Lene Dantas
Não basta fechar os olhos, fazer uma reza e esperar que tudo que te maltrata acabe, que a fada madrinha apareça ou o gênio com a lâmpada mágica te conceda três míseros pedidos. Tua vida é bem maior que isso, quem tem o poder de resolvê-la é você. O bom é que todos os dias existe a possibilidade da mudança, o segredo é querer mudar e não desejar permanecer covardemente inerte, numa situação que não faz nada por você. Que te sufoca, te contraria, te maltrata ou te faz descer ao mais baixo grau do desamor. Sim, porque aprendi a me amar, e, amar a si, não é tão fácil, a briga que temos até descobrir o que somos, o que queremos é tremendamente irritante e exige coragem para assumir os próprios defeitos e enxergar mesmo que te corte ao meio a dor, ou que te arraste em calçadas sujas e te faça comer o pó da sujeira. Mas é necessário ainda que te faça engolir o orgulho, engolir primeiro a dor. Amar a si é saber o que te fez chegar aqui, ao espelho, o teu reflexo, a tua cara limpa ainda não lavada quando acorda, aquela que você esconde ao amanhecer, quando conseguimos ser fortes e enfrentarmos essa dor, aí o amor chega e nos faz subir e voar. Porque você não mais vai chorar por ontem, porque o ontem é ontem e ponto. Você não vai se importar de aparecer com a cara ainda para lavar, porque você não tem vergonha de você. Amar é algo sublime e amar a si é o segredo de ser feliz. Não existe eu não consigo, eu não posso, alguém não faz, não culpe, aja . Felicidade é encarar o fundo de você mesmo, dos seus medos, suas manchas, seus erros, é enxergar também suas vitórias, sua força. É se enxergar, é deixar se enxergar. Não tenha medo de ser você, de lutar por você.
AQUI
Aqui o dia ainda passa devagar. Hoje, o passarinho que pousa diariamente na minha janela me olhou nos olhos, não entendi bem o motivo do seu interesse. “De repente, virei uma flor”, pensei, e abri as cortinas que eram erguidas a toda hora pelo vento que não parava de dançar. Encostei-me na janela e, lá fora, as folhas falavam uma com as outras, as borboletas cochichavam algo que eu ainda não podia ouvir e os raios do sol aumentavam e clareavam aos poucos as calçadas adormecidas e congeladas pela madrugada. Tudo parecia quieto, nada movia-se, nada falava comigo, nem eu mesma ultimamente falava comigo. Fui até o quarto e ele era lilás, os travesseiros traziam estampas que combinavam com as paredes. Por que tudo tem que combinar? Não sei, mas eu gostava que combinassem. Nesta manhã, estou meio perdida, me sentindo só, exceto pelo passarinho que olhou para mim; eu deveria ter perguntado o que ele queria. Será que me responderia? Ele voou para tão longe, percorreu tantos lugares nesse céu, conheceu tantos jardins. Por que veio parar na minha janela? Os olhos eram altivos, mas nem sequer me deixou tocá-lo; voou seu voo fugaz. Aqui, a tarde ainda parece distante e o horizonte está ficando vermelho, será que o céu está se apaixonando ou é o sol sangrando por falta da lua? Meus vestidos precisam ser arrumados, mas ainda não fui até o armário, tenho medo da confusão do meu guarda-roupa, ainda não sei organizar os tons. Lá dentro, tem tantas histórias, os sapatos falam entre si sobre as calçadas que pisaram e eu não quero ouvir. Acho melhor deixar as portas fechadas. Aqui, a noite vem chegando e a lua já está me olhando, pedindo explicação; fecho as portas, não quero vê-la, vou calar, assim como a noite cala nos momentos de angústias, nos momentos em que grito aos céus pedindo ajuda, e que fingem não escutar. Não tenho respostas para nada ultimamente, não sei bem onde estou, e aqui faz frio. Preciso me olhar no espelho, talvez eu enxergue o que o passarinho enxergou pela manhã e descubra o que está em meus olhos ao amanhecer. Será que eles contam meus segredos? Será que o passarinho tinha a resposta? Aqui estou eu, diante do espelho: Não sou bela, não sou fera, não sou menina, nem mulher. Aqui estou e lembro-me que já escrevi sobre o amor, fiz muitas cartas de amor. Fui fútil? Ou futilidade enfrentam aqueles que não amam? Sim, só os ridículos não amam. Afinal, quantas verdades existem numa carta de amor? Quantas vezes nos fazem rir e chorar? Aqui em mim, vejo a luta cravada para seguir, pode ser que o tempo não seja favorável, que o tudo seja improvável, mas o que seria de mim se apenas ficasse parada? Parada aqui? Não teria a chance de saber se ganhei ou perdi, não saberia se a luta foi em vão, se o preço pago foi alto, se valeu a pena riscar o chão. Diante do espelho, olho meus olhos, que perguntam a mim o que ainda estou fazendo aqui. Aqui, a madrugada chega e traz suas certezas e mistérios, e no meu Eu sei que ainda travarei muitas guerras, e quantas forem necessárias para me encontrar, e sei que ainda verei uma rosa brotar mesmo na frieza deste chão. E um dia vou saber o que viu o passarinho quando olhou intensamente nos meus olhos. E escreverei cartas de amor, pois aqui, sei que o melhor da vida é amar.
O sono é demasiado em mim
Sinto o corpo cansado
Sentimentos misturam-se
Aflição
Procuro um lugar seguro
Onde meu coração possa bater sem pressa
As portas, elas podem me ajudar
Qual porta me levará para a paz que procuro?
O jardim hoje está mudo
Nem as flores falam comigo
Estou só, no adiantado das horas
Será que estou perdendo o equilíbrio?
O apartamento não tem elevador
Preciso subir os degraus
Talvez eu pare no oitavo andar
Meus pés já não agüentam os sapatos
Calças justas sufocam meu caminhar
Quero água
Terá alguém para saciar minha sede?
Meu cabelo está despontado
Meu lábio sente falta de um brilho
Madrugada chegou seca
Na esquina tem trapaças
E hoje nem para lua eu olhei
Quero um cobertor de plumas leves
Não sei do vestido vermelho
Mas encontro na bolsa um bilhete delicado
Tomei banho de mar e fiquei febril
Conchas tinham segredos
Quero olhar o mar
Pisar na areia e olhar o mar.
Quero parar o meu carro
Antes da festa no castelo da esquina
Prefiro chegar a pé
E vestida de trapos
Com versos nas mãos
Não quero o doce
Quero o fel para sentir o gosto bom
De adoçar o amargo
Quero o desigual o diferente
Não tenho medo dos segredos
Não tenho medo das verdades
Tenho medo apenas
De feras presas em mim.
Veja sua estrada.Se nela encontrar flores,regue-as.
Se nela encontrar canções, cante-as
Se chove, banhe-se com a água pura que vem dos céus.
Se na estrada tem pássaros,observe-os voarem.
Se na estrada tem o calor do sol,receba seus raios.
Se na estrada tem crianças,permita que elas se acheguem
E receba a pureza que só a elas pertecem.
Se na estrada encontrar o amor,não o perca de vista,
Deixe-o entrar,aprenda com ele,misture-se a ele,
Ouça sua voz no silêncio da noite e no amanhecer.
Não se perca de seu caminho,não deixe que espinhos
Impeçam-lhe de seguir.Mesmo que encontre raios,
procure um abrigo e continue, jogue sementes de paz por onde
passar,verá que sua estrada ganhará o sabor de
uma vida feliz.
LABIRINTO
E DENTRO DESSE LABIRINTO
ME PERCO EM PENSAMENTOS TOLOS.
POR FORA NÃO CHORO
OS OLHOS EXPRESSAM MEDO
TALVEZ O MESMO MEDO QUE ME
TROUXE A ESSE LUGAR.
POR DENTRO O CORAÇÃO
É ÚMIDO E VAGUEIA
SEM SABER AO CERTO A HORA.
A HORA QUE PARECE
ANDAR PARA TRÁS
NESSES DESCAMINHOS QUE
FAÇO COM PASSOS EMBARAÇADOS.
AS AGITAÇÕES SÃO SOMBRAS
QUE PASSAM SOBRE MINHA CABEÇA.
TENTO ENTENDER ONDE ESTOU
QUERO MOVER-ME UM POUCO
COISA COMPLICADA,EMBARAÇO
UMA ENTRADA E UMA SAÍDA.
MAS,ENTRADA QUE SAÍDA
ME PERCO EM MIM
ME PERCO EM TI
NÃO SEI DE MIM
PERTENÇO A TI.
Que areia escorra das mãos e misture-se as águas.
Que o coração seja ferido , mas não morto.
Que meu amor seja seu, não por um momento,
Mas por todo o tempo em que minha alma puder amar.
Desencontrada com os olhos pedintes.
Corta-se ao meio .
Fragmenta-se.
Se tu não estás,
Também não estou em mim.
O coro dos anjos
Sussurra seu nome.
Amado. Sou sua.
Acolhe-me.
Coisas Eternas
Se imaginarmos a beleza da criação. Fecharmos os olhos por um momento e sentirmos a chuva, ouvirmos o barulho do mar, cheirarmos o aroma das flores. Imaginarmos as crianças, os animais, o vento, a água, o frio, o calor. Tudo , exatamente tudo foi feito por um Deus amoroso. Um Deus que em generosidade nos fez um lar para cuidarmos. Um Deus que se preocupou de nos fazer enxergar colorido. Se preocupou de nos fazer sentir vários sabores. Se preocupou de plantar em nosso coração sentimentos. De nos fazer pensar. Um Deus que poderia ter nos criado como máquinas projetadas para servi-lo, mas ao invés disso, nos deu o livre -arbítrio. Se imaginarmos por um momento o amor de Deus. Olharmos o céu a noite e vermos a beleza misteriosa da lua e a imensidão do azul do céu com tantas estrelas . Se paramos um pouco , iremos perceber o quanto devemos agradecer. Agradecer pelo privilégio da vida. Agradecer por todo esse amor doado generosamente. Agradecer e aproveitar todos os dias para o louvarmos em palavras e em ações. Agradecer e mostrar que o amamos e prezamos tudo que nos foi concedido. Cuidarmos um dos outros e cuidarmos da terra também. Vamos agradecer e tentar a cada dia ser alguém melhor.
___ Lene Dantas.
Encantada parei. A porteira estava aberta e o Sol apaixonado ruborizou.
Eram 17:00 horas. Eu esperava ansiosamente sua chegada. De longe eu o vi, caminhava em minha direção. Meu coração nem pulsava , saiu de mim pra sambar. Agora tudo acontecia. E meu riso chorava numa mistura de felicidade e emoção. Apressei os passos. Me preparei para o abraço. Acordei, foi mais um sonho.
___Lene Dantas
(saudade da minha mãe)
Porque o amor não é um sentimento vazio...
O amor não se acha na esquina
O amor vem...
Simplesmente invade o coração.
Quando eu era apenas um pedacinho de você,
Você me amou.
Me deu a vida e me ajudou a seguir .
Quando eu era uma menina
cheia de sonhos,
Você também me amou,
me ensinou que os sonhos
podem se realizar.
O tempo passou e já não sou
mais uma menina,
porém, continuo sendo um pedaço de você.
E saiba que o amor
que lhe fez me gerar
está aqui comigo, dentro do meu
interior.
Não foi planejado também, mas quando vi você
e você me olhou ternamente me dando seu seio,
o amor que já era seu e que agora estava em mim,
floriu.
E o passar do tempo só fez com
que ele aumentasse.
Portanto, mãe,
saiba que o amor que sinto por ti
está além de tudo mais belo que há em mim.
Está na força da minha vida
na direção que eu sigo.
__Lene Dantas.
Esgotada. Se esgotando. Como cada gota , cada gota que cai da goteira da torneira que não veda; A torneira que traz água que não volta e me esgota , como água que não volta mais. Água doce do rio que secou e nem chegou ao mar, não teve tempo de misturar-se. Mas como misturar-se no oceano? Tenta e tenta e não chega.Teve medo, mas foi. E sempre esgotada; Volta. Volta como uma gota de felicidade que se perde num oceano de tristeza. Lene Dantas —
Pluft! O espelho quebrou. Rápido juntou os pedaços . Cacos e cacos.
Cuidado! Cuidado! A minha luz.Tenho medo de não saber meu reflexo.
Passei muito tempo desencontrada! Lene Dantas.
Desencontrada com os olhos pedintes.
Corta-se ao meio .
Fragmenta-se.
Se tu não estás,
Também não estou em mim.
O coro dos anjos
Sussurra seu nome.
Amado. Sou sua.
Acolhe-me.
Lene Dantas.
Espere-me
Espere-te
Encontra-me
Encanta-me
Seja minha presença em ti
E tu em mim.
E o amor?
Esse, que nos acolha.
Lene Dantas.
O amor escondeu-se num bosque
No bosque ficou a cismar
Se todos precisam de mim,
Por que vivem a me contrariar ?
Lene Dantas.
Cumplicidade, respeito, reciprocidade.
Um verso, um riso, uma canção.
Seus olhos, seu jeito, sua verdade
Você – Eu . Nossas mãos.
Lene Dantas.
TRECHO DO CONTO: UM ADEUS A LUA
.. Com os olhos nublados, engoli o sussurro. Por enquanto sentada na areia, ainda a olho pensativa, olho atentamente aos desenhos que crio dentro dela. Conto os passos devagar e aos poucos se retiro. Adeus lua amada, adeus ao colostro que encontrava em meus sonhos guardados por ti. Adeus ao que eu sentia quando tu me mostravas o reflexo do amor. Porém, te falo adeus por esse momento. Pois, mais tarde me renovarei e contarei novos segredos a ti, quanto estiver bela e novamente faceira. Mas agora, digo apenas.
“Adeus lua amada.”
Não olho mais a lua. Não espero os raios do sol. Mas estou construindo, um novo caminho cercado de estrelas. Construindo um dia feliz, uma noite feliz. Construindo um novo mar, um mar que certamente encontrará o rio.
Lene Dantas —
www.lene-dantas.blogspot.com
CIRANDA
Na ciranda, escapulia suas mãos das mãos.
Escapulia quando mais desejava, quando mais precisava.
E tudo o que queria... E tudo o que quer é:
Alguém que segure sua mão.
Alguém que a ache alguém.
Nem o tempo resolveu suas questões. Tinha desejos alheios a ela própria o tempo todo falava de si pra si, como se o mundo não fosse além dali, não fosse além do seu quintal com todas aquelas roupas mal penduradas, levadas de um lado para o outro com o vento. Ontem foi ao centro e sentiu-se apaixonada pela fivela da sandália que virou sua gula, por um instante sentiu-se escrava como se a sandália a comprasse, como se mais tarde a sandália que fosse calça-la, como se ela pudesse entre outras coisas ter o brilho daquela pequena fivela prateada que destacava mais ainda a beleza da sandália. “De repente meu pé podia caber ali, mas ali não cabe meu próprio mundo”. Ali não cabem suas crises, nem seu amor que partiu e a partiu ao meio, no dia que decidiu deixá-la, sem nem ao menos avisar-lhe. Ali não cabiam seus dias de infância quando corria para alcançar os outros e sorria ao encontrá-los em momentos de farta felicidade. Mas na ciranda, na ciranda sempre se perdia nas mãos, quando todos ao mesmo tempo encontravam-se ,quando as mãos abraçavam-se. Mas ela não encontrava e nem se encontrava. Estava o tempo todo e não estava. Esperou o amor no caminho de volta para casa, mas esse amor não veio. Nunca o encontrou, nunca. Por mais que buscasse e esperasse, não conseguia alcançá-lo e ainda não entendia em um piscar de olhos e outro porque ainda o via. Porque ainda o sentia, se ele não estava ali. Se ele nunca quis de fato estar ali.
A presença indesejada de suas emoções a deixava opaca escutava os gritos dos vizinhos que reclamavam da fumaça da fogueira que fizera próximo num terreno baldio. E aquela fumaça, bem que poderia vir até aqui realmente, poderia me incomodar um pouco. Não tenho tempo para lustrar meus móveis empoeirados e também eu não poderia apanhar a roupa do varal com sua chegada, dessa forma a roupa ficaria impregnada com o cheiro da fumaça, mesmo longe mesmo aos poucos ela iria me deixar um pouco dela. Mas eu também não caberia na fumaça, a fumaça não caberia em mim. Queria poder tocá-lo. Queria poder apenas uma vez tocá-lo. E assim sendo fumaça o faria ficar impregnado de mim e ainda que quisesse não perderia meu cheiro assim que eu virasse e eu estaria lá e estaria aqui. Sentada aqui, olhando as mesmas coisas, pensando mais uma vez, nos meus jarros quebrados. Deixo de ser flor.
E me torno mais uma vez a semente que precisar nascer, precisar empurrar-se ao mundo, num esforço continuo e detalhado, em dias e dias que segue num escuro abafado. Escutando, apenas escutando os sons que vem do alto, mas sem poder vê-los. Sentia o saciar de sua sede quando água vinha calmamente, mas não sentia a gota do orvalho, então entre um impulso e outro se esforçava para sair daquele lugar, para enxergar a luz da manhã, para dormir sobre as estrelas e assim tão pequena e tão frágil agigantava-se para sobreviver. E aos poucos num estado lento e continuo renascia, brotava de si para si. Mas e a ciranda?
“Como se minhas mãos não alcançassem, nunca completei a ciranda. Nunca fiz a volta. Como pedras desenhadas em jardins, eram meus companheiros da ciranda. Não tinham mãos, não tinham laços, não tinham.”
Eu não sou tão fria. Sempre abri as mãos. No fundo não queria guerra. Não tenho armas, só tenho sentimentos. E pra que armas eu só quero amor. ... Mas, o que mais ainda poderia ser?
O que mais ainda? Depois de tudo, do tudo que eu entreguei.
Não quero perder-me em sentimentos, mas não consigo chegar ao fim.
Não consigo ainda enxergar o fim. Mas o final será novamente o começo.
___ Lene Dantas
Era cedo, mas o coração caducava em caminhos tortos. Uma expressão incompreensível. Um susto. A vida em silêncio, lenta. Agora causava uma inquietude, o riso quase saltava naquela agonia de nada fazer. Esperando um pouco do que não tem e dividindo um pouco do que teme. Ainda se tivesse na alma o que não tem no rosto. O rosto marcado com pontas de faca de um tempo que ela não lembra, pois dormia. Poderia ter pincelado o coração com cores, mas nem mesmo isso pôde fazer. Um coração feito um oco e um rosto de um doente.
Lene Dantas
http://www.lene-dantas.blogspot.com.br/2013/06/passos.html
Entrego-te meus versos
Querido
Os deixo nas suas mãos
Não tema, guarde-os contigo
São fragmentos do meu coração;
Leia sozinho á noite
Lembre-se do meu amor
Repita meu nome baixinho
Faça de nós Lua E Flor.
Estarei na luz das estrelas
No céu e na luz do luar
Serei sua companheira
Nas noites que queira me amar.
Então meu amado querido
Guarde esses versos pra mim
E venha um dia entregá-los
No meu quintal, nosso jardim.
___Lene Dantas.
Descobriu, assim, que o sempre não existe e que o sempre é a vontade de viver e de lutar por si, mesmo quando a luz do jantar de velas é apagada com soluços inflamados pela perda do deleite do que não foi e do que não era, e que ela achava que era.
___ Lene Dantas