Leila Mustafa
Sou como a cana nas mãos do garapeiro, posso ser passada pela moenda várias vezes até sair a última gota, e ainda sobra o bagaço para a produção de energia.
Leila Mustafa
"A Saudade nada mais é do que a razão procurando pelas boas lembranças para dar vidas as nossas emoções.
Impressionante como as boas lembranças fazem os nossos olhos brilharem como se víssemos dois mundos ao mesmo tempo".
Fiapos de Memórias
Se fui pobre não me lembro! Mas lembro de que já cai de caminhão de mudanças.
E isso é coisa de pobre. Ricos contratam empresas, delegam tarefas, colocam
os filhos confortavelmente em seus carros, enquanto funcionários embalam taças
de cristais, xícaras de porcelanas e telas de pintores renomados.
E nós? Como era engraçado. Na véspera arrumávamos caixas de papelão e muitos jornais, embalávamos os copos de vidros as xícaras de louças e portas retratos
com fotos da família. Enquanto todos estavam ocupados, furtivamente fui ao portão do vizinho, despedir-me do menino da lambreta, prometendo-lhe escrever.
Eufóricos com o prenúncio da aventura íamos dormir.
Com a claridade que precede o nascer do sol, meu pai nos acordava, tomávamos café preto com bolinhos de fubá. Lá íamos nós! Minha mãe se ajeitava na cabine
com os três filhos menores, junto ao motorista, e meu pai na carroceria com outros seis filhos incluindo eu. Partíamos rumo ao destino desconhecido.
A mesa da cozinha mais parecia uma espécie de barraca, o colchão em baixo amortecia os solavancos, com a lona por cima e o resto das tralhas espalhadas por todos os lados, uma pequena abertura na lona, nos servia de janela, que era disputada por todos.
Exceto por uma irmã, que com mania de grandeza, não fazia questão de ficar na janela improvisada, morria de vergonha que alguém a visse.
Mas eu me divertia! Acenava a todos, e foi assim que eu cai do caminhão. Foi um susto danado, achei que ia ficar para trás. A gritaria foi geral dentro do caminhão, mas foi alguém da calçada, quem conseguiu alertar o motorista. Reboliço total,joelhos e cotovelos ralados, broncas, risos e beijos. Para compensar tudo isso, uma
parada na beira da estrada, para um sortido, “prato feito”.
A irmã com mania de grandeza fingia que a aquela família não era a dela...
Seguíamos a nossa viagem, que hoje sei que era para um lugar no litoral do Paraná,onde meu pai dizia: O mar de lá tem muitos peixes e nada vai nos faltar.
O Diálogo das Flores
Amanhece, o clarão da luz do dia entra pela
fresta da janela. Lá fora as flores do jardim,
começam a se abrir para o dia que se inicia...
Tímidas e silenciosas, cochicham entre si sobre
como a lua estava bela na noite que passou
e como o orvalho as acariciou durante o sono...
Estavam felizes, mas se perguntavam; porque
está tão triste a moça por trás daquela janela?
sabia-se que ela tinha perdido um amor...
Mas diziam: Como ela perdeu o que nunca teve?
A Rosa olha o Cravo ao seu lado e pensa; mesmo
que eu não o tenho, ele sempre estará por aqui...
O Jasmim, como se lesse o que ela pensou, lhe
diz: Não se iluda Rosa, alguém pode arrancá-lo,
e ela respondeu: A moça triste não deixaria,
afinal somos suas flores favoritas...
Ela até nos presenteou com um poema:
“A Rosa e o Cravo”.
O Girassol ao longe gritou:
Rosa atrevida, ela nos ama igualmente
temos que nos unirmos para alegrar o seu dia...
O Cravo, até então calado em seu canto, decidiu
intervir. Quando ela vir até nós, exalaremos
perfumes ao seu redor.
A Dama da Noite, por motivos óbvios preferiu
não se envolver...
E o Cravo continuou: Que venham os pássaros
cantando uma canção, borboletas decorando
o clarão da natureza, com delicados tons, como
fadas brilhantes pintadas em telas...
A moça triste, se aproxima, ao ver o jardim
tão lindo, um leve sorriso se abre em seu rosto...
Ela senta na relva úmida pelo orvalho da manhã
Fica absorta em seus pensamentos admirando
tudo em silêncio...
Naquela paz interior pensa: Amanhã é outro dia
vou deixar essa tristeza no ontem e viver o hoje
e quem sabe serei feliz no amanhã.
Não quero mais viver no seu mundo,
e não o quero passeando no meu.
As vezes o principio vira fim, e
o fim vira o principio,
Nunca entendi, o porquê ele
entulhou tantos nós no coração, que nem as
próprias mãos soube ou se dispôs a desatar...
Uma visão caótica sobre o Brasil e a copa do mundo, é que o futebol como uma das maiores formas de alienação, passou a ser de certa forma a cultura brasileira (o carnaval também, mas o futebol se tornou mais universal), pois, se observar o Brasil não possui uma cultura nacional, o que temos são culturas regionais, tomando da seguinte que se o que une um povo é sua cultura, então a única coisa que unem os brasileiros é o futebol, por tanto, assim conseguimos ver a pobreza do país em mais um sentido, sendo que nós nos apegamos em uma alienação que foi adotada como cultura, mostrando o quanto o senso comum brasileiro é tão vago como sua política, cultura e saber. A copa do mundo de forma capitalista e política pode até ser favorável ao Brasil em alguns pontos, mas não há como negar que há existências de outras prioridades na situação do país. Como segurança, saúde e educação.
Como já dizia meu velho pai: Cada povo tem o governo que merece!
O que é saudade?
Saudade é jardim, poesia são flores, veredas na constelação do rascunho do poeta, que borda à revelia da razão cada verso, na tentativa de decifrar o indecifrável
Saudade é um sentimento que muda o semblante das estações, instala uma sintaxe de estrelas e expõe seus vincos com a alquimia dos sonhos.
Saudade e a serena correnteza do rio que soluça na varanda do mar, numa espécie de espetáculo de lembranças e vastas recordações.
Saudade e a chave que destrava a linha divisória dos sentimentos mais patéticos, suave e dilacerante a sublimar a sombra das ausências, e assim dissolver a fragrância errante do necessário amor.
Esta é uma síntese da minha definição de saudade.
A copa acabou para o Brasil. E agora?
O nosso País é lindo, não tem guerras, não tem terremotos, o clima é tropical, temos praias maravilhosas, nosso povo é alegre e trabalhador. Infelizmente não temos educação e o interesse dos nossos governantes é que continuem assim, pois povo sem educação é povo alienado. Da minha geração (1978) para esta de hoje, houve sim melhorias, naquela época a maioria estudou até o ensino médio, e eles lutaram com o pouco que tinham, para que seus filhos tivessem melhores oportunidades e os incentivaram para que eles fizessem uma faculdade, e por que não? Uma pós graduação. Essa nova geração agora está ai, e é ela que tem que sair da sua zona de conforto e lutar por um Brasil melhor. Tenho lido muitas frases na rede social, tipo: Vamos dar as respostas nas urnas em Outubro, mas que respostas? Em quem votar? Quais são as opções? Muitas! Menos votar nulo. Acaba sendo preferível depositar nossas esperanças em candidato ou legenda que sejam parcialmente satisfatórios, do que facilitar a vida de um candidato com perfil questionável. No final das contas, a opção pelo voto nulo acaba se transformando em um ato de passividade mediante o cenário político vigente. A única resposta que podemos dar nas urnas em Outubro é exigir: EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA, como prioridades a àqueles que vamos colocar no poder para nos representar.
O dia seguinte:
O Brasil perdeu a copa. A imprensa mundial, está falando que sofremos a maior humilhação, a maior vergonha! Discordo. Os jogadores e toda a comissão técnica, ganham milhões para se prepararem, vivem na Europa, moram em mansões, possuem carros de luxos. Tem acesso a psicólogos, médicos e preparadores físicos. Eles é que foram humilhados! Eles é que tem que ficarem envergonhados! Entraram em campo desorganizados, despreparados e sem estratégias. Esqueceram que diante de uma Alemanha organizada e preparada, não existe o jeitinho brasileiro. Eu não me sinto humilhada eu não me sinto envergonhada! Sabe porque? Eu não estava lá!
“O futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”.
A vida é Bela
Com o tempo a vida vai sumindo com a gente aos poucos, vai nos transformando naquele retrato amarelado de pessoas desaparecidas no final da página de um jornal antigo.
Não vamos permitir que isso aconteça. Vamos colorir nossas fotos, e colocar no topo novamente.
Vamos dizer as pessoas que nos amam, o quanto elas são importantes em nossas vidas.
Vamos dar risadas de nós mesmos, Vamos sentar na relva úmida pelo orvalho da manhã.
Vamos caminhar numa ponte e sentir o balouçar dela em nossos pés.
Vamos colocar uma música na velha vitrola e perguntar a nós mesmos, me concede esta dança?
Vamos roubar uma rosa de um jardim e sair correndo, somente para oferecer a alguém que nos roubou um sorriso.
Vamos viajar para um lugar distante, só para tomar um café com bolinhos de chuvas com alguém que sabemos que vai estar a nossa espera.
Vamos nos permitir ser feliz sem medidas, ter fé sem dúvidas, ter sonhos sem limites, e principalmente, acreditar que não existem problemas maiores que a nossa capacidade de resolvê-los.
Vamos dizer a nós mesmos o quanto a vida é bela e que vale a pena viver cada minuto.
Esta sou eu! Ainda prefiro a minha ternura inócua, um cheiro de saudade em meu travesseiro, o meu silêncio entregue para as estrelas, do que viver desabitada de mim mesma.
Vamos nos permitir ser feliz sem medidas, ter fé sem dúvidas, ter sonhos sem limites
e principalmente, acreditar que não existem problemas maiores que a nossa
capacidade de resolvê-los.
Vamos dizer a nós mesmos o quanto a vida é bela e que vale a pena viver cada minuto.
Meus versos são minha prece. Uma maneira que encontrei de levar minha mente e meu coração pra tomar sol.
Falo antes de pensar, escrevo textos sem parágrafos. Às vezes paro... e percebo que meu tempo me basta. Não preciso correr...
As vezes é preciso ficar em silêncio. Aquietar um pouco o coração. Deixar a emoção no frio e vestir o casaco quentinho da razão.
O que nos define não passa de palavras criadas através do ponto de vista dos outros. O silêncio e a forma mais acertada de definir nossa essência e seguir o lema "Carpe Diem".
A cada novo amanhecer é uma soma de tarefas. Vencer batalhas, remover obstáculos, dominar o medo, concluir etapas, conter algumas lagrimas, derramar outras.
A cada novo anoitecer, abrem-se as flores em segredo e estrelas cadentes riscam de prata o céu. Pássaros procuram o aconchego de seus ninhos e tudo fica em silêncio para que em sonhos coloridos se consiga a tão merecida paz.
O coração é um órgão incrível, ele normalmente ignora nossos planos muito bem definidos em troca de oportunidades inesperadas de amor. Quantas vezes somos enganados pelo medo de achar que corações partidos não podem ser colados? Que gestos de amor não serão correspondidos? Vamos deixar nossos corações livres e nos dar a chance de viver uma nova e linda história de amor.
Ele não disse, ela não disse, eles nunca
disseram adeus.
Ela não o chamou, ele não veio.
Ela não abriu a porta, ele não bateu.
Ela não foi ao seu encontro, ele não a
esperou
Ela não gritou seu nome, ele não a ouviu.
Ele dizia: pardal sempre volta ao ninho.
Ela respondia: um ninho vazio é um convite
à outro pardal solitário se aninhar.
Ela o esperou, ele não voltou e ela clorou,
mas ele não viu.
Passou-se o verão o outono o inverno e a
primavera. Veio outro verão, e ele tentou
pousar no ninho.
Ele a chamou, ela não quis ouvir, se ele
chorou, ela não sabe, ela não viu.
E foi assim que eles disseram adeus.
Vamos nos despedir de 2015 agradecendo por estarmos nesta nave louca que se chama vida! Vida que só tem um "V", porque o resto é só ida. Vamos nesta ida para 2016 nos permitir ir aonde tudo se desfaz, para chegar onde tudo começa. Viver como se fosse cedo, e amar como se não houvesse alvorecer. Vamos buscar por novos sonhos, e assim descobrir a razão de ser feliz de verdade!
Feliz Ano Novo a todos! Que venha 2016
Não sou a mais corajosa nem a mais inteligente. Posso não ser a mais boa nem tão pouco a mais bonita. Mas tenho coragem suficiente para lutar. Inteligência o bastante para aprender. Bondade ao ponto de não ser má. E beleza na medida certa para não ser feia.
Um pouco de mim...
Vou sorrir mesmo triste, o coração é como um cofre que só nós temos a chave.
Deixo a tristeza no fundo, retiro a alegria da beirada, porque é melhor a dúvida diante de uns poucos talvez para sorrir, do que as muitas certezas para se entristecer.
Quando estou triste sento-me à soleira da porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem.
Não me interrogo e nem me procuro, apenas escrevo.
O que nos define não passa de palavras criadas através do ponto de vista dos outros.
Muitos me veem, alguns me enxergam e poucos me descobrem.
Sou o que quero ser para aqueles que apenas me veem.
A gente tropeça nos próprios pés para acompanhar o tempo que voa, quantas certezas corrompidas nesse voo.
Hoje só quero voar num balanço. Quero o toque do abraço, o cheiro da felicidade, o gosto da saudade, o olhar do novo, a voz da razão.
Um chão para quando meu mundo desabar. Um lugar para voltar e outro para ficar para sempre.
O amor é a arte de fazer um laço entre dois corações, pois o nó entre duas pontas de uma mesma fita, permanecerá atado por toda a vida.
Deve-se amar sem expectativas e sem ser febril.
Sentimentos puro sem mais porquês.
Amar é desprender-se de conceitos e viver o amor a cada momento como uma experiência interna que envolve o externo sem cobranças.
Esta é uma síntese da minha definição sobre o amor!
(Leiloca)