Layna Alves
Perdemos o paraíso entre as horas
Vivemos de aparências ao fim do dia
Gastamos o tempo no pensamento
Falamos da parte do lamento
Andamos sobre o chão
Reclamamos do vão
Digo-lhe sem medo
Apega-te paixão,
Dança as alegrias do terno
E perceba que te faz falta
Cega-te de beleza
E mostra que o paraíso é a tua casa.
Disfarça e chora
Desvia o olhar
Enxuga as lágrimas, mas chora.
Chora depois do suspiro
Chora antes que acabe o limo
Derrama sobre o rosto
Todo o desgosto
Liberta esse sofrimento rouco
Fada-te em delírios melancólicos
Abraça-te com o teu próprio corpo
Ajoelha-te diante dele
O sentimento que te prende
Na tua própria liberdade.
(Inspirado na música de Cartola - Disfarça e Chora)
25 anos
Juntos sem promessas
Somos pagãos
Desejamos o que não temos,
Mas saímos sem pretensões
Ele, naturalmente eu
Eu, naturalmente ele
Conhecemos um ao outro
De caras lavadas
Jogados a própria sorte
Não desejo nada não,
Mesmo de mãos dadas e
Corpo quente
Cecília estava certa
Quero solidão.( Cecília é Cecília Meireles )
Tapa
Por mais que eu pense em largar
Lá está ela, aquela velha sabedoria de uma mesa de bar
Escandalosa, cínica, estúpida, me dizendo:
-Tu quiseste não querer
Hoje te viras jogada, de luz apagada
Cega e maltratada por aquilo que queres esquecer.
Lembras de tudo, das mãos de veludo, dos corpos safados e desnudos
Daquele saudoso dia clichê
A vida agora te esfrega na cara
Aquilo de que tu duvidarás , grita:
-Está aqui o que tu mereces viver.