Leonardo Cortez
„Eu sou um professor! Eu não estou reclamando de ser um professor. Pelo contrário, eu me sinto bem, sendo um professor! Eu me sinto poderoso em sala de aula, verdadeiramente. Sou o detentor do saber, então me sinto sábio. Compartilho o saber, então me sinto generoso. Estou na contramão da mesquinharia do mundo moderno, então me sinto rico.“
A gente fica aqui, mendigando repasse do aumento da mensalidade pro nosso salário de fome, mas eu só vou acreditar no futuro do Brasil quando o professor ganhar salário de alto executivo! Eu sei que isso é uma utopia inalcançável. Qualquer utopia é inalcançável, mas a função da utopia é te colocar andando pra frente, como diria o Galeano. A minha luta é por um piso salarial de trinta mil reais por mês. Trinta mil reais por mês é o mínimo que eu mereço!
A gente repete que a criança é a esperança da humanidade desde o começo da civilização e o mundo tá cada vez pior. Acho bom a gente começa a depositar a esperança da humanidade em outro lugar.
O mundo se divide entre os aflitos e os desesperados. Se você está simplesmente aflito, então você é um privilegiado. Porque o resto é desespero. Com o desemprego, com a morte, com a doença… Eu chego lá… Todo mundo chega, mas por enquanto, eu tô aflito e tô bem!
Minha pretensão como dramaturgo é dialogar com a contemporaneidade. O que tem sido complexo, já que ela não anda retornando meus telefonemas.