Leide Bandeira
Sonhei que estava vagando em um lugar afastado, grande, vazio... E apesar da noite quente, o deserto do meu sonho estava frio.
Comparo com uma leve embriagues, esta sensação que em mim provocas. No mesmo instante que penso em fugir, logo mergulho profundo. Busco a razão, como as dos números com os quais trabalho, encontro incógnita que não decifro. Me irrito com a tua lembrança, como com a tua ausência. Fico tentando ignorar os sonhos que não posso sonhar e as viagens que não posso fazer. Mas meu destino está bem definido dentro de mim. E vou seguindo colecionando lições e acumulando saudades de um presente e lembranças de um (in)certo futuro.
O eco das lembranças esmagava o silêncio e era enlouquecedor. Mas depois de um tempo, entendeu: a mesma força que tinha aquele desespero, era a mesma que não a deixava abalar; a mesma força com que sufocava o grito e suprimia a dor, era a mesma que a impulsionava para o Alto.
Na minha fantasia é assim: Quando tenho minhas explosões de alegria corro ao teu encontro e a brindo com um beijo molhado; quando meu mundo desaba, num voo como de uma águia, meu anjo vem e me abraça com seu corpo "abrigo", colorindo tudo. Você, a forma que a vida encontrou de me fazer um carinho.