Leila Onofre

Encontrados 9 pensamentos de Leila Onofre

Muna, Xeia...

Brilha prata luzida
Enquanto o sol dorme
Traga no silencio da noite
Sua beleza de mulher insinuante
Traga sonhos
Sem quizilas
Sem medos
Entra, surpreenda-me
Traga orações e poesias
As horas passam
O sol ainda dorme...
E seu fulgor invade
Aliviando meu amor
Que espera hiante
Noite azul
Balancê, achego
Volte sempre “xeia”
De amor, Muna!

Inserida por katiacristinaamaro

Buscando Deus

Refletindo minha intemperança sobre a existência de Deus,
confrontei-me com minha insensatez e antecipei descrença.

No entanto num lampejo de sabedoria perguntei: -“Senhor,
por favor, não brigue comigo é que caí e quebrei meu coração,
dá pro senhor me dar outro; se és que existes ?”

A resposta foi imediata: “Sim, eu existo e te conheço pelo seu nome
e se queres um novo coração tens que trabalhar por ele.”
E num outro lampejo de sabedoria, iniciei meu trabalho em buscar
um novo coração.

Deixei de viver o passado e parei de contemplar o futuro e encontrei
plenitude. Aprendi a viver o dia de hoje como se fosse o melhor dia
da minha vida. Aprendi que cada hora, cada momento, cada alegria,
cada tristeza e cada segundo devem ser vividos um de cada vez e isso
é crescimento.

Deixei de forçar situações e desejos que não me pertenciam e abandonei os
grandes planos e comecei a simplificar meus interesses e encontrei harmonia.
Aprendi que tudo acontece na hora exata e nem todos estão prontos no mesmo
momento e isso é respeito

Deixei de me importar com a opinião alheia e passei a valorizar meus instintos,
minha educação e experiências vividas e passei a refletir sobre minhas atitudes e
a aprender com meus erros e a separar a opinião alheia da critica nociva daquela
valida à relevância sem me ofender ou punir-me e isso trouxe-me equilíbrio e
renovou minha autoestima.

E hoje, creio que todos os instantes deste dia como se fossem milagres realizados só
para mim, pois com toda certeza sou um dos milagres de Deus aqui na terra e acredito
que seja, assim, para todas a criaturas viventes nesse planeta.

Buscando Deu é apenas a confirmação da minha existência e não seria natural se não o
buscasse e na verdade, nunca necessitei de um novo coração, apenas voltei a amar a vida!

Inserida por katiacristinaamaro

O gato que parou na da lua...

Sentado no telhado olha a lua e mia baixinho.
Olhos brilhantes escuros como quem vai pular.
Quantas vezes pula, quantas vezes cai no espaço da lua...
Assim acredita, por ser louco de amor pela lua.

Parado fica contemplando sua luz e pergunta-se:
-“Como posso chegar até minha bela Cíntia”?
Solitário e sem resposta se contenta por adorá-la de longe...
Astuto e ágil planeja cortejá-la, pois sim, quer mesmo beijá-la.

Gato tolo! Apaixonado e vidrado na sua musa que sem dó o desdenha.
Iludido pelo seu brilho mia - “Sem você sou cego, sem graça e sem planeta”!
Porém cego, sempre, e perdido de amor! Ele mia e implora seu amor.

Sua lua se esconde entre nevoeiros e ele mia de solidão" lunar".
Ela volta como leve fumaça e mais linda, ainda, cintila à noite cheia.
O gato patusco vibra e mia longe a espantá-la com seu uivo gatuno.
Irritada ela refulge-se por trás das altas árvores com timidez faiscante.
Cansado e desanimado encolhe-se e vai dormir.

Esperando que sua amada volte na madrugada seguinte...

Beco sem saída...
Caminhos percorridos e divididos, em círculo
busca a fuga afogada num pranto indefinido.
Porém, distante, o poeta, num deserto extingo,
papel casso e pena árida, num beco sem saída.
Enfadado no desânimo da inspiração varrida.

Arreliado num banco de areia, o sangue que flui.
Palavra que não escreve amor que não sente.
Definhado, canhoto caminha em circulo vadio,
suspirando em soluços por ter perdido a poesia;
essa que foi seu berço criativo da harmonia.

Pobre poeta arredio, enfermo se encontra sozinho.
Confinaram-se os amigos do dia e fugiram na noite
suas amantes e donas queridas.
Onde busco meu estro, aonde vou fenecido?
Sem conforto ou resposta, desacreditado, ferido.
Sem sopro ou vontade pensa na musa sumida
e na busca da aragem só lhe restou boêmias.

Pobre poeta arredio, no seu beco sem saída!
Perdeu sua poesia por ter-se valido da mesma
pra viver na alegria, da noite fria e romântica,
dos leitos da fantasia.

Oh querido poeta! Na beira da minha cabeceira
descansam seus livros de poesia e toda sua alegria
deixada no meu beco sem saída, que suas magicas
palavras o tornaram na minha travessia.

Poeta, você está sempre comigo.

Inserida por katiacristinaamaro

Acorda!!!

Reverente e forte no seu berço de luz
Nasceu rica, nasceu pobre e se fez mulher
Princesa do quarto rosa e cortinas de cetim
Cinderela sem quarto nem cortinas de cetim

Sentimentos singelos sufocados sem anel dourado
Entregou-se com fôlego e ventre cadencioso solto
No jardim das grinaldas se fez senhora e respeitada
Nas altas horas da noite pecou no orvalho impudico

Reverente e forte no seu berço de luz
Escolada e falante, falante e despojada
Estremece sem voz no julgo do dia a dia
Soberana quando no seu papel permitido

Virtudes são grandes, nem todas apreciadas
Ave Maria cheia de graças ou mulher largada
Grita com alento no mundo, afora dos que lideram
Cobiçada por suas curvas não por suas palavras

Reverente mulher no seu berço de luz
Adormece!

Inserida por katiacristinaamaro

Beijo de Mel...

Beijo de Mel...

Teu beijo de mel meloso, melódico, colado e sedutor
Por ele me entrego no vício da alma calada no desejo
Que é te beijar...

Lábios de néctar extraídos da flora secreta que se liberta
Da colônia desidratada que o torna em mel melado e molhado
Que é te beijar...

Lábios atados ignoram a rainha que voa em voltas a ecoar
Sôfregos sugados ligeiros e roubados nuances da única arte
Que é te beijar...

Floridas flores, edulcoradas, alaranjadas de corpo robusto
De mel escuro, aromático, sedativo, tange cítrico e cristalino
Que é te beijar...

Delicado cravo, germe de trigo , gosto de seiva e outros mais
Debaixo da árvore cheiro de Tília, cravo teu nome em ornamentos
Que é te beijar...

Sem me importar com o gosto, textura , cor ou origem
Teu beijo de mel é pólen de prazer, sedução e ternura
Que não posso viver sem! Que é te beijar...

Inserida por katiacristinaamaro

Cantata de Anjo

Sublime e encantadora sua melodia me atenua
Sozinha no escuro sem medo sem dor, ouço-te
Como um suave sopro angelical no ar, ouço-te
Lembrando-me os jardins floridos da alvorada

Deitada no meu bucolismo , ouço-te
Trigo leve e alvejado mistura-se com seu canto
Nuances do seu fino cabelo e seu olhar esverdeado
Invadem meu sono, e purificada e sóbria, ouço-te

Vênus perfumada, sonata de encantos me alenta
Sozinha no escuro sem medo sem dor , ouço-te
Como um eco solitário de amor na nuvem, ouço-te
Lembrando-me os canteiros regados do entardecer

Complacente e calma na minha tristeza , ouço-te
Tona sedosa e fulgente mistura-se com seu canto
Melódico e apaixonado como seu adorado Bem-Te-Vi
Cantata discreta faz-me delicadamente adormecer e
Nunca mais te ouvi, Anjo...

Inserida por katiacristinaamaro

Ladrão de Estrelas

Contido nos seus sonhos e buscas
Encontra-se perdido deslumbrado pelas estrelas
Gato romântico e arisco no fundo do quintal
Contempla o céu azul marinho luminoso de estrelas
Olhos astutos e sempre curiosos
Planeja seu grande pulo
Subir na arvore mais alta da terra
E chegar ao céu
Pegar uma estrela e trazê-la até a terra
Onde possa adorá-la todas as horas do dia
Assim o faz uma noite
Rouba sua pequenina estrela azul
Trazendo-a para seu recanto
E vive a protegê-la dos outros ladrões!
Planejando seu novo pulo
Contido nos seus sonhos e buscas...

Inserida por katiacristinaamaro

Palco...

Onde nascemos como elenco
Corremos de um lado ao outro
Dançamos e falamos alto
Choramos ou rimos às vezes
Pretendemos e atuamos
Convencemos ou perdemos
Acreditamos e prometemos
Damos e recebemos
Onde amamos
Criamos laços e deslaços
Construímos nossos sonhos
Aprendemos e ensinamos
Caímos e levantamos
Invejamos e inspiramos
Crescemos e aperfeiçoamos
Vivenciamos e experimentamos e
Onde morremos como expectadores
da vida...

Inserida por katiacristinaamaro