Lesliane Trigo
À noite somos reféns da saudade que, de dia, fingimos não sentir. Não há licença poética para ela surgir; ela surrupia o sono e, entre os lençóis, nos faz afundar em pensamentos que achávamos ter superado. Nem sempre a saudade brota de forma poética, muitas vezes, ela vem feito um trator de oito toneladas, faz sua ronda noturna dentro de nós e se despede de forma bruta.
Talvez a delícia de viver esteja em não saber o que está por vir. Rodeados de olhares estranhos e sentimentos incríveis, vamos indo sem saber para onde. Nos perdemos dentro de nós e a cada sentimento novo que transborda na gente, olhamos a vida com uma ótica diferente. E assim de amanhã em amanhã, a gente aprende que amadurecer é uma delícia; Aguça os gostos, valoriza os abraços, seleciona as pessoas, inverte as prioridades e percebe que, apesar do tempo que se fez, a vida só está começando.