Leonardo Rodrigues
Semi-Louco
Não sou louco,
Ainda permaneço são.
Talvez um dia fique rouco
De por dentro tanto gritar em vão.
Corre-me nas veias a cursiodade e medo,
De sucumbir à loucura,
O receio de já ser doido em segredo
E apenas não ser visível na minha postura.
Fico apenas na tua mão
(Se ela me estiver mesmo a segurar),
Pois já deixei claro que não
Abandonarei algo que me faz respirar.
É como esperança que me faz preenchido,
É como luz que ilumina as minhas ruas,
Faz-me sentir renascido,
Ficam sois, vâo-se as luas.
Paranoia constante e pavor,
Graças às blasfêmias que me são ditas.
Oh cale-se senhor doutor,
Pare com essas pragas malditas!
Você não sabe,
Ninguém sabe,
Ainda não há maneira de saber!
É suposto eu simplesmente me entregar a esta realidade
Que me faz sofrer?
Apenas pelas suas supeitas e suposições
Sem certezas?
Fazem-se "Malucos" que partem mesas e corações
Graças a essas promessas...
E depois existes tu que me devias trazer mais sanidade,
Mas so me deixas mais desgastado,
Devias ser a minha felicidade,
E só me fazes mais desatinado.
És igual a quem odeias e condenas,
E eu visto a capa, mas sou como tu,
Fazemo-nos de Atenas
Mas não sabemos nenhum.
Escrevo versos banhados de dor e angústia de ser eu,
Escrevo sujo, sujo e imundo como mero plebeu.
Após escrever vou nadar intensivamente em piscinas de lama,
Saltarei do penhasco que mais magoa,
Não me lavarei por uma semana
Apenas para me olhar ao espelho e não ver a minha pessoa.
Mas ao esfregar o olhar
Volto a ver o meu reflexo
Então atiro-me ao mar,
Parado, estático, perplexo.