13.09.2012)