Lauriana Paiva
“Como cheguei até aqui? Não saberia descrever! Faço parte de uma linhagem de mulheres guerreiras que nunca deixaram de sonhar.”
“Aprendi com minha avó paterna, que não sabe ler as letras do Mundo Letrado, a ler o Mundo e suas desigualdades em cada palavra desenhada ou assinada com dedo carimbado, sobre uma folha de papel preenchido com letras.”
“Outro dia uma pessoa me perguntou o motivo pelo qual o sucesso anda de mãos dadas com algumas pessoas. Respondi que o sucesso nada mais é que ver um sonho se tornar realidade. A mesma pessoa, dias depois, me perguntou: por que você trabalha tanto? E eu respondi: porque sou feita de sonhos.”
“Difícil não é escolher a docência como profissão, mas sim, viver a profissão. É preciso ter coragem! A minha força diária vem no momento que vejo refletido nos olhos dos meus alunos, a criança que fui um dia. É ver também os sonhos dos meus pais, refletidos e materializados, nos sonhos dos pais dos meus alunos.”
“Chamam-me de louca, mas eu nem ligo! Loucura é não conversar com as borboletas, e não se permitir viver metamorfoses por você. Loucura é viver como um caramujo carregando em suas costas o peso dos sonhos dos outros, e com largo sorriso, alegrar-se ao dizer que é uma pessoa normal. ”
“Viajar colorindo a alma, mesmo sem sair do lugar, me faz rememorar as cores, os perfumes e os sabores, eternizados em minhas memórias e no coração”.
“No fundo, nunca gostei de fazer sempre as mesmas coisas. Sempre fui fascinada por novas descobertas, e a escrita me possibilita viajar e conhecer coisas novas a cada palavra desenhada no papel.”
“Sempre tive uma alma viajante! Por isso busquei na escrita uma forma de ser uma eterna mochileira literária, sem me preocupar com o peso das bagagens e nem com os horários das passagens.”
“Percebi que gostava de aprender com meus alunos de uma forma, tal qual, como meus verdadeiros mestres me ensinaram, pelo simples deleite da leitura e da escrita. Nem sempre os pretextos e pré textos pedagógicos nos dão asas para voar.”
“Apesar de não ter livros para chamar de meus em minha infância, conheci levada pelas mãos da minha mãe, o santuário das histórias, que são as Bibliotecas Públicas! Aprendi a ler as palavras, apaixonei-me pelos livros, e com isso, sonhava em ter uma Biblioteca particular! Doce ilusão a minha... livros foram feitos para voar fora dos armários particulares.”
“Desde que aprendi a ler, e de tanto ler, as histórias passaram a não caber mais na minha cabeça. Precisei escrever, e assim reescrever minha própria história.”
“Filhos nos acompanham em nossa andanças. Tanto pelo Mundo dos Humanos quanto pelo Mundo da Imaginação, eles são uma inspiração desafiadora.”
“Não escolhi ser escritora, e às vezes nem acho que sou. O fato é que deixei a escrita tomar conta de mim, e assim estou me reinventando nos textos que escrevo e conto para meus filhos e alunos. Escrever me faz voltar à infância e me reconciliar com minha criança.”
“Nem todas as histórias existem para serem lidas, às vezes, tão somente, preciso escrevê-las para mim e isso me basta.”
“Difícil precisar o momento em que uma história nasce. Talvez nos rascunhos de papel e nos caderninhos sofrem algumas metamorfoses, nas mãos do artesão ganham vida, nas máquinas das gráficas se transformam em um amontoado de livros em grande escala. No entanto, sinceramente, não saberia dizer. Só sei afirmar que as histórias ganham vida nos olhinhos brilhando de cada novo leitor, a cada nova leitura.”
“Eu escritora? Muitos personagens me inquietam bastante, e muitas narrativas me perturbam a cabeça. Por isso, preciso deixá-los viver através da escrita! Isso acalma meu coração. Se isso faz de mim uma escritora?! Virei escritora!”
“A maternidade e a docência foram experiências fundamentais para começar a escrever livros para crianças.”
“Ah, a Professora Bela!!! Eu desejei do fundo do meu coração escrever a série, procurando registrar toda emoção, questionamentos e sentimentos que emanaram nos olhinhos curiosos de meus alunos. Eu queria viajar com todos, mas não conseguia sair do lugar. Criei a Professora Bela! Uma mochileira literária para realizar um sonho, que era meu e eu não sabia.”