Lavínia Lins Pedro Belo Clara

Encontrados 4 pensamentos de Lavínia Lins Pedro Belo Clara

"Em noite de redentor silêncio,
Escutando o vibrar do Infinito,
Perscruto as estrelas que cintilam
Por entre as luzes de mil sonhos.

Cerro os olhos e me transporto,
Sentindo cada suspiro da brisa;
Deambulo por milhas de distância,
Cruzando a imensidão do oceano.

No horizonte, um firme farol
Denuncia o meu porto de abrigo,
Adornado pelas cores do arco-íris
Nas rimas de um poema sussurrado.

Então, num impacto encandeante,
Descubro esse sorriso que me chama –
Eis, por fim, num inominável ensejo,
A doce candura de teus braços".

Inserida por lavinialins

"CONFISSÕES"

I.

"É por tanto te amar
Que te liberto, meu amor –
E não mais as cruéis milhas
Nos farão sofrer e ansiar.
Perdoa-me se assim julgo,
Perdoa-me se me afasto
Para curar minhas feridas
Na cabana do Tempo Eterno,
Mas… o coração não suporta
O peso de mais uma chaga.
Nunca um amor me doeu tanto,
Nunca me dilacerou tanto assim…
Talvez nunca um outro tenha
Sido tão sólido e deslumbrante
Como aquele que trouxeste em ti.

Sejamos livres! E nossos sorrisos
Continuarão sempre paralelos,
Pelas curvas e rectas do caminho,
Até que o sol se ponha por sobre
Todos os que fincam seus passos
Na dócil areia dos anos fugidios.
Talvez em um outro qualquer lugar
Os ventos nos fossem favoráveis,
Mas nestes dias de denso negrume
Não há embarcação que resista –
E que tal saibamos aceitar.

Ah… É por tanto te amar
Que te liberto, meu amor!
Estende estas veras palavras,
Cinzeladas pela dor que punge.
Não derrames qualquer lágrima –
Delas não serei merecedor;
Não suspires sequer por mim –
Não serei eu o teu eleito.
Já tanto nos amámos, em silêncio,
Já tanto partilhámos à sombra
Dos dias avidamente consumidos –
E que isso, por ora, nos baste.

Hoje, nada para nós converge…
Desígnios dos Deuses? Não o sei…
Apenas que todo o porquê comporta
A sua infalível e justa causa.

É por tanto te amar
Que desejo erradicar esses soluços,
Essa angústia do impossível;
É por tanto te amar
Que te sopro pétalas como quem
Cala o impulso de um fervor;
É por tanto te amar
Que te liberto… meu amor".

Pedro Belo Clara.

II.

"Como dizer-te adeus, meu amor,
Se é teu o coração que pulsa aqui dentro?
Como julgar impossível o alcance do “nós”,
Se nossas almas insistem em atrair os nossos corpos?

Por que achas que me libertas ao deixar-me,
Se é nos teus braços que encontro abrigo,
Se é pela luz dos teus olhos que enxergo o meu caminho?

As dores que latejam nos nossos dias,
Nada mais são do que testes que
Esta dura passagem nos impõe…
Já vencemos tantas batalhas,
Desafiamos tão bravos guerreiros…
Já transcendemos tantas existências.
Para quê nos deixarmos abater pelo medo?

A viagem pode até ser longa e cansativa,
Mas eu te mostrarei que há de valer a pena.
E este céu que, por ora, se mostra cinzento,
Ganhará as cores que só a pureza do nosso amor
Poderá tingir…
Acredite!".

Lavínia Lins.

Inserida por lavinialins

"Nós transcenderemos, amor,
Nós transcenderemos...
Venceremos o efeito do tempo
E edificaremos o nosso castelo!
E de pronto eu ascenderei
À sua torre mais subida,
Fincando com imenso fervor
A bandeira que há em nós –
Para que o mundo inteiro
Saiba as linhas do nosso amor
E a invicta insígnia que vibra
Em nossos corações!

Nós transcenderemos, amor,
Nós transcenderemos...
E não permitiremos que as vírgulas
Nos venham pautar as frases,
Nem que as viperinas línguas
Venham corroer as nossas forças
Ou as esperanças que povoam
Nossas mentes e corações!

Alimentemos a crença de que,
Noite e dia, nos embalam as canções
De um amor tão puro e singular,
Cantado em dó, amarrado com nó
De marinheiro que navega pelo mar,
Sem temer as tempestades e as ondas
Que lhe surgem ao desafio…".

Inserida por lavinialins

"ENCONTRO"



"Os braços se encaixam, os rostos se tocam;
As lágrimas, felizes, correm livres e soltas...
Os cabelos trazem em si as histórias
E as memórias de tantas terras distantes,
Mas os olhares cintilam a uma só luz,
Ardente e perene, como um farol de sonhos.

Então, num instante que parece eterno,
Tudo o que outrora se dividiu e apartou
Agora se une em ritmos de amor e paixão,
Ao nascer a madrugada que tanto ansiava
Por sua derradeira concretização...

E, finalmente, com toques de magia,
Os corpos que antes eram duais
Transmutam-se em uma só figura;
As almas, que incessantemente se
Buscavam pela imensidão dos mundos,
Fundem-se num compasso harmonioso
Como sinfonia orquestrada com mestria,
Embalada pelo palpitar dos corações
E pelas confissões ao ouvido sussurradas –

Aquelas que, em incontáveis ocasiões,
Foram impressas em versos e em trovas
Esboçadas em noites de encanto,
Sob um luar deveras embriagante".

Inserida por lavinialins