Leonardo Seiberth
Quase sempre me questiono!
Tento entender.
Sinceramente eu tento compreender, mas sempre me escapa e me vem essa raiva insaciavelmente acumulada em meu coração. Como pode a vida se definhar em um pico tão alto da história, em um momento no qual devíamos viver mais intensamente do que nunca.
Sinceramente sempre fiquei lisonjeado com a dádiva que Deus nos deu, que foi a vida, porém, quando vejo que estamos chegando perto do fim, percebo que tudo é tão rápido, tão sem nexo, sem rumo, sem situação.
Sem nem ao menos um por quê? Olho tudo ao meu redor e nada me chama atenção, pessoas vivendo por viver, sem metas, sem obstáculos a enfrentar, sem inventar uma história para traçar, sem alguma força invisível para almejar. Literalmente me perco nessa imensidão de ingratidão, de descaso, com uma coisa tão rara, um presente que devia ser aproveitado e utilizado da melhor forma possível.
Algum dia ainda sentirão falta do espaço, algum dia pela manhã sentirão que faço falta. Não quero que palavras torpes como essas sejam ditas ao meu nome. Quero ser visto, quero ser notado pelos meus atos em terra, em vida, e não em desfalecência.
Prefiro lutar e perder, amar e esquecer, esperar e me iludir.
Honestamente, com esse presente grandioso que eu tenho em mãos, eu prefiro viver!
Amnésia
Espero esse dia chegar, mas sempre aquela voz me diz que não vou agüentar, e não irei conseguir. Tento apartar de mim essa voz, tento me anestesiar mais um pouco com minha dose de ilusão, e fazer esta insistente voz deixar de ecoar em meu interior. Mas quando o dia nasce, volto a cair, volto a duvidar de mim e passar a crer nesse alguém invisível que parece saber prever o futuro e o meu destino a traçar.
Ainda insisto, pois me custa aceitar que um dia isso possa acabar, que nada disso é real.Me escondo em um rosto muitas vezes que não é meu ,um rosto alegre feliz,preenchido. Mas é a noite que as estrelas e o luar vêem minha face ao chão sem costuras de sorriso ou pinceladas de alegria.
Preferia sair e te encontrar, mas a voz as vezes me leva a acreditar que não é minha intenção falar de uma história de amor se você não está aqui.
Por fim minhas doses de ilusão estão se acabando, e ainda tenho duvidas se continuo usando-as ou troco por uma dose de amnésia!
Antes de falar já vejo
Posso ver além das pessoas, posso assistir como um espectador atento, a triste farsa dos seres.
Em nenhum momento me exalto por isso de maneira alguma , pois tudo que sei, aprendi com o tempo aprendi com quedas com tropeços e de estar em vários pontos, altos e baixos. Vejo muito além da face, vejo muito antes da proximidade frente a frente.
Tento às vezes me fazer de leigo, muitas vezes de cego, mas isso é algo que já tenho comigo, algo que o tempo me presenteou como uma dádiva de conseguir aprender com os erros, aprender com os humanos que muitas vezes carregados de armas de falsidade e ingratidão.
Depois de tanto conhecimento tirei minha conclusão que amizade concreta de se obter, é se relacionar com as paredes, quem sabe sua sombra ou outra face ,elas não podem dar conselhos nem ombro amigo.
Mas pelo menos traição é algo desconhecido para tais seres inanimados!